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Parque Natural do Vale do Guadiana
O Parque Natural do Vale do Guadiana foi criado a 18 de novembro de 1995, segundo o Decreto Regulamentar n.º 28/95, ocupando uma área de 69 600 hectares.
A zona de intervenção do Parque Natural do Vale do Guadiana situa-se no Sudeste de Portugal continental, abrangendo parte dos concelhos de Serpa e Mértola, no distrito de Beja, entre os vales dos rios Guadiana e Chança (fronteira espanhola com a Comunidade Autónoma da Andaluzia).
No que diz respeito à flora, os valores naturais desta região estão estreitamente ligados ao rio Guadiana e ribeiras afluentes, os quais representam, num contexto europeu, uma área privilegiada em endemismos e comunidades biológicas interessantes. As características peculiares dos cursos de água do Parque Natural do Vale do Guadiana permitiram a formação de unidades florísticas únicas, muitas delas incluídas em diretivas comunitárias de proteção da Natureza, como é o caso dos "cursos de água mediterrânicos intermitentes". A vegetação que ladeia os cursos de água é diversificada, sendo as espécies mais características, o loendro, a tamargueira e o tamujo. Em encostas declivosas encontramos por vezes o zimbro, cujas formações são alvo de classificação no âmbito de diretivas europeias de conservação da Natureza. A flora da área do Parque Natural é também bastante rica em plantas aromáticas e medicinais, como o rosmaninho, alecrim, erva-ursa, murta, mariola, orégão e poejo. Entre as raridades e espécies ameaçadas da flora, há a destacar o trevo-de-quatro-folhas-peludo que aparece nas áreas ribeirinhas.
O rio apresenta uma fauna piscícola extremamente variada. No Guadiana e seus afluentes, existem cerca de 24 espécies de peixes de água doce e migradores, dos quais nove são endemismos ibéricos, estando quatro restringidos à bacia hidrográfica do Guadiana. Este é o caso do saramugo, da boga-do-Guadiana, do barbo-de-cabeça-pequena e do barbo-de-steindachner. O Guadiana foi também o último rio português onde o solho ou esturjão se fez representar, tendo os últimos exemplares sido capturados nos finais dos anos setenta. O solho, de tão notável, chegou a ser retratado nas moedas cunhadas em Mértola no século I a. C. Entre os outros peixes migradores, ainda se pode encontrar a lampreia e a saboga, enquanto o sável está em perigo de extinção. Todos estes aspetos contribuem para que a bacia hidrográfica do Guadiana seja considerada a mais importante em Portugal para a conservação da ictiofauna de águas interiores.
Dentro do grupo dos anfíbios, das dezassete espécies que ocorrem em Portugal, pelo menos treze podem aqui ser observadas, destacando-se pela sua raridade e importância o discoglosso, o sapo-parteiro-ibérico e o tritão-de-ventre-laranja. As características climáticas da região restringem a atividade dos anfíbios a determinadas alturas do ano. Nas primeiras chuvas de outono, podem observar-se grandes quantidades de anfíbios, nas suas migrações para os locais de reprodução que muitas vezes correspondem a lagoas temporárias.
No grupo dos répteis, estão referenciadas pelo menos vinte espécies, sendo de evidenciar a cobra-de-pernas-pentadáctila, espécie rara e que se restringe à Península Ibérica, e a cobra-de-colar, de hábitos crepusculares e ainda muito pouco conhecida. Na região, pode-se ainda observar uma espécie de cágado bastante rara no contexto nacional, o cágado-de-carapaça-estriada, e também uma espécie de osga invulgar, a osga-turca. Existem ainda referências para a ocorrência na área da víbora-cornuda, uma das duas espécies de víboras que se podem encontrar em Portugal.
A avifauna constitui um dos grupos mais importantes do Parque Natural do Vale do Guadiana. As aves de presa criam nas fragas que ladeiam as margens dos cursos de água, como é o caso da águia-de-bonelli, do abutre-do-egito e do bufo-real, a maior espécie de mocho da Europa. Neste tipo de habitat aparece também a cegonha-preta que procura zonas menos perturbadas para criar. Na vila de Mértola, existe a maior colónia de Portugal e uma das maiores da Europa de uma espécie bastante rara e ameaçada, o francelho-das-torres. Nas zonas de planície, onde o cultivo de cereal em rotação se processa, é ainda possível encontrar aves de estepe como é o caso da abetarda, do sisão e do cortiçol-de-barriga-negra, entre outras.
Pelas suas características, o vale do rio Guadiana é um importante corredor de espécies de passeriformes migradores, nas suas deslocações entre a Europa e África.
Dentro do grupo dos mamíferos, são de realçar a população de lontras, que é uma das mais importantes de Portugal, e o morcego-rabudo, que tem as fendas rochosas como abrigo.
A criação do Parque Natural do Vale do Guadiana tem como objetivos: a gestão racional dos recursos naturais e paisagísticos caracterizadores da região e o desenvolvimento de ações tendentes à salvaguarda dos mesmos, nomeadamente no que respeita aos aspetos paisagísticos, geológicos, geomorfológicos, florísticos e faunísticos; a salvaguarda do património histórico e tradicional da região, bem como a promoção de uma arquitetura integrada na paisagem; a promoção do desenvolvimento económico e do bem-estar das populações, em harmonia com as leis fundamentais da Natureza.
A zona de intervenção do Parque Natural do Vale do Guadiana situa-se no Sudeste de Portugal continental, abrangendo parte dos concelhos de Serpa e Mértola, no distrito de Beja, entre os vales dos rios Guadiana e Chança (fronteira espanhola com a Comunidade Autónoma da Andaluzia).
No que diz respeito à flora, os valores naturais desta região estão estreitamente ligados ao rio Guadiana e ribeiras afluentes, os quais representam, num contexto europeu, uma área privilegiada em endemismos e comunidades biológicas interessantes. As características peculiares dos cursos de água do Parque Natural do Vale do Guadiana permitiram a formação de unidades florísticas únicas, muitas delas incluídas em diretivas comunitárias de proteção da Natureza, como é o caso dos "cursos de água mediterrânicos intermitentes". A vegetação que ladeia os cursos de água é diversificada, sendo as espécies mais características, o loendro, a tamargueira e o tamujo. Em encostas declivosas encontramos por vezes o zimbro, cujas formações são alvo de classificação no âmbito de diretivas europeias de conservação da Natureza. A flora da área do Parque Natural é também bastante rica em plantas aromáticas e medicinais, como o rosmaninho, alecrim, erva-ursa, murta, mariola, orégão e poejo. Entre as raridades e espécies ameaçadas da flora, há a destacar o trevo-de-quatro-folhas-peludo que aparece nas áreas ribeirinhas.
Dentro do grupo dos anfíbios, das dezassete espécies que ocorrem em Portugal, pelo menos treze podem aqui ser observadas, destacando-se pela sua raridade e importância o discoglosso, o sapo-parteiro-ibérico e o tritão-de-ventre-laranja. As características climáticas da região restringem a atividade dos anfíbios a determinadas alturas do ano. Nas primeiras chuvas de outono, podem observar-se grandes quantidades de anfíbios, nas suas migrações para os locais de reprodução que muitas vezes correspondem a lagoas temporárias.
No grupo dos répteis, estão referenciadas pelo menos vinte espécies, sendo de evidenciar a cobra-de-pernas-pentadáctila, espécie rara e que se restringe à Península Ibérica, e a cobra-de-colar, de hábitos crepusculares e ainda muito pouco conhecida. Na região, pode-se ainda observar uma espécie de cágado bastante rara no contexto nacional, o cágado-de-carapaça-estriada, e também uma espécie de osga invulgar, a osga-turca. Existem ainda referências para a ocorrência na área da víbora-cornuda, uma das duas espécies de víboras que se podem encontrar em Portugal.
A avifauna constitui um dos grupos mais importantes do Parque Natural do Vale do Guadiana. As aves de presa criam nas fragas que ladeiam as margens dos cursos de água, como é o caso da águia-de-bonelli, do abutre-do-egito e do bufo-real, a maior espécie de mocho da Europa. Neste tipo de habitat aparece também a cegonha-preta que procura zonas menos perturbadas para criar. Na vila de Mértola, existe a maior colónia de Portugal e uma das maiores da Europa de uma espécie bastante rara e ameaçada, o francelho-das-torres. Nas zonas de planície, onde o cultivo de cereal em rotação se processa, é ainda possível encontrar aves de estepe como é o caso da abetarda, do sisão e do cortiçol-de-barriga-negra, entre outras.
Pelas suas características, o vale do rio Guadiana é um importante corredor de espécies de passeriformes migradores, nas suas deslocações entre a Europa e África.
Dentro do grupo dos mamíferos, são de realçar a população de lontras, que é uma das mais importantes de Portugal, e o morcego-rabudo, que tem as fendas rochosas como abrigo.
A criação do Parque Natural do Vale do Guadiana tem como objetivos: a gestão racional dos recursos naturais e paisagísticos caracterizadores da região e o desenvolvimento de ações tendentes à salvaguarda dos mesmos, nomeadamente no que respeita aos aspetos paisagísticos, geológicos, geomorfológicos, florísticos e faunísticos; a salvaguarda do património histórico e tradicional da região, bem como a promoção de uma arquitetura integrada na paisagem; a promoção do desenvolvimento económico e do bem-estar das populações, em harmonia com as leis fundamentais da Natureza.
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Como referenciar
Porto Editora – Parque Natural do Vale do Guadiana na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-12 02:07:02]. Disponível em
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