Pierre Cardin

Estilista francês, nasceu a 7 de julho de 1922, em Veneza, Itália, mas é filho de pais franceses e foi educado em França, tendo, portanto, nacionalidade gaulesa. O seu pai, comerciante de vinhos, queria que ele fosse arquiteto, mas Pierre, desde cedo, mostrou mais apetência para o desenho e para a confeção de vestuário. Assim, aos 14 anos mudou-se para Vichy, onde se tornou alfaiate numa loja de roupa para homem. De qualquer forma, ainda iniciou os estudos em arquitetura, mas rapidamente definiu que a sua escolha era a moda e acabou por conseguir um lugar na casa Paquin, onde ganhou experiência e ajudou a elaborar o fantástico guarda-roupa do filme do realizador francês Jean Cocteau, La Belle et la Bête (A Bela e o Monstro). Aos 24 anos, passou a liderar o estúdio de criação da conceituada casa parisiense Christian Dior. Durante o período em que lá esteve, cerca de quatro anos, tornou-se num dos autores do "New Look", em 1947, e criou o famoso fato Bar, com uma longa saia negra e um corpete justo feito em seda natural muito forte. Esteve quatro anos na Dior até que, em 1950, se lançou por conta própria ao abrir a sua casa de alta-costura, em Paris, onde criava peças de roupa para os então muito populares bailes de alta sociedade parisiense. Quatro anos depois abriu a sua primeira loja, chamada Eve, ainda na capital francesa. Ao longo da década de 50, começou, lentamente, a dedicar-se ao vestuário e acessórios masculinos. Com grande faro para o negócio, Cardin foi o primeiro estilista francês a chegar ao Japão, o que aconteceu em 1958, e à China, vinte anos mais tarde, onde se tornou uma figura respeitada e famosa.
Em 1959, decidiu dedicar-se ao pronto-a-vestir, uma opção que escandalizou a Câmara Sindical, organismo que tutelava a alta-costura em Paris, por Pierre Cardin ser o primeiro estilista a tentar fazer roupas com assinatura acessíveis ao grande público. Cardin foi expulso da Câmara Sindical, mas, ao mesmo tempo, apercebeu-se das potencialidades do negócio da moda, o que mais tarde lhe valeria ascender ao posto de estilista de alta-costura mais rico do mundo. Logo em 1960, lançou uma linha de pronto-a-vestir dedicada aos homens. No final da década de 60, desenhou umas túnicas curtas e justas e começou a utilizar vinil, capacetes e óculos nas suas criações, originando um estilo futurista associado à era espacial. Em 1970, quando já tinha mais de 600 produtos licenciados em seu nome, comprou o Teatro dos Embaixadores, em Paris, e transformou-o no Espaço Cardin, um grande complexo cultural, com sala de espetáculos, de cinema, galeria de arte e um restaurante.
A sua forte ligação à China ajudou a que, em 1983, tivesse participado na abertura do primeiro restaurante ocidental naquele país, o Maxims. De entre os vários prémios e distinções que recebeu destaca-se o da UNESCO que o distinguiu pelo seu trabalho constante em prol da tolerância e da República da Ucrânia, que o condecorou com a Ordem de Mérito. Em 2000, foi lançada uma linha de mobiliário com a assinatura de Cardin e, dois anos depois, foi apresentada em Tóquio, uma retrospetiva da carreira do estilista francês na comemoração dos seus 50 anos de carreira.