Rodolphe Töpffer
Autor de banda desenhada, ilustrador, escritor e professor, nasceu a 31 de janeiro de 1799, em Genève, na Suíça.
Herdou o gosto pelo desenho de seu pai, Wolfgang-Adam Töpffer, pintor e caricaturista, embora não tenha podido seguir Pintura, devido a um problema de visão, o que foi uma enorme frustração para o jovem Rodolphe.
Neste contexto, Rodolphe Töpffer interessou-se decisivamente pelo desenho caricatural e pela escrita, concebendo em 1827 uma história que combinava texto e imagem de modo interdependente, Les Amours de Monsieur Vieux Bois, considerada a primeira banda desenhada ou, na sua própria designação, "Literatura em Estampas".
No entanto, os seus trabalhos só começaram a ser publicados a partir de 1833, com Histoire de M. Jabot, concebida dois anos antes. Tal facto ficou a dever-se à ideia que poderia ser prejudicial à sua respeitabilidade como docente e escritor: a apresentação destas histórias burlescas, pelo que a contribuição do seu amigo Goethe foi essencial. Grande génio da literatura alemã entusiasmou decisivamente Töpffer a editar o seu trabalho, depois de apreciar os seus manuscritos pela primeira vez em 1831.
Deste modo, as seis histórias que concebeu em BD surgiram em outros tantos álbuns com diferentes nuances.
Les Amours de Monsieur Vieux Bois foi escrita originalmente em 1827 e teve uma primeira edição em 1837. Dois anos depois, em 1839, surgiu uma nova edição, corrigida e aumentada, que é considerada a definitiva. Histoire de M. Jabot, como vimos, foi escrita originalmente em 1831 e editada em 1833. Seguiram-se Monsieur Crépin e Monsieur Pencil, editadas em 1837 e em 1840, respetivamente.
Le Docteur Festus foi escrita em 1829, mas editada somente em 1840, tendo a particularidade de haver uma versão literária, o romance Voyages et aventures du docteur Festus de 1833, que permitiu ao autor mostrar como duas linguagens diferentes apresentam o mesmo assunto.
Finalmente, L'Histoire de monsieur Cryptogame foi escrita em 1830, sendo editada postumamente, em 1845. É a única história do autor publicada em Portugal, na revista O Pimpão entre 1898 e 1899, ano em que foi editada entre nós também em álbum. Há ainda uma sétima BD, uma história inédita e que o autor deixou inacabada, Brutus Calicot.
As suas histórias são maravilhosamente dinâmicas, típicas de um autor audacioso, mestre do nonsense. O aspeto é cómico, mesmo burlesco, em que a fantasia e a sátira representam a comédia humana em diferentes situações, com alusões claras a áreas como as artes e as ciências.
A sequência dos desenhos, a organização da vinheta, a impressão em álbum, a preocupação em ligar de forma clara texto e imagem mostram que o autor teve consciência de inaugurar uma nova linguagem, como provam os seus textos teóricos onde apresenta diversas considerações.
A sua produção literária inclui a peça de Teatro L'Artiste, de 1828, representada em 1829, as reflexões de viagens Voyages en zigzag, de 1832, os romances Le Presbytère, de 1839, Nouvelles genevoises, de 1841, e Rosa et Gertrude, de 1847, sem esquecer os ensaios, Essai de physiognomonie, de 1845, e Réflexions et menus propos d'un peintre genevois, editado em 1848. O Essai de physiognomonie, escrito em 1844 e editado um ano depois da sua morte, em 1845, é considerado o testamento artístico do autor, incluindo reflexões acerca da arte que iniciara, prova da importância de Töpffer na História da BD, não só como seu primeiro autor mas também como seu primeiro crítico.
Professor de Retórica e de Belas Letras na Academia, passou os seus últimos dias dedicados à pintura, tendo falecido na sua cidade natal a 8 de junho de 1844, onde um século mais tarde foi fundada a Société d'études töpffériennes.
Em 1996, cumprindo-se 150 anos da sua morte, o Museu da Banda Desenhada de Angoulême (França), em coprodução com o Museu de Arte e de História de Genève (Suíça) realizou uma exposição sobre o autor, coincidindo com o 23.º Festival Internacional de BD de Angoulême, exposição que também esteve patente em Genève no mesmo ano, embora mais alargada no seu âmbito. Ao nível editorial, ainda nesse ano, foi apresentada a recolha das suas histórias em "estampas" em 3 volumes pelas Éditions du Seuil e Rodolph Töpffer. C'est un effet unique!, obra que compreende textos sobre as diferentes facetas do autor e inclui 190 ilustrações suas, pelas Éditions Skira.
Herdou o gosto pelo desenho de seu pai, Wolfgang-Adam Töpffer, pintor e caricaturista, embora não tenha podido seguir Pintura, devido a um problema de visão, o que foi uma enorme frustração para o jovem Rodolphe.
Neste contexto, Rodolphe Töpffer interessou-se decisivamente pelo desenho caricatural e pela escrita, concebendo em 1827 uma história que combinava texto e imagem de modo interdependente, Les Amours de Monsieur Vieux Bois, considerada a primeira banda desenhada ou, na sua própria designação, "Literatura em Estampas".
No entanto, os seus trabalhos só começaram a ser publicados a partir de 1833, com Histoire de M. Jabot, concebida dois anos antes. Tal facto ficou a dever-se à ideia que poderia ser prejudicial à sua respeitabilidade como docente e escritor: a apresentação destas histórias burlescas, pelo que a contribuição do seu amigo Goethe foi essencial. Grande génio da literatura alemã entusiasmou decisivamente Töpffer a editar o seu trabalho, depois de apreciar os seus manuscritos pela primeira vez em 1831.
Deste modo, as seis histórias que concebeu em BD surgiram em outros tantos álbuns com diferentes nuances.
Les Amours de Monsieur Vieux Bois foi escrita originalmente em 1827 e teve uma primeira edição em 1837. Dois anos depois, em 1839, surgiu uma nova edição, corrigida e aumentada, que é considerada a definitiva. Histoire de M. Jabot, como vimos, foi escrita originalmente em 1831 e editada em 1833. Seguiram-se Monsieur Crépin e Monsieur Pencil, editadas em 1837 e em 1840, respetivamente.
Le Docteur Festus foi escrita em 1829, mas editada somente em 1840, tendo a particularidade de haver uma versão literária, o romance Voyages et aventures du docteur Festus de 1833, que permitiu ao autor mostrar como duas linguagens diferentes apresentam o mesmo assunto.
Finalmente, L'Histoire de monsieur Cryptogame foi escrita em 1830, sendo editada postumamente, em 1845. É a única história do autor publicada em Portugal, na revista O Pimpão entre 1898 e 1899, ano em que foi editada entre nós também em álbum. Há ainda uma sétima BD, uma história inédita e que o autor deixou inacabada, Brutus Calicot.
As suas histórias são maravilhosamente dinâmicas, típicas de um autor audacioso, mestre do nonsense. O aspeto é cómico, mesmo burlesco, em que a fantasia e a sátira representam a comédia humana em diferentes situações, com alusões claras a áreas como as artes e as ciências.
A sequência dos desenhos, a organização da vinheta, a impressão em álbum, a preocupação em ligar de forma clara texto e imagem mostram que o autor teve consciência de inaugurar uma nova linguagem, como provam os seus textos teóricos onde apresenta diversas considerações.
A sua produção literária inclui a peça de Teatro L'Artiste, de 1828, representada em 1829, as reflexões de viagens Voyages en zigzag, de 1832, os romances Le Presbytère, de 1839, Nouvelles genevoises, de 1841, e Rosa et Gertrude, de 1847, sem esquecer os ensaios, Essai de physiognomonie, de 1845, e Réflexions et menus propos d'un peintre genevois, editado em 1848. O Essai de physiognomonie, escrito em 1844 e editado um ano depois da sua morte, em 1845, é considerado o testamento artístico do autor, incluindo reflexões acerca da arte que iniciara, prova da importância de Töpffer na História da BD, não só como seu primeiro autor mas também como seu primeiro crítico.
Professor de Retórica e de Belas Letras na Academia, passou os seus últimos dias dedicados à pintura, tendo falecido na sua cidade natal a 8 de junho de 1844, onde um século mais tarde foi fundada a Société d'études töpffériennes.
Em 1996, cumprindo-se 150 anos da sua morte, o Museu da Banda Desenhada de Angoulême (França), em coprodução com o Museu de Arte e de História de Genève (Suíça) realizou uma exposição sobre o autor, coincidindo com o 23.º Festival Internacional de BD de Angoulême, exposição que também esteve patente em Genève no mesmo ano, embora mais alargada no seu âmbito. Ao nível editorial, ainda nesse ano, foi apresentada a recolha das suas histórias em "estampas" em 3 volumes pelas Éditions du Seuil e Rodolph Töpffer. C'est un effet unique!, obra que compreende textos sobre as diferentes facetas do autor e inclui 190 ilustrações suas, pelas Éditions Skira.
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Porto Editora – Rodolphe Töpffer na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-05-24 13:23:34]. Disponível em
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