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O Costa do Castelo
Realizada por Arthur Duarte, a longa-metragem O Costa do Castelo estreou em 1943, em Lisboa. Considerada o melhor filme deste realizador, foi muito elogiada pela crítica e constituiu um êxito comercial. Tecnicamente, esta comédia destaca-se pelo registo de som, que era notável para a época. O argumento ronda em torno de uma história de amor entre Daniel (Fernando Curado Ribeiro) e Luisinha (Milú). Daniel é um jovem aristocrata de família tradicional que se apaixona por Luisinha, uma jovem humilde que trabalha como funcionária bancária. Para se aproximar dela, resolve passar-se por um simples motorista e hospeda-se numa pensão gerida pelos padrinhos de Luisinha: Rita (Maria Olguim) e Januário (João Silva). Na mesma pensão está hospedado Simplício Costa (António Silva), um bon-vivant com laivos de vigarista que no entanto, pela sua espirituosidade, é adorado e respeitado por todos. Costa ganha a vida como guitarrista e compositor de melodias para fado, sendo também o tutor de uma jovem aspirante a fadista: Rosa Maria (Hermínia Silva). Gradualmente, o namoro entre Luisinha e Daniel torna-se uma realidade, apesar de certas reticências dos seus padrinhos, intrigados com a enorme quantidade de presentes caros que Daniel traz para casa. Uma noite, durante uma festa na hospedaria, o primo de Daniel (Luis de Campos) e Dona Mafalda, sua tia conservadora (Maria Matos) surgem e deslindam a verdadeira identidade de Daniel. Apesar dos protestos deste, Luisinha fica convencida de que o romance não passara de uma aventura. Desesperado, Daniel sai da hospedaria ao volante do seu automóvel e sofre um violento despiste. Apesar de sofrer apenas ferimentos ligeiros, mercê de um conluio com o seu tio Simão (Manuel Santos Carvalho), Dona Mafalda fica convencida de que o estado do seu sobrinho é grave e chama Luisinha para sua enfermeira. Esta muda-se para o solar da família Silveira com os seus padrinhos e rapidamente transforma o ambiente austero da mansão, trazendo alegria e jovialidade, contagiando até Dona Mafalda que reencontrará em Simplício Costa uma velha paixão da juventude. Esta é considerada como uma das melhores comédias da "idade de ouro" do cinema português, muito devido à grande qualidade do argumento e sobretudo à interpretação de dois atores emblemáticos do cinema e teatro nacional: António Silva e Maria Matos, cuja cena de reencontro na biblioteca do solar após quase quatro décadas, entrou para os anais do cinema português.
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Como referenciar
Porto Editora – O Costa do Castelo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-15 12:46:54]. Disponível em
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