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Miguel Ângelo Lupi
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Pintor português do século XIX, de ascendência italiana por via paterna, nasceu em 1826, em Lisboa. Frequentou a Academia de Belas-Artes de Lisboa (1841-1846) mas encetou uma carreira paralela de funcionário público como garantia de sobrevivência.
Nomeado em 1859 amanuense do Tribunal de Contas, executou para aquela instituição um Retrato de D. Pedro V (1860), cujo êxito público lhe permitiu uma pensão em Itália (1860-1863) para aperfeiçoamento do seu labor artístico. À prática do retrato régio acresceu então, no regresso a Portugal (1864), uma produção de academias, nus, pintura de História, alegorias, retratos e cenas de costumes, enriquecida pelo contacto com a pintura realista que conheceu em Paris.
Logo nomeado professor de Desenho de Figura na Academia de Belas-Artes lisboeta, e em 1867 professor interino de Pintura de História, com provisão definitiva no cargo em 1868, Lupi expôs no "Salon2 parisiense (1875) e na 4.a, 5.a e 7.a (1865-1868) exposições da Sociedade Promotora das Belas-Artes. Dedicou-se de uma forma mais intensa ao retrato a partir de 1870, realizando algumas das obras mais notáveis da pintura portuguesa (Retrato de A. Feliciano de Castilho, 1873; A Mãe do Dr. Sousa Martins e A Marquesa de Belas, 1874; Os Pretos de Serpa Pinto e Aguadeira de Coimbra, 1879; O Duque de Ávila e Bolama, 1880), concede a Miguel Ângelo Lupi uma situação incomparável na arte portuguesa de Oitocentos, como único e qualificado praticante de uma estética de sabor realista, na transição do Romantismo para o Naturalismo, este eclodido com o regresso de Paris, em 1879, de Silva Porto e Marques de Oliveira.
Num compromisso entre a pose académica e a observação realista, as suas pinturas revelam um apurado sentido de iluminação em jogos de luz e sombra e efeitos cromáticos. Na opinião do crítico Pedro Lapa: "De facto a qualidade da sua pintura em muito contrasta com os seus colegas de geração, seja pelo domínio sensível na manipulação da cor, seja pela composição neoclássica transportada para poses e circunstâncias de um outro tempo, o do seu presente afetado por uma modernidade que só muito tangencialmente o impressionou". Miguel Ângelo Lupi morreu em Lisboa, em 1883.

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Como referenciar
Porto Editora – Miguel Ângelo Lupi na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-10 05:44:56]. Disponível em

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