Melgaço
Aspetos Geográficos
O concelho de Melgaço, do distrito de Viana do Castelo, localiza-se na Região Norte (NUT II), no Minho- Lima (NUT III). É o concelho mais a norte do país, a cerca de 160 km para noroeste da cidade do Porto e 96 de Viana do Castelo. Localiza-se na margem esquerda do rio Minho que o separa de Espanha ao longo de uma extensão considerável onde se situavam três fronteiras. A sul, em plena serra da Peneda, encontra-se o concelho de Arcos de Valdevez e a oeste, Monção.
Com uma altitude de aproximadamente 180 metros, cobre uma área de 238,1 km2, onde se distribuem 18 freguesias: Alvaredo, Castro Laboreiro, Chaviães, Cousso, Cristoval, Cubalhão, Fiães, Gave, Lamas de Mouro, Paços, Paderne, Parada do Monte, Penso, Prado, Remoães, Roussas, São Paio e Vila.
Em 2021, o concelho apresentava 7 776 habitantes.
O natural ou habitante de Melgaço denomina-se melgacense.
O concelho de Melgaço apresenta características geográficas bem distintas, resultantes da variação da altitude e do relevo que contribuem para as diferentes feições climáticas, ora de influência atlântica, ora continental. Estes fatores físicos condicionaram de forma mais ou menos evidente a ocupação do território, originando duas áreas com características distintas. Uma, sob a influência do rio Minho, aparece-nos quase como o prolongamento geográfico de Monção, com uma paisagem moldada pelo homem, com os seus campos intensamente trabalhados, cultivados de vinhas e outras culturas de subsistência. A outra, com um relevo mais montanhoso e um clima mais agreste, estende-se desde a freguesia de Fiães a Castro Laboreiro, integrando parte do Parque Nacional da Peneda Gerês. A sua ocupação prende-se com as formas tradicionais de criação de gado, com a transumância, que não permite muito mais do que uma vida difícil e sujeita às condições do meio. História e Monumentos
O povoamento desta região perde-se nos tempos, tendo por aqui passado muitos povos como os Árabes, os Lusitanos e os Romanos. Todavia, o vasto património arqueológico de Castro Laboreiro - os dólmenes, as gravuras rupestres, os núcleos castrejos, as pontes celtas e romanas - demonstra claramente a presença humana desde os tempos da pré-história. Numa pequena aldeia serrana de Castro Laboreiro, localizada a 950 metros de altitude, podem observar-se alguns exemplos da arquitetura popular, com especial destaque para a chamada ponte céltica de Portos.
Melgaço foi durante toda a Idade Média um ponto avançado de defesa estratégica.
Em 1170, D. Afonso Henriques levou a cabo o povoamento da vila e a reconstrução do castelo. No tempo de D. Dinis, e a seu mando, a povoação foi protegida por um cinta de muralhas que mais tarde D. Afonso III reforçou. Desta construção restam ainda duas portas, alguns panos de muralha e a Torre de Menagem do castelo, do tempo da fundação da nacionalidade e onde se encontra um núcleo museológico. Do património de Melgaço, fazem também parte a Igreja Matriz, românica, com origem provável no século XIII; a Igreja da Misericórdia; o castro de Melgaço e, já fora de portas, a antiquíssima Igreja de Nossa Senhora de Orada, de construção românica. Ainda dentro do concelho, destaca-se a Igreja românica de Paderne, datada do século XII.
Tradições, Lendas e Curiosidades
Em Castro Laboreiro apurou-se uma raça de cães-pastores que adotou o nome da povoação. São cães de guarda, bastante robustos, utilizados para proteger o gado dos ataques dos lobos.
O rigor do clima, principalmente nas zonas de maior altitude, esteve na origem das brandas e das inverneiras que estão diretamente ligadas à transumância do gado bovino e servem de abrigo aos pastores. São casas pobres, de paredes de pedra solta, com uma pequena entrada e com telhados cobertos de colmo. Têm normalmente dois pisos, um inferior onde se abriga o gado e um superior, que serve de habitação para os pastores.
Da tradição do concelho fazem parte várias lendas, inspiradas nos difíceis e frequentes confrontos com a vizinha Espanha, na defesa do território. É o caso da lenda da Inês Negra que, segundo a tradição popular, travou um duelo contra a Renegada (outra mulher, partidária dos castelhanos), do qual saiu vitoriosa e aclamada pelo povo.
Em Melgaço realizam-se no segundo domingo de agosto as festas concelhias dedicadas à Senhora da Orada. O feriado municipal é na quinta-feira de Ascensão.
A tecelagem em lã e linho, as mantas de trapos e os bordados de linho e lã são os principais produtos do artesanato da região.
Economia
O concelho de Melgaço está inserido numa região serrana, fortemente influenciada pela proximidade de Espanha e pelo rio Minho que, além da pesca, encerra um enorme potencial para o desenvolvimento do turismo e da indústria. Com um carácter marcadamente agrícola, tem-se vindo a assistir nas últimas décadas a uma progressiva diminuição da sua população à custa da emigração. Nesta região, predomina a pequena propriedade, característica de uma agricultura tradicional associada à pecuária. Abundam as culturas do milho, centeio, feijão, batata, vinha e a criação de gado bovino.
No entanto, Melgaço não é só história e ruralidade, o setor dos serviços denota algum crescimento, patente nas várias infraestruturas para a educação e para o lazer, com especial destaque para a Estância Termal de Melgaço, a cerca de 4 km da vila.
O concelho de Melgaço, do distrito de Viana do Castelo, localiza-se na Região Norte (NUT II), no Minho- Lima (NUT III). É o concelho mais a norte do país, a cerca de 160 km para noroeste da cidade do Porto e 96 de Viana do Castelo. Localiza-se na margem esquerda do rio Minho que o separa de Espanha ao longo de uma extensão considerável onde se situavam três fronteiras. A sul, em plena serra da Peneda, encontra-se o concelho de Arcos de Valdevez e a oeste, Monção.
Com uma altitude de aproximadamente 180 metros, cobre uma área de 238,1 km2, onde se distribuem 18 freguesias: Alvaredo, Castro Laboreiro, Chaviães, Cousso, Cristoval, Cubalhão, Fiães, Gave, Lamas de Mouro, Paços, Paderne, Parada do Monte, Penso, Prado, Remoães, Roussas, São Paio e Vila.
Em 2021, o concelho apresentava 7 776 habitantes.
O natural ou habitante de Melgaço denomina-se melgacense.
O concelho de Melgaço apresenta características geográficas bem distintas, resultantes da variação da altitude e do relevo que contribuem para as diferentes feições climáticas, ora de influência atlântica, ora continental. Estes fatores físicos condicionaram de forma mais ou menos evidente a ocupação do território, originando duas áreas com características distintas. Uma, sob a influência do rio Minho, aparece-nos quase como o prolongamento geográfico de Monção, com uma paisagem moldada pelo homem, com os seus campos intensamente trabalhados, cultivados de vinhas e outras culturas de subsistência. A outra, com um relevo mais montanhoso e um clima mais agreste, estende-se desde a freguesia de Fiães a Castro Laboreiro, integrando parte do Parque Nacional da Peneda Gerês. A sua ocupação prende-se com as formas tradicionais de criação de gado, com a transumância, que não permite muito mais do que uma vida difícil e sujeita às condições do meio. História e Monumentos
O povoamento desta região perde-se nos tempos, tendo por aqui passado muitos povos como os Árabes, os Lusitanos e os Romanos. Todavia, o vasto património arqueológico de Castro Laboreiro - os dólmenes, as gravuras rupestres, os núcleos castrejos, as pontes celtas e romanas - demonstra claramente a presença humana desde os tempos da pré-história. Numa pequena aldeia serrana de Castro Laboreiro, localizada a 950 metros de altitude, podem observar-se alguns exemplos da arquitetura popular, com especial destaque para a chamada ponte céltica de Portos.
Melgaço foi durante toda a Idade Média um ponto avançado de defesa estratégica.
Em 1170, D. Afonso Henriques levou a cabo o povoamento da vila e a reconstrução do castelo. No tempo de D. Dinis, e a seu mando, a povoação foi protegida por um cinta de muralhas que mais tarde D. Afonso III reforçou. Desta construção restam ainda duas portas, alguns panos de muralha e a Torre de Menagem do castelo, do tempo da fundação da nacionalidade e onde se encontra um núcleo museológico. Do património de Melgaço, fazem também parte a Igreja Matriz, românica, com origem provável no século XIII; a Igreja da Misericórdia; o castro de Melgaço e, já fora de portas, a antiquíssima Igreja de Nossa Senhora de Orada, de construção românica. Ainda dentro do concelho, destaca-se a Igreja românica de Paderne, datada do século XII.
Em Castro Laboreiro apurou-se uma raça de cães-pastores que adotou o nome da povoação. São cães de guarda, bastante robustos, utilizados para proteger o gado dos ataques dos lobos.
O rigor do clima, principalmente nas zonas de maior altitude, esteve na origem das brandas e das inverneiras que estão diretamente ligadas à transumância do gado bovino e servem de abrigo aos pastores. São casas pobres, de paredes de pedra solta, com uma pequena entrada e com telhados cobertos de colmo. Têm normalmente dois pisos, um inferior onde se abriga o gado e um superior, que serve de habitação para os pastores.
Da tradição do concelho fazem parte várias lendas, inspiradas nos difíceis e frequentes confrontos com a vizinha Espanha, na defesa do território. É o caso da lenda da Inês Negra que, segundo a tradição popular, travou um duelo contra a Renegada (outra mulher, partidária dos castelhanos), do qual saiu vitoriosa e aclamada pelo povo.
Em Melgaço realizam-se no segundo domingo de agosto as festas concelhias dedicadas à Senhora da Orada. O feriado municipal é na quinta-feira de Ascensão.
A tecelagem em lã e linho, as mantas de trapos e os bordados de linho e lã são os principais produtos do artesanato da região.
Economia
O concelho de Melgaço está inserido numa região serrana, fortemente influenciada pela proximidade de Espanha e pelo rio Minho que, além da pesca, encerra um enorme potencial para o desenvolvimento do turismo e da indústria. Com um carácter marcadamente agrícola, tem-se vindo a assistir nas últimas décadas a uma progressiva diminuição da sua população à custa da emigração. Nesta região, predomina a pequena propriedade, característica de uma agricultura tradicional associada à pecuária. Abundam as culturas do milho, centeio, feijão, batata, vinha e a criação de gado bovino.
No entanto, Melgaço não é só história e ruralidade, o setor dos serviços denota algum crescimento, patente nas várias infraestruturas para a educação e para o lazer, com especial destaque para a Estância Termal de Melgaço, a cerca de 4 km da vila.
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Como referenciar
Porto Editora – Melgaço na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-18 05:23:38]. Disponível em
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