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Ponta Delgada
Aspetos Geográficos
Cidade e sede do concelho, Ponta Delgada localiza-se na ilha São Miguel, ilha pertencente ao grupo oriental do arquipélago dos Açores, e está inserido na Região Autónoma dos Açores (RAA) (NUT I, II e III). O concelho é limitado a norte, a oeste e a sul pelo oceano Atlântico, a nordeste pelo concelho de Ribeira Grande e Lagoa, ocupando uma superfície de 231,9 km2, distribuída por 24 freguesias: Arrifes, Ajuda da Bretanha, Pilar da Bretanha, Candelaria, Capelas, Fajã de Baixo, Fajã de Cima, Fenais da Luz, Feteiras, Ginetes, Rosto do Cão (Livramento), Mosteiros, Ponta Delgada (Matriz), Relva, Remédios, Santo António, Ponta Delgada (São José), Ponta Delgada (São Pedro), Rosto do Cão (São Roque), São Vicente Ferreiras, Sete Cidades, Covoada, Santa Clara e Santa Bárbara.
Em 2021, o concelho apresentava 67 287 habitantes.
O clima nesta região é ameno e húmido, com temperaturas médias que oscilam entre os 14 ºC e os 22 ºC, e com uma precipitação regular ao longo do ano, responsável pela fertilidade dos solos. O relevo é integrado na ilha de São Miguel, sendo caracterizado por materiais de projeção e cones de escórias (materiais piroclásticos). É possível encontrar as seguintes formações geológicas: ilhéu dos Mosteiros, Lagoa das Sete Cidades (cratera vulcânica), Ponta dos Mosteiros, Ponta da Bretanha, Seara Gorda (485 m), Pico dos Bodes (312 m) e Senhora da Piedade/Pico da Castanheira (208 m).
História e Monumentos
Ponta Delgada localiza-se na ilha de São Miguel, a primeira ilha a ser descoberta em 1427 por Diogo de Silves. O seu povoamento iniciou-se em 1444, tendo sido Gonçalo Velho Cabral o primeiro governador da ilha. Em 1499, Ponta Delgada foi elevada a vila e a sua prosperidade levou a que a alfândega fosse para aí transferida em 1518. Ponta Delgada foi elevada a cidade em 1546.
A fertilidade dos solos e a localização estratégica da ilha de S. Miguel nas rotas entre a Europa e a América justificam o acentuado crescimento económico desta região. O cultivo de trigo, cana-de-açúcar, pastel, urzela, vinho e mais tarde de batata-doce, milho, inhame, linho e laranja, sendo esta exportada em grande escala para a Inglaterra, foram a base da economia dos séculos XVI a XVIII.
O concelho participou no início do século XIX nas lutas liberais e daqui partiram, em 1832, as tropas para o cerco no Porto, que conduziu à proclamação da Carta Constitucional e à aclamação da rainha D. Maria II.
Em finais do século XIX, os laranjais, que eram então a mais importante fonte de receita da ilha, foram destruídos por uma doença. No entanto, a população reagiu e dedicou-se ao cultivo de novas culturas, nomeadamente chá, tabaco, espadana, chicória, beterraba sacarina e ananás. A construção do porto artificial em 1861 dinamizou a economia, atraindo o setor industrial para o concelho.
Ponta Delgada é atualmente o centro económico, administrativo e turístico dos Açores, sendo também o centro universitário na medida em que alberga o polo mais importante da Universidade dos Açores, criada em 1975.
O património arquitetónico de Ponta Delgada é bastante rico e dele se destacam a igreja matriz (século XV), a Igreja de Santa Clara, a Capela de São Pedro Gonçalves, a Igreja de São Mateus, a Igreja de São José (sécs. XVI-XVII) e a Igreja dos Franciscanos (sécs. XVI-XVII), que fica ao lado da Capela de Nossa Senhora das Dores, em que as superfícies brancas são alternadas com pedra vulcânica lavrada. A Igreja de São Sebastião, fundada em1553, é também um local a visitar pelo seu portal manuelino, os painéis de azulejos e mobiliário do século XVII de madeira de jacarandá, do Brasil.
Ainda de cariz religioso, encontram-se o Convento do Carmo, o Convento da Conceição (sécs. XVII-XVIII) e o Convento de Nossa Senhora da Esperança, do século XVIII, que possui uma capela revestida por azulejos coloridos do século XVIII, de Oliveira Bernardes, da Fábrica do Rato. Este convento é palco das festividades do Santo Cristo dos Milagres e alberga também o Tesouro do Senhor Santo Cristo composto pelo relicário, a coroa e o resplendor em ouro e cravejado de pedras preciosas, um dos conjuntos mais valiosos do património nacional.
O castelo de São Brás, mandado edificar por D. João III, o edifício da Alfândega, o antigo Colégio dos Jesuítas, os antigos Paços do Concelho, o Paço dos Condes da Ribeira e as Portas da Cidade, que datam de 1783 e marcavam a entrada da cidade, também fazem parte do espólio arquitetónico do concelho.
Tradições, Lendas e Curiosidades
A atividade cultural no concelho é marcada pelas festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a maior festividade religiosa dos Açores. Uma procissão encabeçada por uma imagem de Cristo, decorada com uma túnica com diamantes e ouro, parte do Convento da Esperança, onde a imagem está guardada. A procissão passa pelas ruas atapetadas de flores e enfeitadas com arcos e iluminações. As festas do Espírito Santo são celebradas, praticamente em todas as ilhas. Estas festas remontam aos primeiros colonos, que pediam a proteção contra os desastres naturais. O ritual inclui a coroação de uma criança, que usa o cetro e uma placa de prata, símbolos do Espírito Santo, tendo lugar uma grande festa no sétimo domingo depois da Páscoa.
A nível de artesanato destacam-se as flores de escamas de peixe, de papel, de penas ou de pano, os capachos de folhas de milho e espadana; os trabalhos de vime, os bordados de linho, os bonecos de folhelho de milho com trajes tradicionais, as colchas coloridas tecidas manualmente e os barretes de lã.
As personalidades ligadas a Ponta Delgada que se distinguiram foram várias, como é o caso do poeta e escritor Antero de Quental, do político e também escritor Teófilo Braga e de Roberto Ivens, famoso explorador africano. Além destes, também Gaspar Frutuoso como historiador, José de Sena Freitas como apologista e polemista e Ernesto Hintze Ribeiro como político.
Ainda no aspeto cultural, são de referir a Casa-Museu Armando Cortes Rodrigues e o Museu de Carlos Machado, sediado no antigo Mosteiro de Santo André. A vida na ilha é aqui retratada em secções de pintura, escultura, etnografia, epigrafia e ciências.
Neste concelho destaca-se a lenda das Sete Cidades, que reza assim: no Reino das Sete Cidades havia uma linda princesa de olhos azuis. A jovem princesa apreciava bastante a vida do campo, pelo que costumava fazer caminhadas pelos campos e montes, admirando o que a rodeava. Até que um dia conheceu um jovem pastor, por quem se apaixonou. Passaram a encontrar-se todos os dias, trocando juras de amor. Este romance chegou ao conhecimento do rei e da rainha, que proibiram o namoro. Eles tinham outros planos para a filha: pretendiam casá-la com o príncipe herdeiro de outro reino. Porém, foi concedido à princesa um último encontro com o pastor, para se despedir dele. A tristeza da separação foi tão grande e eles choraram tanto, que a seus pés se formaram duas lagoas: uma azul, das lágrimas derramadas pelos olhos azuis da princesa, e outra verde, das lágrimas derramadas pelos olhos verdes do pastor. Os jovens enamorados separaram-se para sempre, mas o mesmo não aconteceu às duas lagoas.
Economia
Em Ponta Delgada, o setor primário constitui a principal atividade económica do concelho, em que a área agrícola ocupa cerca de 74,4% da área do concelho. O cultivo é praticado em pequenas explorações, destacando-se o cultivo do ananás dos Açores, para além das culturas forrageiras, as culturas permanentes de vinha, citrinos e frutos subtropicais, as culturas industriais, prados, pastagens permanentes e prados temporários.
No que respeita à pecuária, os bovinos, os suínos e as aves constituem as principais espécies de criação de gado.
A região apresenta uma baixa densidade florestal de 13,8%, que corresponde a uma área de 419 ha, salientando-se as espécies cedros, zimbros e loureiros como as mais abundantes.
O setor secundário em Ponta Delgada é diversificado, encontrando-se no concelho indústrias de laticínios, massas alimentares, rações para animais, refrigerantes, tabaco, fabrico de cerâmica, cimento, fertilizantes e mobiliário.
No setor terciário, o turismo tem vindo a assumir uma importância económica crescente no concelho, sendo este, usualmente, o ponto de partida para o turismo nos Açores. As principais atividades e atrações turísticas que se podem encontrar no concelho e por toda a ilha consistem no golfe, ténis, prática de vela, windsurf, remo, escaladas, passeios, mergulho, observação e fotografia submarinas e pesca.
Cidade e sede do concelho, Ponta Delgada localiza-se na ilha São Miguel, ilha pertencente ao grupo oriental do arquipélago dos Açores, e está inserido na Região Autónoma dos Açores (RAA) (NUT I, II e III). O concelho é limitado a norte, a oeste e a sul pelo oceano Atlântico, a nordeste pelo concelho de Ribeira Grande e Lagoa, ocupando uma superfície de 231,9 km2, distribuída por 24 freguesias: Arrifes, Ajuda da Bretanha, Pilar da Bretanha, Candelaria, Capelas, Fajã de Baixo, Fajã de Cima, Fenais da Luz, Feteiras, Ginetes, Rosto do Cão (Livramento), Mosteiros, Ponta Delgada (Matriz), Relva, Remédios, Santo António, Ponta Delgada (São José), Ponta Delgada (São Pedro), Rosto do Cão (São Roque), São Vicente Ferreiras, Sete Cidades, Covoada, Santa Clara e Santa Bárbara.
Em 2021, o concelho apresentava 67 287 habitantes.
O clima nesta região é ameno e húmido, com temperaturas médias que oscilam entre os 14 ºC e os 22 ºC, e com uma precipitação regular ao longo do ano, responsável pela fertilidade dos solos. O relevo é integrado na ilha de São Miguel, sendo caracterizado por materiais de projeção e cones de escórias (materiais piroclásticos). É possível encontrar as seguintes formações geológicas: ilhéu dos Mosteiros, Lagoa das Sete Cidades (cratera vulcânica), Ponta dos Mosteiros, Ponta da Bretanha, Seara Gorda (485 m), Pico dos Bodes (312 m) e Senhora da Piedade/Pico da Castanheira (208 m).
História e Monumentos
Ponta Delgada localiza-se na ilha de São Miguel, a primeira ilha a ser descoberta em 1427 por Diogo de Silves. O seu povoamento iniciou-se em 1444, tendo sido Gonçalo Velho Cabral o primeiro governador da ilha. Em 1499, Ponta Delgada foi elevada a vila e a sua prosperidade levou a que a alfândega fosse para aí transferida em 1518. Ponta Delgada foi elevada a cidade em 1546.
A fertilidade dos solos e a localização estratégica da ilha de S. Miguel nas rotas entre a Europa e a América justificam o acentuado crescimento económico desta região. O cultivo de trigo, cana-de-açúcar, pastel, urzela, vinho e mais tarde de batata-doce, milho, inhame, linho e laranja, sendo esta exportada em grande escala para a Inglaterra, foram a base da economia dos séculos XVI a XVIII.
O concelho participou no início do século XIX nas lutas liberais e daqui partiram, em 1832, as tropas para o cerco no Porto, que conduziu à proclamação da Carta Constitucional e à aclamação da rainha D. Maria II.
Em finais do século XIX, os laranjais, que eram então a mais importante fonte de receita da ilha, foram destruídos por uma doença. No entanto, a população reagiu e dedicou-se ao cultivo de novas culturas, nomeadamente chá, tabaco, espadana, chicória, beterraba sacarina e ananás. A construção do porto artificial em 1861 dinamizou a economia, atraindo o setor industrial para o concelho.
Ponta Delgada é atualmente o centro económico, administrativo e turístico dos Açores, sendo também o centro universitário na medida em que alberga o polo mais importante da Universidade dos Açores, criada em 1975.
O património arquitetónico de Ponta Delgada é bastante rico e dele se destacam a igreja matriz (século XV), a Igreja de Santa Clara, a Capela de São Pedro Gonçalves, a Igreja de São Mateus, a Igreja de São José (sécs. XVI-XVII) e a Igreja dos Franciscanos (sécs. XVI-XVII), que fica ao lado da Capela de Nossa Senhora das Dores, em que as superfícies brancas são alternadas com pedra vulcânica lavrada. A Igreja de São Sebastião, fundada em1553, é também um local a visitar pelo seu portal manuelino, os painéis de azulejos e mobiliário do século XVII de madeira de jacarandá, do Brasil.
Ainda de cariz religioso, encontram-se o Convento do Carmo, o Convento da Conceição (sécs. XVII-XVIII) e o Convento de Nossa Senhora da Esperança, do século XVIII, que possui uma capela revestida por azulejos coloridos do século XVIII, de Oliveira Bernardes, da Fábrica do Rato. Este convento é palco das festividades do Santo Cristo dos Milagres e alberga também o Tesouro do Senhor Santo Cristo composto pelo relicário, a coroa e o resplendor em ouro e cravejado de pedras preciosas, um dos conjuntos mais valiosos do património nacional.
O castelo de São Brás, mandado edificar por D. João III, o edifício da Alfândega, o antigo Colégio dos Jesuítas, os antigos Paços do Concelho, o Paço dos Condes da Ribeira e as Portas da Cidade, que datam de 1783 e marcavam a entrada da cidade, também fazem parte do espólio arquitetónico do concelho.
A atividade cultural no concelho é marcada pelas festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a maior festividade religiosa dos Açores. Uma procissão encabeçada por uma imagem de Cristo, decorada com uma túnica com diamantes e ouro, parte do Convento da Esperança, onde a imagem está guardada. A procissão passa pelas ruas atapetadas de flores e enfeitadas com arcos e iluminações. As festas do Espírito Santo são celebradas, praticamente em todas as ilhas. Estas festas remontam aos primeiros colonos, que pediam a proteção contra os desastres naturais. O ritual inclui a coroação de uma criança, que usa o cetro e uma placa de prata, símbolos do Espírito Santo, tendo lugar uma grande festa no sétimo domingo depois da Páscoa.
A nível de artesanato destacam-se as flores de escamas de peixe, de papel, de penas ou de pano, os capachos de folhas de milho e espadana; os trabalhos de vime, os bordados de linho, os bonecos de folhelho de milho com trajes tradicionais, as colchas coloridas tecidas manualmente e os barretes de lã.
As personalidades ligadas a Ponta Delgada que se distinguiram foram várias, como é o caso do poeta e escritor Antero de Quental, do político e também escritor Teófilo Braga e de Roberto Ivens, famoso explorador africano. Além destes, também Gaspar Frutuoso como historiador, José de Sena Freitas como apologista e polemista e Ernesto Hintze Ribeiro como político.
Ainda no aspeto cultural, são de referir a Casa-Museu Armando Cortes Rodrigues e o Museu de Carlos Machado, sediado no antigo Mosteiro de Santo André. A vida na ilha é aqui retratada em secções de pintura, escultura, etnografia, epigrafia e ciências.
Neste concelho destaca-se a lenda das Sete Cidades, que reza assim: no Reino das Sete Cidades havia uma linda princesa de olhos azuis. A jovem princesa apreciava bastante a vida do campo, pelo que costumava fazer caminhadas pelos campos e montes, admirando o que a rodeava. Até que um dia conheceu um jovem pastor, por quem se apaixonou. Passaram a encontrar-se todos os dias, trocando juras de amor. Este romance chegou ao conhecimento do rei e da rainha, que proibiram o namoro. Eles tinham outros planos para a filha: pretendiam casá-la com o príncipe herdeiro de outro reino. Porém, foi concedido à princesa um último encontro com o pastor, para se despedir dele. A tristeza da separação foi tão grande e eles choraram tanto, que a seus pés se formaram duas lagoas: uma azul, das lágrimas derramadas pelos olhos azuis da princesa, e outra verde, das lágrimas derramadas pelos olhos verdes do pastor. Os jovens enamorados separaram-se para sempre, mas o mesmo não aconteceu às duas lagoas.
Economia
Em Ponta Delgada, o setor primário constitui a principal atividade económica do concelho, em que a área agrícola ocupa cerca de 74,4% da área do concelho. O cultivo é praticado em pequenas explorações, destacando-se o cultivo do ananás dos Açores, para além das culturas forrageiras, as culturas permanentes de vinha, citrinos e frutos subtropicais, as culturas industriais, prados, pastagens permanentes e prados temporários.
No que respeita à pecuária, os bovinos, os suínos e as aves constituem as principais espécies de criação de gado.
A região apresenta uma baixa densidade florestal de 13,8%, que corresponde a uma área de 419 ha, salientando-se as espécies cedros, zimbros e loureiros como as mais abundantes.
O setor secundário em Ponta Delgada é diversificado, encontrando-se no concelho indústrias de laticínios, massas alimentares, rações para animais, refrigerantes, tabaco, fabrico de cerâmica, cimento, fertilizantes e mobiliário.
No setor terciário, o turismo tem vindo a assumir uma importância económica crescente no concelho, sendo este, usualmente, o ponto de partida para o turismo nos Açores. As principais atividades e atrações turísticas que se podem encontrar no concelho e por toda a ilha consistem no golfe, ténis, prática de vela, windsurf, remo, escaladas, passeios, mergulho, observação e fotografia submarinas e pesca.
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Porto Editora – Ponta Delgada na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-14 12:22:56]. Disponível em
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