polissemia
Diz-se que uma palavra é polissémica quando possui vários significados contidos numa mesma forma gráfica e fonológica:

A polissemia confunde-se muitas vezes com a homonímia, o que constitui um dos problemas mais complexos em lexicografia e em semântica lexical, como se pode observar pelas opções nem sempre coincidentes que são tomadas pelos lexicógrafos quando decidem que uma palavra constitui uma entrada no dicionário com várias aceções (polissemia) ou que, pelo contrário, corresponde a várias entradas com a mesma forma (homonímia).
A análise sincrónica da língua e a constatação de que um conteúdo semântico está incluído dentro de outro seja por extensão metafórica ou abstração é geralmente o critério tomado pelos lexicógrafos quando decidem sobre a polissemia de uma palavra. No entanto, a problemática de distinção entre polissemia e homonímia não foi resolvida nem pelo estruturalismo nem pelo generativismo.
A teoria dos protótipos trouxe um importante contributo para a análise da polissemia e da homonímia dentro do paradigma teórico do cognitivismo. Os estudos sobre a polissemia em semântica cognitiva permitem afirmar que a maior parte das palavras é polissémica e não monossémica ou homonímica, o que significa que o fenómeno da polissemia é o mais representado na estrutura cognitiva das línguas. A polissemia é de facto o processo de categorização da realidade mais frequente, apesar de haver uma tradição de estudos diacrónicos que defendem a expansão da homonímia em detrimento da polissemia.
A polissemia é geralmente o resultado de uma expansão metafórica ou metonímica do significado de um lexema. Nos dicionários, esta expansão costuma assinalar-se pela etiqueta de sentido figurado, o que deixa entender um fenómeno de abstração subjacente. A teoria dos protótipos dá uma explicação cognitivista deste fenómeno, que pode ser exemplificada pela análise do lexema <anel de noivado> e <anel de Saturno>. A relação que existe entre os dois usos de <anel> é muito clara: ambos evocam a mesma imagem gráfica de objeto arredondado que contorna outro objeto (no primeiro caso o dedo, no segundo caso o planeta). Estamos perante dois usos diferentes cujo significado se interceta na forma esquemática que memorizamos. Por outras palavras, a primeira aceção enquadra-se dentro do núcleo do protótipo que nós possuímos para a palavra <anel>, ficando a segunda aceção na margem desse protótipo, criada pelo processo da metáfora, algures ao lado de <cabelos aos anéis> ou de <anel de fogo>. Os significados polissémicos são assim categorias radiais, que se fixam pelas margens do protótipo, com graus diferentes de representatividade.
A polissemia confunde-se muitas vezes com a homonímia, o que constitui um dos problemas mais complexos em lexicografia e em semântica lexical, como se pode observar pelas opções nem sempre coincidentes que são tomadas pelos lexicógrafos quando decidem que uma palavra constitui uma entrada no dicionário com várias aceções (polissemia) ou que, pelo contrário, corresponde a várias entradas com a mesma forma (homonímia).
A análise sincrónica da língua e a constatação de que um conteúdo semântico está incluído dentro de outro seja por extensão metafórica ou abstração é geralmente o critério tomado pelos lexicógrafos quando decidem sobre a polissemia de uma palavra. No entanto, a problemática de distinção entre polissemia e homonímia não foi resolvida nem pelo estruturalismo nem pelo generativismo.
A teoria dos protótipos trouxe um importante contributo para a análise da polissemia e da homonímia dentro do paradigma teórico do cognitivismo. Os estudos sobre a polissemia em semântica cognitiva permitem afirmar que a maior parte das palavras é polissémica e não monossémica ou homonímica, o que significa que o fenómeno da polissemia é o mais representado na estrutura cognitiva das línguas. A polissemia é de facto o processo de categorização da realidade mais frequente, apesar de haver uma tradição de estudos diacrónicos que defendem a expansão da homonímia em detrimento da polissemia.
A polissemia é geralmente o resultado de uma expansão metafórica ou metonímica do significado de um lexema. Nos dicionários, esta expansão costuma assinalar-se pela etiqueta de sentido figurado, o que deixa entender um fenómeno de abstração subjacente. A teoria dos protótipos dá uma explicação cognitivista deste fenómeno, que pode ser exemplificada pela análise do lexema <anel de noivado> e <anel de Saturno>. A relação que existe entre os dois usos de <anel> é muito clara: ambos evocam a mesma imagem gráfica de objeto arredondado que contorna outro objeto (no primeiro caso o dedo, no segundo caso o planeta). Estamos perante dois usos diferentes cujo significado se interceta na forma esquemática que memorizamos. Por outras palavras, a primeira aceção enquadra-se dentro do núcleo do protótipo que nós possuímos para a palavra <anel>, ficando a segunda aceção na margem desse protótipo, criada pelo processo da metáfora, algures ao lado de <cabelos aos anéis> ou de <anel de fogo>. Os significados polissémicos são assim categorias radiais, que se fixam pelas margens do protótipo, com graus diferentes de representatividade.
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Como referenciar
polissemia na Infopédia [em linha]. Porto Editora. Disponível em https://www.infopedia.pt/artigos/$polissemia [visualizado em 2025-06-24 18:47:19].
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