Nicolas de Staël

Pintor francês, Nicolas de Staël nasceu em 1914, em São Petersburgo, Rússia, no seio duma família aristocrática. Dois anos depois da Revolução Bolchevique deixou a Rússia e, junto com a família, emigrou para a Polónia. Após a morte dos pais instalou-se em Bruxelas onde frequentou, entre 1932 e 1934, a Academia de Belas-Artes, estudando posteriormente na Academia de St. Gilles. Em 1938, deslocou-se para Paris e dois anos mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, fixou-se em Nice onde conheceu Robert Delaunay e Le Corbusier.
Em 1943 voltou para Paris e no ano seguinte realizou a sua primeira exposição individual. No início da sua carreira desenvolveu uma pintura abstrata influenciada por Georges Braque.
Em 1948 recebeu nacionalidade francesa. A partir desse ano simplifica cada vez mais a expressão e, após uma leitura da obra de Henry Matisse, o seu cromatismo torna-se mais luminoso e vibrante. Paradigmáticos deste período são os quadros realizados em 1952, "Les Martigues" e "Countriside", este último consistindo num conjunto de barras coloridas e texturadas que exploram o espetro cromático entre o amarelo e o vermelho. Nesse mesmo ano, produziu também várias colagens executadas com papéis coloridos.
A partir de meados da década de 50, a sua linguagem tornou-se figurativa, cruzando num estilo livre elementos abstratos com formas representativas. Realizou então uma série de pinturas em que inclui jogadores de futebol.
Em 1954, Nicolas de Staël instalou-se em Antibes e, no ano seguinte, realizou uma das suas obras-primas, o quadro "Garrafas Vermelhas", uma natureza morta em que elimina a diferenciação entre a figura e o fundo, recorrendo a um uso sensual, cremoso e despojado da cor. As últimas obras que realiza, que abordam normalmente temáticas ligadas à paisagem, torna mais refinada a relação entre a linguagem abstrata e a figurativa.
Nicolas de Staël suicidou-se em Antibes em 16 de março de 1955.