psicologia individual
O fundador da psicologia individual, ramo da psicologia que estuda as diferenças entre os indivíduos, foi o psiquiatra austríaco Alfred Adler (1870-1937), um dos grandes colaboradores do "pai" da psicanálise, Sigmund Freud (1856-1939), tal como tinha sido o psicanalista suíço Carl Jung (1875-1962).
Apesar de, inicialmente, se ter interessado pelas teorias freudianas e de, em 1902, se ter inscrito na Sociedade Psicanalítica de Viena, fundada por Freud, rompeu com este depois de ter sido publicada a sua obra Estudo da Inferioridade Orgânica e da sua Compensação Psíquica (ponto de divergência com Freud) e de, em 1911, ter fundado a Associação de Psicologia Individual.
Uma das principais divergências com Freud consistia no facto de Adler não concordar que a sexualidade fosse tão salientada no desenvolvimento da personalidade e das suas perturbações.
Nas suas conferências e publicações, preocupou-se não só com os especialistas da sua área como também com todos aqueles que estivessem interessados no correto desenvolvimento das crianças. O seu maior interesse era com elas e, por isso, abriu inúmeras clínicas especializadas na sua psicoterapia infantil.
Juntamente com os seus seguidores, criou um novo sistema teórico que tinha por objetivo principal a compreensão, o tratamento e a prevenção das doenças mentais.
A conceção de Adler explica que a criança nasce com uma carga instintiva própria da espécie humana (o chamado instinto do poder), desenvolve sentimentos de inferioridade que terá que os superar, logo nos primeiros anos de vida, através do estabelecimento de uma estratégia pessoal para lidar com a forma como se sente em relação à sua situação familiar. Deste modo, estabelece um estilo de vida que irá constituir o principal fator do seu carácter (qualidade consistente e duradoura reconhecida num indivíduo).
A sua teoria tem, assim, como principal preocupação, a fragilidade e o desamparo na infância, que produzem sentimentos de inferioridade em todas as crianças e, nos casos mais graves, complexos de inferioridade.
Se a inferioridade é reconhecida pelo sujeito e, se este, procura reduzi-la ou adaptar-se a ela na sua vida, é considerado um sentimento de inferioridade, mas se este sentimento for inconsciente, o indivíduo não sabe a origem dos seus sintomas e, portanto, é um complexo de inferioridade.
Dentro de uma família, o primeiro filho é mais vulnerável ao desenvolvimento de sentimentos e complexos de inferioridade, porque um segundo filho, mais novo, vem destroná-lo da sua posição de primazia. A mãe deve estar atenta para não diminuir a atenção dada ao filho mais velho, a partir do momento que surge um outro filho.
A superação ou a resolução dos sentimentos de inferioridade é realizada através de uma competição individual com vista a obter uma situação positiva de superioridade, que pode ser atingida por: compensação frutuosa (por exemplo, um bom ajustamento na sociedade, no trabalho e no sexo); supercompensação (por exemplo, atitudes violentas por parte de um indivíduo fisicamente fraco); ou pelo aparecimento de uma neurose (para Adler é uma doença que corresponde a uma libertação e transformação da responsabilidade, de ter que ser sempre melhor, em sintomas).
O neurótico é um indivíduo frustrado porque fracassou em, pelo menos, um ou dois dos três problemas básicos da vida (estipulados por este modelo): o problema profissional (ter sucesso no seu trabalho); o problema do Eu-Tu (relacionar-se saudavelmente com as outras pessoas); e o problema sexual (exercer normalmente a sua atividade reprodutora).
A terapia apresentada pela psicologia individual consiste em tornar o sujeito neurótico, em responsável. Durante a psicoterapia, é de extrema importância descobrir as primeiras tentativas que o sujeito fez em criança para resolver os problemas, afim de chegar-se mais rapidamente a um diagnóstico.
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