Olhão
Aspetos Geográficos
O concelho de Olhão, do distrito de Faro, localiza-se na Região do Algarve (NUT II e NUT III) e é limitado a oeste e sul pelo concelho de Faro, a sudeste pelo oceano Atlântico, a este e norte por Tavira e a noroeste por S. Brás de Alportel. Ocupa uma superfície de 130,7 km2, distribuída por cinco freguesias: Fuseta, Moncarapacho, Olhão, Pechão e Quelfes.
Em 2021, o concelho de Olhão tinha 44 639 habitantes.
O natural ou habitante de Olhão denomina-se olhanense.
Apresenta um clima temperado mediterrânico, com verões quentes e secos e invernos suaves; a precipitação distribui-se de forma irregular ao longo do ano, concentrando-se nos meses de outono e primavera.
Existem alguns recursos hídricos: o canal de Olhão e o canal de Marim.
A nível de relevo, o concelho é limitado pela serra de monte Figo e por São Miguel (410 m) e o monte do Trigo (271 m). De destacar ainda o ilhéu das Alturas.
O concelho está inserido na área do Parque Natural da Ria Formosa, um sistema lagunar que se estende ao longo de 60 km e abrange os concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António. Faz parte da lista de zonas húmidas da Convenção de Ramsar. A avifauna é muito rica, sendo mesmo zona de invernada de aves provenientes do Norte e Centro da Europa, e possui viveiros para moluscos bivalves.
História e Monumentos
As origens do concelho remontam ao Neolítico (foram encontrados alguns achados arqueológicos desse período). A presença romana deixou vestígios em Olhão, quer pela tradição de atividades relacionadas com a pesca e a salga de peixe, quer pela vila romana e a sua vasta necrópole. Estas voltaram a ser utilizadas durante o domínio visigodo nos séculos V a VII.
Olhão desenvolveu-se à custa da pesca, a qual atraiu muita gente, que construía cabanas em madeira, canas e palha e desenvolveu a ancestral arte da xávega, que consiste no arrasto à rede em forma de saco para terra.
Em 1808, Olhão foi elevada a vila pelo rei D. João VI, como forma de agradecimento pela luta travada contra as tropas de Napoleão. Nessa altura, o caíque Bom Sucesso (embarcação de dois mastros usada na pesca) levou a notícia à Corte portuguesa que se encontrava refugiada no Brasil.
A nível do património arquitetónico e monumental destacam-se:
- a Igreja da Soledade, de arquitetura rural, que constitui um primitivo templo do povoado de pescadores, datado do século XVII;
- a Igreja Matriz de Olhão, que foi o primeiro edifício de pedra de Olhão, construído com contributos dos pescadores (1698-1715?). Possui características barrocas na fachada, talha dourada do século XVIII, teto decorado com frescos e um espólio de imagens e peças de ourivesaria dos séculos XVII e XVIII. Na retaguarda da igreja, existe a Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, que tem a devoção da gente do mar;
- a Fortaleza de São Lourenço, que foi construída, em 1679, com o objetivo de defesa de Olhão contra ataques de piratas, numa altura em que o aumento da população assim o justificava;
- a torre da Fuzeta, com vista panorâmica sobre a ria Formosa;
- os moinhos de marés, de que se destaca o recuperado moinho novo de Marim;
- o museu paroquial, na freguesia de Moncarapacho, anexo à Capela do Espírito Santo, que alberga uma valiosa coleção de imaginária religiosa dos séculos XVI a XVIII e um presépio napolitano do século XVIII, composto por um total de 45 peças.
Tradições, Lendas e Curiosidades
Neste concelho realizam-se as festas de Nossa Senhora do Carmo (entre 11 e 19 de julho), as feiras do Levante (domingos de manhã) e a Feira de Velharias (último domingo de cada mês).
A nível de artesanato destacam-se os trabalhos em couro, rendas de bilros e sapatos de ourela.
As personalidades ilustres do concelho são o lobo do mar Joaquim Lopes (1800-1890) e o poeta João Lúcio (1880-1918).
Economia
A área agrícola ocupa 30,8% da área do concelho, predominando as culturas hortícolas intensivas, a cultura de frutos secos, frutos frescos, principalmente de citrinos, o pousio, o olival e a vinha. No que diz respeito à pecuária, aves, ovinos e coelhos destacam-se como as principais espécies criadas. Este concelho tem uma baixa densidade florestal, 0,2% da superfície agrícola útil, que corresponde a cerca de 333 ha.
A abundância em peixe do concelho desde sempre atraiu muita gente e, por isso, a pesca e todas as atividades a ela ligadas adquiriram uma importância económica considerável. O desenvolvimento económico da atividade piscatória, durante o século XIX, originou a construção de uma fábrica de conservas de peixe. No setor secundário, são também típicas da região as oficinas de metalomecânica e de construção naval e as indústrias alimentares, de cerâmica e de refinação de sal.
O setor terciário está intimamente relacionado com o turismo, nomeadamente com a prática de vela, windsurf, canoagem e motonáutica, uma vez que a vasta bacia hidrográfica da ria Formosa reúne as condições ideais para a sua prática. As águas límpidas (a visibilidade chega a atingir 15 metros de profundidade) e a abundância de peixe atraem os praticantes de mergulho. Os dois canais de acesso à ria oferecem abrigo aos iates. Olhão constitui um dos centros de desportos náuticos do Algarve.
O concelho de Olhão, do distrito de Faro, localiza-se na Região do Algarve (NUT II e NUT III) e é limitado a oeste e sul pelo concelho de Faro, a sudeste pelo oceano Atlântico, a este e norte por Tavira e a noroeste por S. Brás de Alportel. Ocupa uma superfície de 130,7 km2, distribuída por cinco freguesias: Fuseta, Moncarapacho, Olhão, Pechão e Quelfes.
Em 2021, o concelho de Olhão tinha 44 639 habitantes.
O natural ou habitante de Olhão denomina-se olhanense.
Apresenta um clima temperado mediterrânico, com verões quentes e secos e invernos suaves; a precipitação distribui-se de forma irregular ao longo do ano, concentrando-se nos meses de outono e primavera.
Existem alguns recursos hídricos: o canal de Olhão e o canal de Marim.
A nível de relevo, o concelho é limitado pela serra de monte Figo e por São Miguel (410 m) e o monte do Trigo (271 m). De destacar ainda o ilhéu das Alturas.
O concelho está inserido na área do Parque Natural da Ria Formosa, um sistema lagunar que se estende ao longo de 60 km e abrange os concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António. Faz parte da lista de zonas húmidas da Convenção de Ramsar. A avifauna é muito rica, sendo mesmo zona de invernada de aves provenientes do Norte e Centro da Europa, e possui viveiros para moluscos bivalves.
História e Monumentos
As origens do concelho remontam ao Neolítico (foram encontrados alguns achados arqueológicos desse período). A presença romana deixou vestígios em Olhão, quer pela tradição de atividades relacionadas com a pesca e a salga de peixe, quer pela vila romana e a sua vasta necrópole. Estas voltaram a ser utilizadas durante o domínio visigodo nos séculos V a VII.
Olhão desenvolveu-se à custa da pesca, a qual atraiu muita gente, que construía cabanas em madeira, canas e palha e desenvolveu a ancestral arte da xávega, que consiste no arrasto à rede em forma de saco para terra.
Em 1808, Olhão foi elevada a vila pelo rei D. João VI, como forma de agradecimento pela luta travada contra as tropas de Napoleão. Nessa altura, o caíque Bom Sucesso (embarcação de dois mastros usada na pesca) levou a notícia à Corte portuguesa que se encontrava refugiada no Brasil.
A nível do património arquitetónico e monumental destacam-se:
- a Igreja da Soledade, de arquitetura rural, que constitui um primitivo templo do povoado de pescadores, datado do século XVII;
- a Igreja Matriz de Olhão, que foi o primeiro edifício de pedra de Olhão, construído com contributos dos pescadores (1698-1715?). Possui características barrocas na fachada, talha dourada do século XVIII, teto decorado com frescos e um espólio de imagens e peças de ourivesaria dos séculos XVII e XVIII. Na retaguarda da igreja, existe a Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, que tem a devoção da gente do mar;
- a Fortaleza de São Lourenço, que foi construída, em 1679, com o objetivo de defesa de Olhão contra ataques de piratas, numa altura em que o aumento da população assim o justificava;
- a torre da Fuzeta, com vista panorâmica sobre a ria Formosa;
- os moinhos de marés, de que se destaca o recuperado moinho novo de Marim;
- o museu paroquial, na freguesia de Moncarapacho, anexo à Capela do Espírito Santo, que alberga uma valiosa coleção de imaginária religiosa dos séculos XVI a XVIII e um presépio napolitano do século XVIII, composto por um total de 45 peças.
Neste concelho realizam-se as festas de Nossa Senhora do Carmo (entre 11 e 19 de julho), as feiras do Levante (domingos de manhã) e a Feira de Velharias (último domingo de cada mês).
A nível de artesanato destacam-se os trabalhos em couro, rendas de bilros e sapatos de ourela.
As personalidades ilustres do concelho são o lobo do mar Joaquim Lopes (1800-1890) e o poeta João Lúcio (1880-1918).
Economia
A área agrícola ocupa 30,8% da área do concelho, predominando as culturas hortícolas intensivas, a cultura de frutos secos, frutos frescos, principalmente de citrinos, o pousio, o olival e a vinha. No que diz respeito à pecuária, aves, ovinos e coelhos destacam-se como as principais espécies criadas. Este concelho tem uma baixa densidade florestal, 0,2% da superfície agrícola útil, que corresponde a cerca de 333 ha.
A abundância em peixe do concelho desde sempre atraiu muita gente e, por isso, a pesca e todas as atividades a ela ligadas adquiriram uma importância económica considerável. O desenvolvimento económico da atividade piscatória, durante o século XIX, originou a construção de uma fábrica de conservas de peixe. No setor secundário, são também típicas da região as oficinas de metalomecânica e de construção naval e as indústrias alimentares, de cerâmica e de refinação de sal.
O setor terciário está intimamente relacionado com o turismo, nomeadamente com a prática de vela, windsurf, canoagem e motonáutica, uma vez que a vasta bacia hidrográfica da ria Formosa reúne as condições ideais para a sua prática. As águas límpidas (a visibilidade chega a atingir 15 metros de profundidade) e a abundância de peixe atraem os praticantes de mergulho. Os dois canais de acesso à ria oferecem abrigo aos iates. Olhão constitui um dos centros de desportos náuticos do Algarve.
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Porto Editora – Olhão na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-16 03:35:02]. Disponível em
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