Movimento dos Direitos Civis
A recusa de Rosa Parks provocou a sua prisão naquele primeiro dia de dezembro de 1955 e o protesto de todas as organizações negras americanas. A reação da população afro-americana não se fez esperar com o boicote ao uso dos transportes públicos em toda a cidade de Montgomery. A mobilização levou à criação, em 1957, da Conferência dos Líderes Cristãos do Sul, que por sua vez veio a despoletar o Movimento pelos Direitos Civis.
O Movimento, como era também chamado, foi liderado pelo reverendo Martin Luther King, um pastor negro formado pela Universidade de Boston. Luther King era adepto da desobediência civil não violenta que tinha sido introduzida por Gandhi e com a sua grande capacidade de organização conseguiu mobilizar e canalizar a revolta dos afro-americanos para ações de protesto pacíficas, como foi o caso dos boicotes aos autocarros e que levou à abolição da segregação nos transportes.
Os objetivos das campanhas de protesto seguintes foram a igualdade na educação e no direito de voto que encontraram uma forte oposição dos estados do Sul, os quais se mobilizaram em campanhas opostas de diminuição dos registos de eleitores negros. As marchas pacíficas e as reuniões nas ruas sucederam-se levando a um aumento das reações dos brancos do Sul com o assassínio de alguns líderes negros e dos seus apoiantes. John F. Kennedy, que tinha sido eleito com um grande apoio dos negros, apoiou o Movimento dos Direitos Civis, a partir de 1963, e expressamente a criação de uma legislação que pusesse fim à segregação nas escolas e nas repartições públicas e defendesse o voto negro.
Estas propostas mereceram uma demonstração pública de apoio em que participaram cerca de 200 mil afro-americanos e em que Luther King proferiu o seu lendário discurso "I have a dream!", "Tenho um sonho!". Os resultados surgiram após o assassinato de John F. Kennedy com a aprovação, em 1964, das leis de proibição da discriminação nas repartições públicas e, em 1965, do direito de voto. Estas leis foram o resultado das campanhas bem sucedidas e da capacidade de diálogo que Luther King possuía, conseguindo negociar às esferas mais altas. O assassinato de Martin Luther King, em abril de 1969, correspondeu ao fim do auge do Movimento pelos Direitos Civis e consequentemente ao fim dos métodos pacifistas que tinham alcançado resultados concretos e o aumento do respeito próprio da comunidade afro-americana. Como alternativa surgiu o movimento "Black Power", ou "Poder Negro", que introduziu uma abordagem mais violenta nas lutas pelos direitos civis da comunidade negra.
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