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Petromizonídeos
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Família de animais cordados da classe dos peixes agnatas ou amandibulados da ordem dos petromizontiformes, com cerca de quarenta e cinco espécies.
Os animais desta família são os mais primitivos de todos os vertebrados. São aquáticos das águas costeiras e dos rios. São conhecidos vulgarmente por lampreia.
Os animais desta família são serpentiformes e têm a pele nua. O seu comprimento pode atingir um metro. A ausência de maxilares permite agrupar as mixinas e lampreia na mesma classe dos agnatas. A natureza cartilagínea do esqueleto das lampreias atuais é interpretada como uma degenerescência secundária, porque os antepassados das lampreias, abundantes no Paleozoico tinham esqueleto ossificado.
Da mesma maneira que as mixinas (Mixinídeos), as lampreias têm corpo em forma de enguia, com pele nua e com esqueleto cartilagíneo. Possuem uma barbatana dorsal, por vezes dupla, e uma caudal suportada por raios cartilagíneos. A boca forma um funil aberto ou assume a forma de um disco guarnecido por numerosos dentes córneos. A única narina não se abre na boca como nas mixinas, mas no alto da cabeça. Os olhos são bem desenvolvidos e funcionais. No adulto o sistema branqueal é constituído por sete câmaras que se abrem interiormente sobre a faringe e exteriormente por orifícios pequenos circulares. Como nas mixinas, os sexos são separados e não existe mais que uma gonada.
As lampreias vivem no mar e na água doce. A pesca às lampreias ocorre junto à costa e nos estuários na altura da migração reprodutora. Na maturidade as lampreias marinhas aproximam-se da costa e sobem os rios à procura de fundos arenosos com água corrente, propícios ao desenvolvimento dos ovos. Acasalam mas a fecundação é externa. Os progenitores morrem depois da reprodução. Os ovos muito pequenos, cerca de um milímetro, mas numerosos cerca de duzentos e sessenta originam uma larva muito diferente do adulto. A larva vermiforme tem uma boca em forma de ferradura, desprovida de dentes, mas guarnecida de numerosas papilas. A vida larvar, que dura quatro a cinco anos, tem lugar na água doce, alimentando-se de micro-organismos, fundamentalmente diatomáceas, que são algas microscópicas. Depois de algumas semanas, atinge o tamanho de dez a vinte centímetros e transforma-se num adulto. A metamorfose que demora algumas semanas termina quando se forma o sistema bucal e os olhos se tornam funcionais. Uma nova vida se inicia com uma migração em direção ao mar.
Algumas espécies desenvolvem-se totalmente na água doce.
As lampreias são parasitas externas que se alimentam de peixes e cetáceos.
O sistema bucal das lampreias é capaz de perfurar e triturar os músculos dos seus peixes favoritos. As glândulas bucais produzem um muco anticoagulante que facilita a digestão. A boca em ventosa da lampreia permite a sua fixação sobre as pedras do fundo dos rios e ribeiras onde as lampreias se reproduzem ao fim de uma longa migração.
As lampreias vivem nas zonas temperadas dos dois hemisférios terrestres. Por exemplo, a lampreia-marinha (Petromyzon marinus) encontra-se nas águas costeiras europeias desde o Mar Branco e Islândia até Gibraltar, Mediterrâneo Ocidental e Adriático. Vive também na costa este norte-americana; a lampreia do Cáspio (Caspiomyson wagneri) encontra-se no Mar Cáspio e rios da sua bacia como o Volga, Oxa, Kamea, Oraz e Kura; a lampreia do Danúbio (Eudontomyson danfordi) encontra-se na bacia média e inferior do rio Danúbio, mas não neste rio, e nos seus afluentes da Roménia, Hungria, República Checa e Eslováquia; a lampreia ucraniana (Eudontomyson mariae), que se encontra na Roménia, penetra na região truteira e não no Danúbio. Encontra-se também na Rússia, na bacia do Mar Negro; a lampreia do rio (Lampetra fluviatilis) pode ser encontrada nas águas costeiras europeias e rios da região do Mar do Norte e Báltico desde a Itália até à Dalmácia; a lampreia Lampetra planeri que se encontra nos riachos das regiões do Mar do Norte e Mar Báltico, da Irlanda e Inglaterra até França. Também se encontra no sul da Itália, Dalmácia e Albânia; a lampreia oriental (Lampetra japonica) é uma forma migrante que vive em águas costeiras do Japão e da Coreia até ao Mar Branco.
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Como referenciar
Porto Editora – Petromizonídeos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-19 12:03:59]. Disponível em
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