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Paulo Gracindo
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Ator brasileiro, Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo nasceu a 16 de junho de 1911, no Rio de Janeiro. Teve uma educação muito austera por parte de seu pai que o obrigava, ainda criança, a decorar diversos textos. Em 1930, partiu para o Recife para estudar Direito, mas decidiu alistar-se num pelotão militar, participando como soldado na revolução militar de 1932 que tentou derrubar Getúlio Vargas do poder. Nesse mesmo ano, ingressou na Faculdade de Direito onde conheceu o ator Mário Lago, que o convidou para fazer teatro radiofónico na Rádio Nacional. Depois de um curto percurso no teatro amador, foi convidado por Procópio Ferreira para ingressar na companhia teatral Elza-Delorges-Cazaré, onde contracenou com os nomes mais conceituados de então. Estreou-se em cinema com um papel secundário na comédia João Ninguém (1937). Em 1947, foi convidado para apresentar todas as noites o programa radiofónico Balança Mas Não Cai, onde criou a personagem humorística do Primo Rico, que lhe valeu grande popularidade. Em 1964, conheceu o escritor e dramaturgo Dias Gomes, de quem se tornou amigo inseparável, que o convenceu a abandonar a rádio para se dedicar exclusivamente ao teatro, protagonizando a peça O Santo Inquérito que se manteve um ano em exibição. Tornou-se um dos atores mais requisitados do período conhecido como Cinema Novo, protagonizando títulos como A Falecida (1965), Terra em Transe (1967) e Copacabana Me Engana (1968), para além de ter desempenhado um papel secundário na produção norte-americana Tarzan and the Great River (1967). Considerado na década de 70 como o maior ator brasileiro, a Rede Globo não hesitou em requisitar os seus serviços para trabalhar em telenovelas. O seu papel mais emblemático foi o de Odorico Paraguaçu em O Bem-Amado (1973) de autoria de Dias Gomes. A telenovela foi exibida em Portugal 11 anos depois e trouxe enorme popularidade a Gracindo, impecável na pele de um prefeito corrupto de Sucupira, uma pequena cidade do Interior, que resolve mandar construir um cemitério e entra em desespero por verificar que nenhum dos habitantes da sua cidade morre para poder inaugurar com pompa e circunstância a sua obra. Contando com nomes consagrados como Lima Duarte, Jardel Filho e Carlos Eduardo Dolabella, a novela tornou-se objeto de culto e catapultou a carreira de Gracindo. Outros papéis memoráveis foram João Maciel em O Casarão (1976), Padre Hipólito em Roque Santeiro (1985), Pepê em Mandala (1987), onde contracenou com o seu filho Gracindo Júnior, e Betinho Figueiroa em A Rainha da Sucata (1990). Despediu-se dos palcos em 1991 com a peça O Preço de Arthur Miller. O seu último trabalho televisivo foi na minissérie Agosto (1993), onde encarnou a personagem de um velho maestro. Faleceu a 4 de setembro de 1995, vítima de uma pneumonia.
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Como referenciar
Porto Editora – Paulo Gracindo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-29 16:24:17]. Disponível em

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