pleonasmo (retórica)
Na retórica, trata-se de uma figura de sintaxe que acrescenta palavras ou expressões redundantes a um dado significante, com o objetivo de reforçar o seu significado. O pleonasmo é uma forma de redundância linguística que visa transmitir maior expressividade e ressonância rítmica à frase. É comum também em provérbios ou aforismos:
"Vi, claramente visto, o lume vivo"
(Camões, Os Lusíadas, V, 18)
"Vi com estes olhos que a terra há de comer" (aforismo popular)
Contudo, os puristas condenam certos pleonasmos comuns na linguagem quotidiana, considerando-os repetições supérfluas de palavras e de ideias, como nos seguintes exemplos: "monopólio exclusivo", "principal protagonista", "prevenir de véspera", "entrar para dentro", "subir para cima".
Lindley Cintra (1984, Nova Gramática do Português Contemporâneo: 619) refere ainda um tipo de pleonasmo de uso literário que designa por "epíteto de natureza" e que consiste em acrescentar um adjetivo que realce uma propriedade intrínseca do nome de que ele é atributo. Assim, trata-se de uma forma de ênfase mas com objetivos estéticos. Nos exemplos seguintes, a propriedade salgado é intrínseca de mar, tal como a de verde é inerente ao pinheiro.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
(Fernando Pessoa, Mensagem, "Mar Português", X)
Ai flores, ai flores do verde pinho
Se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
(Dom Dinis, in Cancioneiro da Biblioteca Nacional 568 ou in Cancioneiro da Vaticana 171)
"Vi, claramente visto, o lume vivo"
(Camões, Os Lusíadas, V, 18)
"Vi com estes olhos que a terra há de comer" (aforismo popular)
Contudo, os puristas condenam certos pleonasmos comuns na linguagem quotidiana, considerando-os repetições supérfluas de palavras e de ideias, como nos seguintes exemplos: "monopólio exclusivo", "principal protagonista", "prevenir de véspera", "entrar para dentro", "subir para cima".
Lindley Cintra (1984, Nova Gramática do Português Contemporâneo: 619) refere ainda um tipo de pleonasmo de uso literário que designa por "epíteto de natureza" e que consiste em acrescentar um adjetivo que realce uma propriedade intrínseca do nome de que ele é atributo. Assim, trata-se de uma forma de ênfase mas com objetivos estéticos. Nos exemplos seguintes, a propriedade salgado é intrínseca de mar, tal como a de verde é inerente ao pinheiro.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
(Fernando Pessoa, Mensagem, "Mar Português", X)
Ai flores, ai flores do verde pinho
Se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
(Dom Dinis, in Cancioneiro da Biblioteca Nacional 568 ou in Cancioneiro da Vaticana 171)
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Como referenciar
Porto Editora – pleonasmo (retórica) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-15 07:20:00]. Disponível em
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