Pertinax

Filho de um liberto oriundo da Ligúria (Noroeste da Itália), Públio Élvio Pertinax começou tarde a sua carreira na administração imperial. Diz-se que quando era prefeito de corte na Síria era servido por um meio de transporte que não tinha prioridade oficial nas vias romanas, isto é, não tinha batedores a anunciar e a abrir a sua passagem, tendo chegado até a regressar um dia a pé a Antioquia aos seus alojamentos. Depois de ter ocupados vários cargos militares e administrativos, Pertinax ascendeu a Senador, tendo sido sucessivamente comandante de legião e governador da Mésia Superior. Em 174 ou 175 foi eleito cônsul, acompanhando depois Marco Aurélio ao Oriente para reprimir a revolta de Avídio Cássio. Foi depois governador da Mésia Inferior, da Dácia e da Síria (foi nomeado governador desta antes de 180).

Em 182 retirou-se da vida pública devido a contactos que efetuou com membros de uma suposta conspiração contra Cómodo. Todavia, em 185-87 foi empossado como governador da Bretanha (Inglaterra). No verão de 188 passou a governar África, de onde regressou um ano depois. Foi então nomeado prefeito urbano. Na conspiração que viria a vitimar Cómodo em 31 de dezembro de 192, parece ter alinhado Pertinax; pois logo a seguir ao assassinato do imperador, terá ido ao acampamento dos pretorianos, aos quais prometeu ricas recompensas. Esta, em agradecimento, aclamou-o imperador.

A sua subida ao trono imperial foi acolhida com entusiasmo pela população e pelo Senado. Pertinax logo de imediato começou a tomar uma série de medidas para resolver os problemas gerados pelos desregramentos de Cómodo. Mas acabou por ser mais um dos imperadores romanos aclamados pela guarda pretoriana que acabou por ser eliminado precisamente ... pelos pretorianos. Aconteceu este golpe de Estado a 28 de março de 193, com a cabeça de Pertinax a acabar cortada e empalada. Sucedeu-lhe Dídio Juliano.