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Rui Zink
Escritor, professor universitário e responsável por vários trabalhos de investigação sobre banda desenhada, caricatura e ilustração, Rui Barreira Zink nasceu em Lisboa, a 16 de junho de 1961. Enquanto estudante universitário, esteve envolvido na polémica "Pornex", exposição sobre pornografia organizada conjuntamente com Miguel Vale de Almeida e Cristina Santinho, na Universidade Nova de Lisboa, nos anos 80.
Licenciou-se em Estudos Portugueses, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL), onde defendeu teses de mestrado e doutoramento, sendo aí professor de Literatura Portuguesa. Antes, esteve nos Estados Unidos da América em 1990, onde foi leitor de Língua Portuguesa, na Universidade de Michigan.
De regresso a Portugal, foi monitor de cursos de "Escrita Criativa", de que foi o introdutor no nosso país, os quais ministrou durante um período de cinco anos. Dedicou-se também à escrita de vários textos para Café-Concerto, tendo colaborado em programas radiofónicos e televisivos de carácter satírico ("Cantigas de Mal Dizer" e "Noites da Má Língua" na SIC, durante os anos 90), para além de ter efetuado diversos trabalhos de tradução. Como ficcionista, iniciou-se em 1987, com a edição de Hotel Lusitano, tendo escrito diversos livros até 1996, ano de saída do romance Apocalipse Nau, porventura a sua obra melhor acolhida pela crítica. De permeio, a sua escrita diversificou-se, com: os livros de contos A Realidade Agora a Cores, em 1988 e Homens-Aranhas, em 1994; O Bicho da Escrita; a novela A Espera, em 1998 ou os romances O Suplente, em 2000, e Os Surfistas, em 2001. Este último título foi o primeiro romance interativo apresentado em Portugal. Surgiu no portal Clix, entre 4 de junho e 31 agosto de 2001, onde o autor foi apresentando dois capítulos por semana, que foram recebendo sugestões dos leitores, algumas das quais bem complicadas, para ver como o autor conseguia resolver o problema, sendo a capa e as ilustrações da autoria de Manuel João Ramos. Escreveu também livros infantis, O Bebé que... Não Gostava de Televisão e O Bebé que... Não Sabia Quem Era, para as Publicações Dom Quixote, em 2002, com Manuel João Ramos. De resto, ainda nesse ano e sob chancela da mesma editora, participou no livro de contos Vésperas de Natal, juntamente com Helena Marques, Inês Pedrosa, José Eduardo Agualusa, José Riço Direitinho, Lídia Jorge, Luís Cardoso, Manuel Alegre e Mário Cláudio. Colaborou com a revista Linhas Cruzadas da Portugal Telecom, para a qual escreveu vários contos.
Ambas as teses que defendeu foram apresentadas na FCSH-UNL e editadas pela Celta Editora: a de mestrado, O Humor de Bolso de José Vilhena, editada em 2001 e a de doutoramento, Literatura Gráfica? Banda Desenhada Portuguesa Contemporânea, editada em 1999.
A primeira foi apresentada em 1989, versando sobre os livros de José Vilhena editados entre 1960 e 1974. Editor, humorista/caricaturista e pintor, Vilhena produziu durante anos a fio, antes e depois do 25 de abril, uma série de livros e revistas por sua total e única conta e risco, o que o torna num caso único em Portugal, como humorista e editor, satirizando toda a sociedade, com uma produção a lembrar Raphael Bordallo Pinheiro. De resto, em 2002, Rui Zink apresentou um novo título, José Vilhena, um magnífico álbum acerca deste autor e pintor, sob a chancela da Editorial Notícias. Quanto ao seu doutoramento, versou a banda desenhada portuguesa no período compreendido entre 1968 e 1994, tendo sido apresentada em 1998, sob orientação de Arnaldo Saraiva, da Universidade do Porto. Este seu especial interesse pela banda desenhada, área onde se tornou referência pela investigação da BD enquanto género literário desenvolvida na sua tese de doutoramento, é alargada à autoria de diversas histórias. As suas participações na BD, como argumentista, destacaram-se desde logo em "As Extraordinárias Aventuras do Major Alverca - Parte III: O Vº Império ao Ataque", parodiando a famosa série de BD, Major Alvega, história publicada no semanário O Independente, nos anos 90, realizada com Manuel João Ramos, com ambos a assinar sob o pseudónimo BZ. Em 2003, saiu o livro Major Alverca, uma compilação dessas aventuras, sob a chancela da Dom Quixote. Os mesmos autores, mas sob novo pseudónimo, Produções Jesus, realizaram também algumas fotonovelas. Colaborou no efémero jornal satírico O Fiel Inimigo (1993-1994), com argumentos para várias BD, especialmente para o desenhador André Carrilho. Ainda sob pseudónimo, Herzé, colaborou com textos para diversas publicações, como a revista Ai-Ai. A sua primeira obra de banda desenhada a conhecer edição foi A Arte Suprema, intitulada a primeira novela gráfica nacional, editada pela ASA em 1997, em coautoria com o desenhador António Jorge Gonçalves. Num estilo completamente diferente, realizou o argumento de O Halo Casto, editado também pela ASA, em 2000, sob desenhos de Luís Louro. Ambos os livros foram apresentados no Festival da Amadora, onde também tiveram direito a exposições. Em 1998 participou no 25.º Festival Internacional de BD de Angoulême (França), onde foi um dos autores presentes, enquanto argumentista, no ano em que Portugal foi o país convidado pelo maior certame europeu dedicado às Histórias aos Quadradinhos. Em fevereiro de 2002, foi um dos quase 50 escritores convidados para as Jornadas "Correntes d'Escrita de Expressão Ibérica" que se realizou na Póvoa de Varzim.
Fez a sua estreia no mundo da ópera com o libreto de Os Fugitivos, obra apresentada em março de 2004 no Teatro da Trindade, em Lisboa, com composição musical de José Eduardo Rocha. Rui Zink foi distinguido com o Prémio do P.E.N. Clube Português de Novelística, pelo romance Dádiva Divina, em 2004, e com o Prémio Utopiales para melhor romance estrangeiro, com a edição francesa de A instalação do medo, em 2017.
De regresso a Portugal, foi monitor de cursos de "Escrita Criativa", de que foi o introdutor no nosso país, os quais ministrou durante um período de cinco anos. Dedicou-se também à escrita de vários textos para Café-Concerto, tendo colaborado em programas radiofónicos e televisivos de carácter satírico ("Cantigas de Mal Dizer" e "Noites da Má Língua" na SIC, durante os anos 90), para além de ter efetuado diversos trabalhos de tradução. Como ficcionista, iniciou-se em 1987, com a edição de Hotel Lusitano, tendo escrito diversos livros até 1996, ano de saída do romance Apocalipse Nau, porventura a sua obra melhor acolhida pela crítica. De permeio, a sua escrita diversificou-se, com: os livros de contos A Realidade Agora a Cores, em 1988 e Homens-Aranhas, em 1994; O Bicho da Escrita; a novela A Espera, em 1998 ou os romances O Suplente, em 2000, e Os Surfistas, em 2001. Este último título foi o primeiro romance interativo apresentado em Portugal. Surgiu no portal Clix, entre 4 de junho e 31 agosto de 2001, onde o autor foi apresentando dois capítulos por semana, que foram recebendo sugestões dos leitores, algumas das quais bem complicadas, para ver como o autor conseguia resolver o problema, sendo a capa e as ilustrações da autoria de Manuel João Ramos. Escreveu também livros infantis, O Bebé que... Não Gostava de Televisão e O Bebé que... Não Sabia Quem Era, para as Publicações Dom Quixote, em 2002, com Manuel João Ramos. De resto, ainda nesse ano e sob chancela da mesma editora, participou no livro de contos Vésperas de Natal, juntamente com Helena Marques, Inês Pedrosa, José Eduardo Agualusa, José Riço Direitinho, Lídia Jorge, Luís Cardoso, Manuel Alegre e Mário Cláudio. Colaborou com a revista Linhas Cruzadas da Portugal Telecom, para a qual escreveu vários contos.
Ambas as teses que defendeu foram apresentadas na FCSH-UNL e editadas pela Celta Editora: a de mestrado, O Humor de Bolso de José Vilhena, editada em 2001 e a de doutoramento, Literatura Gráfica? Banda Desenhada Portuguesa Contemporânea, editada em 1999.
A primeira foi apresentada em 1989, versando sobre os livros de José Vilhena editados entre 1960 e 1974. Editor, humorista/caricaturista e pintor, Vilhena produziu durante anos a fio, antes e depois do 25 de abril, uma série de livros e revistas por sua total e única conta e risco, o que o torna num caso único em Portugal, como humorista e editor, satirizando toda a sociedade, com uma produção a lembrar Raphael Bordallo Pinheiro. De resto, em 2002, Rui Zink apresentou um novo título, José Vilhena, um magnífico álbum acerca deste autor e pintor, sob a chancela da Editorial Notícias. Quanto ao seu doutoramento, versou a banda desenhada portuguesa no período compreendido entre 1968 e 1994, tendo sido apresentada em 1998, sob orientação de Arnaldo Saraiva, da Universidade do Porto. Este seu especial interesse pela banda desenhada, área onde se tornou referência pela investigação da BD enquanto género literário desenvolvida na sua tese de doutoramento, é alargada à autoria de diversas histórias. As suas participações na BD, como argumentista, destacaram-se desde logo em "As Extraordinárias Aventuras do Major Alverca - Parte III: O Vº Império ao Ataque", parodiando a famosa série de BD, Major Alvega, história publicada no semanário O Independente, nos anos 90, realizada com Manuel João Ramos, com ambos a assinar sob o pseudónimo BZ. Em 2003, saiu o livro Major Alverca, uma compilação dessas aventuras, sob a chancela da Dom Quixote. Os mesmos autores, mas sob novo pseudónimo, Produções Jesus, realizaram também algumas fotonovelas. Colaborou no efémero jornal satírico O Fiel Inimigo (1993-1994), com argumentos para várias BD, especialmente para o desenhador André Carrilho. Ainda sob pseudónimo, Herzé, colaborou com textos para diversas publicações, como a revista Ai-Ai. A sua primeira obra de banda desenhada a conhecer edição foi A Arte Suprema, intitulada a primeira novela gráfica nacional, editada pela ASA em 1997, em coautoria com o desenhador António Jorge Gonçalves. Num estilo completamente diferente, realizou o argumento de O Halo Casto, editado também pela ASA, em 2000, sob desenhos de Luís Louro. Ambos os livros foram apresentados no Festival da Amadora, onde também tiveram direito a exposições. Em 1998 participou no 25.º Festival Internacional de BD de Angoulême (França), onde foi um dos autores presentes, enquanto argumentista, no ano em que Portugal foi o país convidado pelo maior certame europeu dedicado às Histórias aos Quadradinhos. Em fevereiro de 2002, foi um dos quase 50 escritores convidados para as Jornadas "Correntes d'Escrita de Expressão Ibérica" que se realizou na Póvoa de Varzim.
Fez a sua estreia no mundo da ópera com o libreto de Os Fugitivos, obra apresentada em março de 2004 no Teatro da Trindade, em Lisboa, com composição musical de José Eduardo Rocha. Rui Zink foi distinguido com o Prémio do P.E.N. Clube Português de Novelística, pelo romance Dádiva Divina, em 2004, e com o Prémio Utopiales para melhor romance estrangeiro, com a edição francesa de A instalação do medo, em 2017.
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Como referenciar
Porto Editora – Rui Zink na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-10 01:34:06]. Disponível em
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