Haiti

João Pedro Marques

Quarenta árvores em discurso directo

António Bagão Félix

As histórias que nos matam

Maria Isaac

< 1 min

Rimas
favoritos

Rimas é a designação da obra lírica de Camões, à semelhança da que sempre se deu à poesia de Petrarca.

Nela confluem três correntes líricas: a da poesia peninsular, constituída por vilancetes, cantigas, esparsas, endechas, cartas, trovas e outras longas composições (são poemas em redondilha); a corrente italiana, realizada em sonetos, canções, composições em oitava-rima e sextinas (são poemas da medida nova ou decassílabos); a corrente greco-latina é composta por éclogas e elegias. Há ainda as sátiras e as cartas moldadas em metro tradicional.

Estátua de Luís Vaz de Camões, em Constância
Em vida, Camões viu apenas publicadas uma ode a apresentar Garcia de Orta em Colóquios dos Simples e Drogas (1563), o soneto "Vós, ninfas da gangética espessura ", a elegia "Depois que Magalhães teve tecida ", ambos dedicados a D. Leonis Pereira, insertos no livro de Magalhães Gândavo: História da Província de Santa Cruz (1576). Diogo de Couto informa-nos na Década VIII que encontrou Camões em Moçambique "vivendo de amigos", trabalhando em "suas Lusíadas" e no seu Parnaso - "livro de muita doutrina e filosofia" que lhe foi roubado e "nunca mais - refere o historiador - dei fé dele".

O desaparecimento do Parnaso deu lugar à incorporação de poesias em Rimas que certamente não lhe pertencem. A primeira edição data de 1595, feita por F. Rodrigues Lobo Soropita.
Manifestam-se no lirismo camoniano dois tipos de estilo: o estilo engenhoso, na tradição do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, presente em quase todas as redondilhas e em alguns sonetos, que se fundamenta na coisificação das palavras e das realidades sensíveis e manifesta subtileza e imaginação; o estilo clássico em que as palavras pretendem captar uma realidade externa ou interna, com existência independente das mesmas.

A temática é variada, podendo afirmar-se que gravita à volta de três eixos: o galanteio amoroso, mais ou menos circunstancial, os temas psicológicos quase sempre analisando a paixão amorosa e os temas filosóficos, como a desarmonia entre o Merecimento e o Destino, o direito à felicidade e a impossibilidade de a alcançar, a justiça aparente e a justiça transcendente.
São temas comuns aos bons escritores renascentistas, mas o tom em que Camões os trata é pessoal, nele transparecendo a aliança entre a meditação e a experiência.

Partilhar
  • partilhar whatsapp
Como referenciar
Rimas na Infopédia [em linha]. Porto Editora. Disponível em https://www.infopedia.pt/artigos/$rimas [visualizado em 2025-06-19 00:47:26].

Haiti

João Pedro Marques

Quarenta árvores em discurso directo

António Bagão Félix

As histórias que nos matam

Maria Isaac