Micenas
Antiga cidade grega situada a norte da planície de Argos.
Crê-se que foi fundada por Perseu e que tenha sido o local onde residiu o "lendário" rei Agamémnon. Era uma cidade extremamente fortificada, ciclópica, mas apesar disso foi destruída em 463 a. C. Foi descrita por Homero na Ilíada e na Odisseia e por Pausânias. Por isso foi facilmente reconhecível pelos arqueólogos que a escavaram, dos quais se destaca o alemão Schliemann (1878). Depois de se ter escavado a cidade deu-se razão aos gregos quando invocavam uma antiga idade heroica. Começaram-se as escavações a partir da famosa Porta das Leoas. Na sua proximidade Schliemann encontrou cinco dos seis túmulos reais retangulares nos quais estavam enterrados supostamente os "heróis" de Micenas - Agamémnon e a sua corte -, num total de 17 esqueletos. Juntamente com os esqueletos foi encontrado um valioso espólio funerário composto por joias, adornos, armas (espadas e punhais), estelas que apresentavam pouco apuro na execução dos relevos, vasos e copos de ouro e bronze e máscaras (a mais famosa é a que se pensa ser a do próprio Agamémnon).
Através deste conjunto significativo de objetos é credível pensarmos que a civilização micénica viveu uma época de apogeu até à altura em que foi destruída.
Salienta-se, também, o grande número de objetos de cerâmica, muito úteis para se estabelecerem datações, nomeadamente da construção dos diferentes túmulos, constituindo também uma prova irrefutável dos contactos comerciais com outros povos - cretenses e egípcios.
São notáveis os frescos que cobrem os túmulos, maioritariamente representando cenas de guerra. As restantes cenas apresentam-nos o quotidiano dos micénicos, o qual surge igualmente em peças esculpidas, como é o caso das estelas.
Não se sabe muito sobre a religião dos micénicos, no entanto conhecem-se alguns objetos de culto e alguns ritos. Os chifres de consagração constituem um dos objetos de culto mais difundidos ligados ao poder divino do touro. São de grande interesse os ritos de inumação, nos quais eram colocadas máscaras nos defuntos que se faziam acompanhar por objetos que utilizaram durante a vida. Crê-se que se ofereciam ritualmente sacrifícios humanos de prisioneiros.
Verificam-se influências da civilização micénica no Cáucaso, na Sicília, em Rodes, na Itália, na Mesopotâmia e em Espanha.
A cidade fortificada de Micenas, a par do monumento da Porta das Leoas e do Tesouro de Atreu fazem parte de uma área classificada como Património Mundial pela UNESCO designada de Estações Arqueológicas de Mycenae (Micenas) e Tyrins (Tirinte).
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