1 min
Questão da pobreza de Cristo
A questão da pobreza de Cristo animou os debates teológicos da Idade Média, nos séculos XIII e XIV; suscitou apoios políticos e esteve na base de movimentos marginais, logo perseguidos pela ortodoxia cristã. Atingiu, igualmente, de sobremaneira, a mais numerosa e influente Ordem religiosa baixo-medieval, os franciscanos, tradicionais "campeões" da pobreza e da humildade.
Fiéis à letra do Evangelho e do seu espírito, os homens da Igreja afirmavam que Cristo era verdadeiramente pobre, estando presente assim em cada ser humano, pobre ou rico, doente ou são. Daí nasce a questão da Pobreza que devia ser extensível a todos os sacerdotes e religiosos. Uns defendiam a pobreza total; outros, só espiritual, como Gerson; enquanto outros ainda realçavam a material como motora de qualquer outra. A questão, na prática, residia sobre a posse ou não de bens, a propriedade individual ou coletiva. De facto, os franciscanos, uma das Ordens Mendicantes, surgem como reação às tradicionais Ordens Monásticas, contemplativas, abastadas e detentoras de grossos cabedais, honras, títulos e propriedades, ao contrário de Cristo. Este, pobre e humilde, era o modelo dos franciscanos que, nos séculos XIV e XV, dividir-se-ão face a esta questão da pobreza.
A pobreza voluntária surge como reflexo da defesa de que Cristo nada possuía, aliás como os apóstolos, nem individualmente, nem em comum. Por isso, na Idade Média, cria-se a ideia da pobreza voluntária, apoiada na esmola e na mendicância. Estas, por serem consideradas indignas ao Homem, não serão toleradas pelas cúpulas clericais aos novos religiosos e sacerdotes de Cristo pobre. A estes, as esmolas serviam apenas para serem distribuídas pelos pobres da sociedade, não como forma de vida e sustento dos próprios religiosos.
A pobreza, aliada ao trabalho manual, à imitação de Cristo, suscitou vivos debates em universidades, como a de Paris, nos quais os intérpretes principais eram os franciscanos, contra clérigos ricos e senhorializados.
A Inquisição medieval perseguiu também religiosos defensores da Pobreza de Cristo e suas obras, como o Evangelho Eterno, de Guilherme de Sto. Amor. O Nome da Rosa, obra do século XX de Umberto Eco, retrata com certa fidelidade e rigor, entre outros aspetos, a pobreza como debate central da Idade Média e a sua ligação reminiscente a Cristo, afinal, também ele pobre.
Fiéis à letra do Evangelho e do seu espírito, os homens da Igreja afirmavam que Cristo era verdadeiramente pobre, estando presente assim em cada ser humano, pobre ou rico, doente ou são. Daí nasce a questão da Pobreza que devia ser extensível a todos os sacerdotes e religiosos. Uns defendiam a pobreza total; outros, só espiritual, como Gerson; enquanto outros ainda realçavam a material como motora de qualquer outra. A questão, na prática, residia sobre a posse ou não de bens, a propriedade individual ou coletiva. De facto, os franciscanos, uma das Ordens Mendicantes, surgem como reação às tradicionais Ordens Monásticas, contemplativas, abastadas e detentoras de grossos cabedais, honras, títulos e propriedades, ao contrário de Cristo. Este, pobre e humilde, era o modelo dos franciscanos que, nos séculos XIV e XV, dividir-se-ão face a esta questão da pobreza.
A pobreza voluntária surge como reflexo da defesa de que Cristo nada possuía, aliás como os apóstolos, nem individualmente, nem em comum. Por isso, na Idade Média, cria-se a ideia da pobreza voluntária, apoiada na esmola e na mendicância. Estas, por serem consideradas indignas ao Homem, não serão toleradas pelas cúpulas clericais aos novos religiosos e sacerdotes de Cristo pobre. A estes, as esmolas serviam apenas para serem distribuídas pelos pobres da sociedade, não como forma de vida e sustento dos próprios religiosos.
A pobreza, aliada ao trabalho manual, à imitação de Cristo, suscitou vivos debates em universidades, como a de Paris, nos quais os intérpretes principais eram os franciscanos, contra clérigos ricos e senhorializados.
A Inquisição medieval perseguiu também religiosos defensores da Pobreza de Cristo e suas obras, como o Evangelho Eterno, de Guilherme de Sto. Amor. O Nome da Rosa, obra do século XX de Umberto Eco, retrata com certa fidelidade e rigor, entre outros aspetos, a pobreza como debate central da Idade Média e a sua ligação reminiscente a Cristo, afinal, também ele pobre.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Questão da pobreza de Cristo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-08 11:33:05]. Disponível em
Outros artigos
-
Umberto EcoEscritor e homem de letras italiano, nascido a 5 de janeiro de 1932 em Alessandria (Piemonte), falec...
-
InquisiçãoA Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício, surgiu na Idade Média, criada pelo papa Gregório IX, no s...
-
ParisAspetos Geográficos Cidade do Norte de França e capital do país, está situada a 370 km da foz do rio...
-
XIIIXIII é um personagem de banda desenhada (BD), criado por Jean Van Hamme (argumento) e William Vance ...
-
firmamentoEste nome, derivado do latim firmus, foi dado numa altura em que os que estudavam o céu, não possuin
-
flecha (simbologia)A flecha é um símbolo de conhecimento superior, de abertura ao desconhecido, de penetração no alvo e
-
exorcismoNo ritual católico do exorcismo, os padres não devem por princípio acreditar na superstição com que
-
Índice ExpurgatórioLista de obras proibidas pela Igreja Católica, que assim visava a salvaguarda da ortodoxia da fé. A
-
fevereiroÉ, na cultura ocidental, o segundo mês do ano e também o mais curto. O seu nome deriva de februarius
-
FilisteusDe proveniência ignorada (apesar de se saber com uma certeza quase absoluta que têm uma raiz indo-eu
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Questão da pobreza de Cristo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-08 11:33:05]. Disponível em