Pedro Caldeira Cabral
Guitarrista, compositor, musicólogo e organólogo português, Pedro Fonseca Caldeira Cabral nasceu a 4 de dezembro de 1950, em Lisboa. Foi um pioneiro na aplicação da guitarra portuguesa nos mais variados géneros musicais, sobretudo no contexto da música erudita.
É oriundo de uma família numerosa, tem nove irmãos, com tradições musicais. A prática e escuta de música erudita eram habituais em sua casa. A mãe tocava piano e o pai cantava. E assim, muito jovem, juntamente com as irmãs, Pedro Caldeira Cabral iniciou-se na aprendizagem da viola e da flauta de bisel. Aos oito anos, teve as primeiras lições de guitarra portuguesa, por um primo, e logo se apaixonou pelo instrumento. Aos 10 anos recebeu a sua primeira guitarra e, aos 16, comprou uma guitarra profissional.
A sua persistência deu-lhe grande desenvoltura desde muito cedo. Assim, aos 14 anos já acompanhava, em festas particulares, fadistas como José Pracana, Mercês da Cunha Rego, Teresa Tarouca e até Maria Teresa de Noronha. E aos 16, foi convidado por Vicente da Câmara para atuar no seu programa, no Rádio Clube Português, em substituição de Raul Nery. Foi aí que tocou pela primeira vez como solista em público, acompanhado por Fernando Alvim.
Com a mesma idade iniciou a sua atividade profissional, no Mercado de abril, acompanhando João Braga e Vicente da Câmara. Pouco depois passou por outras casas como abril em Portugal, Café Luso e Timpanas.
O seu nome passou a ser conhecido e assim foi chamado por diversos artistas. Juntamente com Fernando Alvim, fez a seleção e os arranjos de baladas dos candidatos a um concurso do programa televisivo Zip Zip e gravou, como acompanhante, inúmeros discos.
Simultaneamente, Pedro Caldeira Cabral prosseguiu os seus estudos musicais. Estudou teoria musical no Conservatório e frequentou o curso de guitarra clássica da Academia dos Amadores de Música de Lisboa. Mais tarde frequentou outros cursos e seminários, como os dados por Jorge Peixinho, Jordi Savall.
Entre 1971 e 1974 cumpriu o serviço militar obrigatório em Moçambique e foi por isso obrigado a interromper a sua carreira de instrumentista acompanhante. Aproveitou, no entanto, para alargar o seu reportório de solista, transcrevendo para a guitarra obras de Bach, Scarlatti e Carlos Seixas.
Quando regressou a Portugal, em 1975, voltou aos estudos, e manteve em suspenso a atividade profissional de guitarrista. Privilegiou a carreira de solista, apresentando ao vivo as Sonatas para Guitarra, com acompanhamento de violino e duas trompas, de António Silva Leite. E acompanhou em palco, em Portugal e no estrangeiro, músicos como Luís Cília, Carlos Alberto Moniz, Samuel ou José Afonso. Mais tarde, como solista, deu inúmeros concertos por todo o mundo.
Em 1977, fundou o Grupo de Música Antiga Ficta, para o qual construiu uma viola-de-gamba, uma cítara e um alaúde. Em 1982, gravou Encontros, o seu primeiro disco a solo. E constitui um programa de récita, intitulado "Quatro Séculos de Música em Guitarra Portuguesa", onde interpreta temas de diversos compositores, como Bach, Carlos Seixas, Diego Ortiz e dele próprio.
Em 1983 editou o álbum A Guitarra nos Salões do Século XVIII, em que são usados, pela primeira vez em disco, instrumentos, que são autênticas relíquias, do espólio do Museu do Conservatório Nacional. No mesmo ano passou a apresentar semanalmente um tema para o programa "Vamos Caçar Mentiras", da RTP, e formou o grupo La Batalla, especializado em música medieval interpretada com instrumentos históricos. Com este grupo dá importantes concertos em vários países. E, em 1993, constituiu o grupo Concerto Atlântico, gravando o disco Meus Olhos Vão Pelo Mar.
Pedro Caldeira compôs mais de 50 peças para guitarra portuguesa. Entre outras, "Gestos", "Momentos/Fragmentos", "Canção da Mulher de Pedra", "Entrada", "Encontros", "Uimbe", "O som, dúvida azul?...", "Toada de Lisboa", "Fantasia para Guitarra Portuguesa", "Miscelânea", "Monstra Deliciosa", "Labirinto 1", "Jogo de sons ou Largheto dos Prazeres". Estes e outros temas encontram-se em álbuns como Cantigas d'Amigo (com La Batalla, 1984), Pedro Caldeira Cabral (1985), Duas Faces (1987), Guitarra Portuguesa (1990), Música para Guitarra Inglesa do Século XVIII (1997), Variações (1998) e Memórias da Guitarra Portuguesa (2003).
Em 1999, Pedro Caldeira Cabral escreveu, para a coleção "Um Século de Fado", do Ediclube, o volume sobre a guitarra portuguesa.
É oriundo de uma família numerosa, tem nove irmãos, com tradições musicais. A prática e escuta de música erudita eram habituais em sua casa. A mãe tocava piano e o pai cantava. E assim, muito jovem, juntamente com as irmãs, Pedro Caldeira Cabral iniciou-se na aprendizagem da viola e da flauta de bisel. Aos oito anos, teve as primeiras lições de guitarra portuguesa, por um primo, e logo se apaixonou pelo instrumento. Aos 10 anos recebeu a sua primeira guitarra e, aos 16, comprou uma guitarra profissional.
A sua persistência deu-lhe grande desenvoltura desde muito cedo. Assim, aos 14 anos já acompanhava, em festas particulares, fadistas como José Pracana, Mercês da Cunha Rego, Teresa Tarouca e até Maria Teresa de Noronha. E aos 16, foi convidado por Vicente da Câmara para atuar no seu programa, no Rádio Clube Português, em substituição de Raul Nery. Foi aí que tocou pela primeira vez como solista em público, acompanhado por Fernando Alvim.
Com a mesma idade iniciou a sua atividade profissional, no Mercado de abril, acompanhando João Braga e Vicente da Câmara. Pouco depois passou por outras casas como abril em Portugal, Café Luso e Timpanas.
O seu nome passou a ser conhecido e assim foi chamado por diversos artistas. Juntamente com Fernando Alvim, fez a seleção e os arranjos de baladas dos candidatos a um concurso do programa televisivo Zip Zip e gravou, como acompanhante, inúmeros discos.
Simultaneamente, Pedro Caldeira Cabral prosseguiu os seus estudos musicais. Estudou teoria musical no Conservatório e frequentou o curso de guitarra clássica da Academia dos Amadores de Música de Lisboa. Mais tarde frequentou outros cursos e seminários, como os dados por Jorge Peixinho, Jordi Savall.
Entre 1971 e 1974 cumpriu o serviço militar obrigatório em Moçambique e foi por isso obrigado a interromper a sua carreira de instrumentista acompanhante. Aproveitou, no entanto, para alargar o seu reportório de solista, transcrevendo para a guitarra obras de Bach, Scarlatti e Carlos Seixas.
Quando regressou a Portugal, em 1975, voltou aos estudos, e manteve em suspenso a atividade profissional de guitarrista. Privilegiou a carreira de solista, apresentando ao vivo as Sonatas para Guitarra, com acompanhamento de violino e duas trompas, de António Silva Leite. E acompanhou em palco, em Portugal e no estrangeiro, músicos como Luís Cília, Carlos Alberto Moniz, Samuel ou José Afonso. Mais tarde, como solista, deu inúmeros concertos por todo o mundo.
Em 1977, fundou o Grupo de Música Antiga Ficta, para o qual construiu uma viola-de-gamba, uma cítara e um alaúde. Em 1982, gravou Encontros, o seu primeiro disco a solo. E constitui um programa de récita, intitulado "Quatro Séculos de Música em Guitarra Portuguesa", onde interpreta temas de diversos compositores, como Bach, Carlos Seixas, Diego Ortiz e dele próprio.
Em 1983 editou o álbum A Guitarra nos Salões do Século XVIII, em que são usados, pela primeira vez em disco, instrumentos, que são autênticas relíquias, do espólio do Museu do Conservatório Nacional. No mesmo ano passou a apresentar semanalmente um tema para o programa "Vamos Caçar Mentiras", da RTP, e formou o grupo La Batalla, especializado em música medieval interpretada com instrumentos históricos. Com este grupo dá importantes concertos em vários países. E, em 1993, constituiu o grupo Concerto Atlântico, gravando o disco Meus Olhos Vão Pelo Mar.
Pedro Caldeira compôs mais de 50 peças para guitarra portuguesa. Entre outras, "Gestos", "Momentos/Fragmentos", "Canção da Mulher de Pedra", "Entrada", "Encontros", "Uimbe", "O som, dúvida azul?...", "Toada de Lisboa", "Fantasia para Guitarra Portuguesa", "Miscelânea", "Monstra Deliciosa", "Labirinto 1", "Jogo de sons ou Largheto dos Prazeres". Estes e outros temas encontram-se em álbuns como Cantigas d'Amigo (com La Batalla, 1984), Pedro Caldeira Cabral (1985), Duas Faces (1987), Guitarra Portuguesa (1990), Música para Guitarra Inglesa do Século XVIII (1997), Variações (1998) e Memórias da Guitarra Portuguesa (2003).
Em 1999, Pedro Caldeira Cabral escreveu, para a coleção "Um Século de Fado", do Ediclube, o volume sobre a guitarra portuguesa.
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Porto Editora – Pedro Caldeira Cabral na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-19 05:40:46]. Disponível em
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