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Pixinguinha
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Flautista, compositor, maestro e arranjador, Alfredo da Rocha Vianna Filho (ou Júnior) nasceu a 23 de abril de 1897. A alcunha "Pixinguinha" é uma mistura de Pizindim (pequeno bom), posto por uma prima, e Bexinguinha, que surgiu depois de ter contraído a doença "bexiga".

A sua ligação ao mundo da música teve um início precoce. Logo aos 12 anos começou a tocar cavaquinho, acompanhando o pai em bailes. Aos 13 já tocava bombardino e flauta. Depois de iniciar o estudo da música, compôs "Lata de Leite", o seu primeiro trabalho do estilo musical "choro", inspirada nos boémios (os chorões da época), que bebiam o leite deixado nas portas das casas, quando voltavam de noitadas e bailes.

Capa de "Som Pixinguinha", um álbum de Pixinguinha, gravado com a participação de grandes músicos e editado pela EMI em 1971
Capa de "Pixinguinha", um álbum de Paulo Moura & Os Batutas, em homenagem ao cantor, 1998
Em 1911 entrou para a orquestra da Sociedade Dançante e Carnavalesca Filhas da Jardineira como flautista. No mesmo ano fez parte do grupo "Choro Carioca" com o qual gravou os seus primeiros discos: "São João Debaixo D'Água", "Nhonhô Em Sarilho" e "Salve (A Princesa de Cristal)".
A atividade musical do jovem flautista estendeu-se por vários grupos, casinos e teatros, pelo que, em 1915, Pixinguinha afirmava-se já como uma das principais figuras da música popular brasileira. Nesse mesmo ano gravou duas das suas maiores composições: "Rosa" e "Sofres Porque Queres".

Em 1919 formou-se o grupo "Os Oito Batutas", do qual fez parte, atingindo grande sucesso em todo o Brasil. O grupo era composto por flauta, violões, piano, bandolim, cavaquinho e percussão. Foi o primeiro conjunto regional a atuar fora do país, nomeadamente em França, em 1922. Esta experiência transformou significativamente a sua música, pois Pixinguinha entrou pela primeira vez em contacto com o jazz americano, então moda em Paris.

Em 1923 compôs "Carinhoso", um dos seus maiores sucessos. Na década de 30 participou em gravações históricas nomeadamente nos êxitos de Carmen Miranda, "Taí (pra você gostar de mim)" e "O Teu Cabelo Não Nega".

Na década de 40 enfrentou vários problemas, entre os quais a doença da sua mulher, Bety (Albertina Nunes Pereira), os seus próprios problemas cardíacos, e um decréscimo no seu sucesso, motivado pela entrada em força da música norte-americana nas rádios. Em meados da década, por falta de firmeza e embocadura necessárias, trocou definitivamente a flauta pelo saxofone, formando uma dupla com o flautista Benedito Lacerda. Na década de 50, gravou seis discos, dos quais se destacaram Os Cinco Companheiros, Pixinguinha e a Sua Banda e Carnaval dos Bons Tempos.

Ao longo da sua vida recebeu cerca de 40 troféus e medalhas e, em 1961, foi nomeado para o Conselho Nacional de Música. Em 1962, juntou-se a Vinicius de Moraes, para a composição da banda sonora do filme Sol Sobre a Lama (1963) de Alex Viany. Desta parceria surgiram os sucessos "Lamento" e "Mundo Melhor". Depois de alguns anos sem atividade musical devido a problemas de saúde, tocou, em 1966, na Noite de Pixinguinha, espetáculo em sua homenagem.

Em 1973, e já depois da morte de sua mulher (1972), compôs pela última vez: "Eduardinho no Choro", em honra do seu segundo neto.
Faleceu em 1973. Deixou inúmeras obras inéditas, arquivadas por seu filho Alfredo da Rocha Vianna Neto.
Em 1998 foi editado o disco tributo Pixinguinha, pelo saxofonista Paulo Moura e os "Batutas".

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Como referenciar
Porto Editora – Pixinguinha na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-15 15:20:09]. Disponível em

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