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Reconquista Cristã
Este nome é geralmente usado para identificar a recuperação do território da Península Ibérica ocupado pelos Muçulmanos, desde a revolta de Pelágio (718) até à conquista de Granada (1492). Na sua maioria, os autores ibéricos atribuem um "carácter de luta contínua, ao mesmo tempo religiosa e nacional".
É inquestionável que a invasão muçulmana teve uma evolução diferente das outras invasões europeias, porque, embora tenham deixado vestígios da sua presença, os Mouros nunca se miscigenaram (cultural e racialmente) com os povos autóctones. Daí resultou que os Muçulmanos fossem sempre considerados como os invasores, após oito séculos de difícil convivência.
Neste conflito a religião teve um papel primordial não só para unir os diferentes grupos étnicos (Árabes e Berberes; Francos, Bascos, Astures, Godos e Iberos) mas também para impossibilitar a assimilação e até o compromisso. Inicialmente, os primeiros grupos de Cristãos nas Astúrias resistiram para garantir a sua subsistência e os Francos resistiram para defender as vias de comunicação com a Península Ibérica. Os Bascos dos Pirenéus e os Francos uniram-se, depois de superadas as lutas entre si, para combater o inimigo comum. Após o desmembramento do Império Carolíngio, a luta foi continuada pelos senhores locais, estes formaram os núcleos que vieram a tornar-se nos reinos de Navarra e Aragão e no condado da Catalunha. As Astúrias aproveitaram a luta entre Árabes e Berberes (742-48) para alargar o seu território, no tempo de D. Afonso I, que destruiu e despovoou a fronteira meridional até ao Douro. Com Afonso III (886-910) foi reconquistada a faixa ocidental até ao Mondego e foram repovoadas as áreas de Portucale, Coimbra, Viseu, Lamego e Leão. Esta última cidade passou a ser o centro do reino em 914. No século X a luta foi menos intensa, até Almançor tomar o poder e liderar várias campanhas devastadoras que fizeram recuar a fronteira até ao Douro (981-1002).
Depois, na primeira metade do século XI, a luta voltou a diminuir, devido à crise dos reinos cristãos e à fragmentação do emirado de Córdova (taifas). Fernando Magno levou a fronteira até ao Mondego (1064) e iniciou uma política de alianças e protetorados com os príncipes muçulmanos, que foram, no geral, pouco favoráveis para os invasores.
No final do século, D. Afonso VI alcançou o Tejo (1085), repetindo a mesma política de alianças e desenvolvendo a colaboração com cavaleiros francos. O seu objetivo era criar um império hispânico para reclamar a sua hegemonia sobre a península. Dentro deste contexto, foi repovoado o território entre o Douro e o Tejo e formou-se em Portugal um núcleo que pretendia a independência. No século XII a Reconquista foi sobretudo uma ação política para desenvolver os reinos de Portugal, Leão-Castela e Aragão. A ação do rei passou a sobrepor-se sobre a dos senhores locais, com o auxílio das ordens militares e apoiada também pelo repovoamento da Estremadura e do Tejo. Simultaneamente, foi-se formando o espírito de Cruzada, sob a influência da cúria papal e das ordens militares. Dentro deste espírito travaram-se as batalhas de Navas de Tolosa (1212) e do Salado (1340) e conquistou-se o Algarve (1249), numa altura em que, na Europa central, esmorecia o ideal da Cruzada. Contudo, tal não impediu que os Cristãos aceitassem a capitulação moura e lhes dessem alguns privilégios. Após a tomada de Algeciras (1348), a Reconquista acalmou até à expulsão final dos Muçulmanos, com a tomada de Granada (1492).
A Reconquista possibilitou explicar a formação dos reinos peninsulares medievais e as características (económicas e culturais) das maiores regiões da Espanha, integradas nos reinos cristãos em condições especiais e variáveis de caso para caso.
É inquestionável que a invasão muçulmana teve uma evolução diferente das outras invasões europeias, porque, embora tenham deixado vestígios da sua presença, os Mouros nunca se miscigenaram (cultural e racialmente) com os povos autóctones. Daí resultou que os Muçulmanos fossem sempre considerados como os invasores, após oito séculos de difícil convivência.
Depois, na primeira metade do século XI, a luta voltou a diminuir, devido à crise dos reinos cristãos e à fragmentação do emirado de Córdova (taifas). Fernando Magno levou a fronteira até ao Mondego (1064) e iniciou uma política de alianças e protetorados com os príncipes muçulmanos, que foram, no geral, pouco favoráveis para os invasores.
No final do século, D. Afonso VI alcançou o Tejo (1085), repetindo a mesma política de alianças e desenvolvendo a colaboração com cavaleiros francos. O seu objetivo era criar um império hispânico para reclamar a sua hegemonia sobre a península. Dentro deste contexto, foi repovoado o território entre o Douro e o Tejo e formou-se em Portugal um núcleo que pretendia a independência. No século XII a Reconquista foi sobretudo uma ação política para desenvolver os reinos de Portugal, Leão-Castela e Aragão. A ação do rei passou a sobrepor-se sobre a dos senhores locais, com o auxílio das ordens militares e apoiada também pelo repovoamento da Estremadura e do Tejo. Simultaneamente, foi-se formando o espírito de Cruzada, sob a influência da cúria papal e das ordens militares. Dentro deste espírito travaram-se as batalhas de Navas de Tolosa (1212) e do Salado (1340) e conquistou-se o Algarve (1249), numa altura em que, na Europa central, esmorecia o ideal da Cruzada. Contudo, tal não impediu que os Cristãos aceitassem a capitulação moura e lhes dessem alguns privilégios. Após a tomada de Algeciras (1348), a Reconquista acalmou até à expulsão final dos Muçulmanos, com a tomada de Granada (1492).
A Reconquista possibilitou explicar a formação dos reinos peninsulares medievais e as características (económicas e culturais) das maiores regiões da Espanha, integradas nos reinos cristãos em condições especiais e variáveis de caso para caso.
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Como referenciar
Porto Editora – Reconquista Cristã na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-13 16:08:13]. Disponível em
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