Política Africana de D. Sebastião
D. Sebastião (1554-1578), rei de Portugal, era filho do príncipe D. João e de D. Joana de Áustria, tendo sucedido na linha hierárquica ao seu avô D. João III.
Desde muito cedo D. Sebastião manifestava duas grandes paixões: a guerra e o zelo religioso. Quando atingiu a maioridade, D. Sebastião afastou-se do partido de D. Catarina de Áustria, sua avó, cuja política pendia para o lado espanhol, e do partido do cardeal D. Henrique (cunhado de D. Catarina) de tendência nacionalista, aliando-se ao partido dos validos, dispostos a seguir as suas pisadas.
Devido ao seu temperamento impulsivo, acalentou a esperança de se tornar um verdadeiro cruzado. Já que não possuía planos políticos nem paciência para governar Portugal, manifestando-se no facto de não se interessar pela opinião do povo, nunca ter convocado cortes e de nunca ter administrado a justiça fora de Lisboa, D. Sebastião pôde iniciar a sua política ultramarina. Recorreu a várias fontes para obter dinheiro para subsidiar a sua expedição a África.
Em 1572 nomeou Rui de Sousa para capitão-mor de Tânger, no intuito deste alargar o seu domínio. Morto em combate, foi substituído por D. António, prior do Crato, em 1574.
Porém, D. Sebastião acalentava o sonho de ser ele a combater em África e, para isso, preparou sem dizer nada a ninguém a sua expedição.
Sem qualquer plano estratégico partiu para Ceuta e, daqui, seguiu para Tânger. Contudo, D. Catarina obrigou-o a regressar e D. Sebastião, reconhecendo a impossibilidade de conquistar Larache e Arzila, acabou por ceder.
Inquieto pelas lutas que os mouros iam desencadeando em África, como é o caso do xerife de Marrocos, Mulei Maamede, ter sido destronado por Mulei Almélique, auxiliado pelo sultão da Turquia, as suas esperanças aumentavam, arranjando um pretexto para prosseguir a sua investida. Segundo D. Sebastião, se Almélique conquistasse Marrocos com o auxílio da Turquia, os Turcos teriam a possibilidade de, a partir de Larache, atacar as costas da península, conseguindo entrar no comércio da Guiné, Oriente e Brasil. Urgia, assim, conquistar Larache. São estas as razões que D. Sebastião apresenta a Filipe II no Santuário de Guadalupe em dezembro de 1576, quando lhe propõe uma ação militar conjunta. Como o rei se recusou a ajudá-lo, D. Sebastião obteve o apoio do duque de Alba. Porém, os meios militares e financeiros eram escassos. Os preparativos arrastaram-se pelo ano de 1578, enquanto no país já reinava o desânimo, uma vez que esta expedição podia levar Portugal à ruína.
Face a esta situação, D. Sebastião nomeou um grupo de governadores e, a 24 de junho de 1578, partiu com a sua armada. Após alguns dias em Lagos e Cadiz, chegou a Tânger donde partiu para Arzila, governada por D. Duarte de Menezes. Esta demora deu tempo ao chefe mouro para se preparar, tomando a guerra, a partir daqui, uma vertente santa. Não tendo em conta o plano inicial, a 29 de julho de 1578 o rei partiu de Arzila rumo a Alcácer Quibir, por terra, para dali entrar em Larache. Porém, no dia 4 de agosto de 1578 o exército lusitano, cansado por este esforço suplementar, foi derrotado na célebre Batalha de Alcácer Quibir, onde D. Sebastião acabou, pretensamente, por perder a vida em combate.
Desde muito cedo D. Sebastião manifestava duas grandes paixões: a guerra e o zelo religioso. Quando atingiu a maioridade, D. Sebastião afastou-se do partido de D. Catarina de Áustria, sua avó, cuja política pendia para o lado espanhol, e do partido do cardeal D. Henrique (cunhado de D. Catarina) de tendência nacionalista, aliando-se ao partido dos validos, dispostos a seguir as suas pisadas.
Em 1572 nomeou Rui de Sousa para capitão-mor de Tânger, no intuito deste alargar o seu domínio. Morto em combate, foi substituído por D. António, prior do Crato, em 1574.
Porém, D. Sebastião acalentava o sonho de ser ele a combater em África e, para isso, preparou sem dizer nada a ninguém a sua expedição.
Sem qualquer plano estratégico partiu para Ceuta e, daqui, seguiu para Tânger. Contudo, D. Catarina obrigou-o a regressar e D. Sebastião, reconhecendo a impossibilidade de conquistar Larache e Arzila, acabou por ceder.
Inquieto pelas lutas que os mouros iam desencadeando em África, como é o caso do xerife de Marrocos, Mulei Maamede, ter sido destronado por Mulei Almélique, auxiliado pelo sultão da Turquia, as suas esperanças aumentavam, arranjando um pretexto para prosseguir a sua investida. Segundo D. Sebastião, se Almélique conquistasse Marrocos com o auxílio da Turquia, os Turcos teriam a possibilidade de, a partir de Larache, atacar as costas da península, conseguindo entrar no comércio da Guiné, Oriente e Brasil. Urgia, assim, conquistar Larache. São estas as razões que D. Sebastião apresenta a Filipe II no Santuário de Guadalupe em dezembro de 1576, quando lhe propõe uma ação militar conjunta. Como o rei se recusou a ajudá-lo, D. Sebastião obteve o apoio do duque de Alba. Porém, os meios militares e financeiros eram escassos. Os preparativos arrastaram-se pelo ano de 1578, enquanto no país já reinava o desânimo, uma vez que esta expedição podia levar Portugal à ruína.
Face a esta situação, D. Sebastião nomeou um grupo de governadores e, a 24 de junho de 1578, partiu com a sua armada. Após alguns dias em Lagos e Cadiz, chegou a Tânger donde partiu para Arzila, governada por D. Duarte de Menezes. Esta demora deu tempo ao chefe mouro para se preparar, tomando a guerra, a partir daqui, uma vertente santa. Não tendo em conta o plano inicial, a 29 de julho de 1578 o rei partiu de Arzila rumo a Alcácer Quibir, por terra, para dali entrar em Larache. Porém, no dia 4 de agosto de 1578 o exército lusitano, cansado por este esforço suplementar, foi derrotado na célebre Batalha de Alcácer Quibir, onde D. Sebastião acabou, pretensamente, por perder a vida em combate.
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Como referenciar
Porto Editora – Política Africana de D. Sebastião na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-25 05:49:49]. Disponível em
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