metafonia
Também designada por dilação vocálica, a metafonia é um fenómeno fonético que consiste na mudança de timbre da vogal tónica de uma palavra no sentido da aproximação ao timbre da vogal átona final.
A metafonia foi um fenómeno importante na evolução do latim para o português mas que ocorreu numa fase bastante antiga do processo, não sendo mais observável na sincronia da língua. Justificam-se por metafonia as alternâncias vocálicas da vogal tónica em [o]/[ó] que existem entre as formas do masculino e do feminino de <novo>/<nova>, <sogro>/<sogra> ou do masculino e do plural <novo>/<novos>, <sogro>/<sogros>. Da análise evolutiva destas palavras, conclui-se que terão provindo das seguintes formas do acusativo latino como, aliás, a generalidade das palavras portuguesas:
Masculino Singular : NOVU(M) > novo [o]
Feminino Singular : NOVA(M) > nova [ó]
Masculino Plural : NOVOS > novos [ó]
Feminino Plural: NOVAS > novas [ó]
Da observação das formas latinas, conclui-se que sendo o timbre da vogal tónica de <NOVUS> um [ó] aberto, como de resto se mantém ainda nas formas do feminino e dos plurais em português, terá sido a vogal átona final [u] de <NOVU-> que exerceu uma assimilação regressiva incompleta sobre a vogal [ó] tónica de <NOVU->, que teve como consequência fechá-la, aproximando-a das suas características acústicas de vogal posterior fechada. Assim se explica também que as restantes formas do feminino e do plural tenham mantido a sua vogal tónica aberta. A metafonia explica igualmente as alternâncias vocálicas entre o singular e o plural de palavras como <ovo>/<ovos>, <olho>/<olhos>, que terão resultado das formas latinas <OVU->/ <OVOS> e <OCULU->/ <OCULOS>.
A metafonia é considerada um caso particular de assimilação, da qual se distingue pelo facto de apenas intervirem vogais (ao contrário da assimilação em que intervêm consoantes), vogais essas que estão separadas por outros fonemas (na assimilação, pelo contrário, as vogais são contíguas).
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