Santiago do Cacém
Aspetos Geográficos
O concelho do Santiago do Cacém, do distrito de Setúbal, localiza-se no Alentejo (NUT II) e no Alentejo Litoral (NUT III). Ocupa uma área de 1059,1 km2 e abrange 11 freguesias: Abela, Alvalade, Cercal, Ermidas-Sado, Santa Cruz, Santiago do Cacém, Santo André, São Bartolomeu da Serra, São Domingos, São Francisco da Serra e Vale de Água.
O concelho apresentava, em 2021, um total de 27 801 habitantes.
O natural ou habitante de Santiago do Cacém denomina-se santiaguense.
O concelho encontra-se limitado a norte pelo concelho de Grândola, a oeste pelo oceano Atlântico, a sudoeste por Sines, a este por Aljustrel, a nordeste por Ferreira do Alentejo e a sul por Odemira e Ourique, no distrito de Beja.
Possui um clima mediterrânico, com um período seco de cerca de 80 a 100 dias, durante o verão, em que a temperatura média varia entre os 23 ºC e os 29 ºC. No inverno, as temperaturas são amenas. Registam-se algumas variações a nível climático entre o litoral e o interior do concelho.
Como recursos hídricos, possui o rio Sado, a ribeira da Cascalheira, a ribeira da Ponte, a ribeira de Campilhas, a lagoa de Santo André e a albufeira de Campilhas.
A sua morfologia é bastante suave, destacando-se somente como elevações de maior altitude o monte da Rata (109 m), do Serro da Corte (145 m) e de São Bartolomeu da Serra (200 m). História e Monumentos
Há vestígios da ocupação romana, relacionada com a origem do povoado, com a fundação da cidade de Miróbriga, cerca do século V ou IV a. C., tendo sido, possivelmente, uma cidade-santuário dedicada ao deus Esculápio.
Em 712, aquando da invasão muçulmana, estaria já abandonada, tendo sido ocupado um cerro próximo, o local onde hoje se encontra o castelo medieval. Em 1157 deu-se a primeira conquista aos mouros, mas entre 1191 e 1217 o povoado esteve novamente sob domínio dos muçulmanos. Foi definitivamente reconquistada pelo bispo de Lisboa, D. Soeiro, com a ajuda dos Templários e dos Espatários, ficando na posse destes cavaleiros até finais do século XV. Nesta altura, passou a senhorio particular do grão-mestre D. Jorge, duque de Coimbra, filho natural de D. João II, e, por sua morte, aos seus descendentes, futuros duques de Aveiro.
A 20 de setembro de 1512 foi-lhe outorgado foral por D. Manuel I e, em 1759, reverteu para a coroa.
Ao nível do património arquitetónico e monumental, destaca-se o Castelo de Santiago do Cacém, que fica sobranceiro à vila e que se singulariza pelos seus cubelos e pela barbacã ameada que circunda as muralhas, conservando o portal sul romano-gótico, e do qual se destaca a Igreja Matriz, fundada no século XIII pelos cavaleiros da Ordem de Sant'Iago e que sofreu alterações, no século XVI, em estilo manuelino.
As ruínas romanas de Miróbriga datam do século V ou VI. Esta seria uma cidade romana, implantada sobre um povoado fortificado do Bronze Final e da Idade do Ferro. Do núcleo urbano são visíveis o fórum, as termas, a zona habitacional, alguns troços de calçada, uma ponte e o hipódromo, o único conhecido em Portugal.
É de referir também o santuário de Nossa Senhora da Graça, de grande devoção mariana, especialmente por parte dos habitantes de Santiago do Cacém e de Santo André. Na capela realizam-se diversas cerimónias religiosas, designadamente encontros de oração, e é um local de retiro e de outros eventuos de cariz espiritual. No interior existe uma imagem de Nossa Senhora da Graça, cujo revestimento é feito a azulejo.
Tradições, Lendas e Curiosidades
São muitas as manifestações populares e culturais no concelho: a festa de Nossa Senhora da Graça, realizada no último domingo de maio, com várias cerimónias religiosas, designadamente encontros de oração, e as feiras anuais, no quarto domingo de abril e no quarto domingo de julho; a Santiagro, "Feira Agrícola", em maio, de promoção económica e cultural; a FATAL - Feira de Artesanato e Turismo do Alentejo Litoral; as festas tradicionais de Relvas Verdes, ambas em julho; a Feira do Monte, em setembro; as festas tradicionais de Aldeia dos Chãos, em agosto, e o Dia do Município, a 25 de julho.
No artesanato, salientam-se os trabalhos de latoaria, as rendas, os bordados, os trabalhos em barro e de cortiça, a tapeçaria e a madeira.
Como instalação cultural, o concelho possui o Museu Municipal de Santiago do Cacém, no qual são de relevar as secções de numismática e de arqueologia, esta última representativa da ocupação humana na região, desde os tempos do Paleolítico Superior. Na coleção de etnografia, destaque para a cozinha tradicional alentejana, a que se junta a recriação de um quarto popular, o qual faz contraponto com outro de gosto marcadamente burguês e que se insere num notável legado de uma das famílias da região - os Condes de Avillez.
Economia
No concelho predominam as atividades ligadas ao setor primário, seguidas das do secundário e do terciário.
A agricultura mantém ainda uma grande importância, com 43,9% da área do concelho destinados à exploração agrícola, destacando-se os cultivos de cereais para grão, de prados temporários e de culturas forrageiras, de culturas industriais, do pousio, do olival, de prados e de pastagens permanentes.
A pecuária reveste-se também de alguma importância, nomeadamente na criação de aves, ovinos e suínos.
Cerca de 7785 hectares do seu território são cobertos de floresta.
Assim, a agricultura, a suinicultura e o descasque de arroz são as atividades de maior importância, seguidas pela indústria, nomeadamente as oficinas auto, a construção civil, a serralharia civil, a transformação de mármores, a serração de madeira e a transformação de cortiça.
O concelho do Santiago do Cacém, do distrito de Setúbal, localiza-se no Alentejo (NUT II) e no Alentejo Litoral (NUT III). Ocupa uma área de 1059,1 km2 e abrange 11 freguesias: Abela, Alvalade, Cercal, Ermidas-Sado, Santa Cruz, Santiago do Cacém, Santo André, São Bartolomeu da Serra, São Domingos, São Francisco da Serra e Vale de Água.
O concelho apresentava, em 2021, um total de 27 801 habitantes.
O natural ou habitante de Santiago do Cacém denomina-se santiaguense.
O concelho encontra-se limitado a norte pelo concelho de Grândola, a oeste pelo oceano Atlântico, a sudoeste por Sines, a este por Aljustrel, a nordeste por Ferreira do Alentejo e a sul por Odemira e Ourique, no distrito de Beja.
Possui um clima mediterrânico, com um período seco de cerca de 80 a 100 dias, durante o verão, em que a temperatura média varia entre os 23 ºC e os 29 ºC. No inverno, as temperaturas são amenas. Registam-se algumas variações a nível climático entre o litoral e o interior do concelho.
Como recursos hídricos, possui o rio Sado, a ribeira da Cascalheira, a ribeira da Ponte, a ribeira de Campilhas, a lagoa de Santo André e a albufeira de Campilhas.
A sua morfologia é bastante suave, destacando-se somente como elevações de maior altitude o monte da Rata (109 m), do Serro da Corte (145 m) e de São Bartolomeu da Serra (200 m). História e Monumentos
Há vestígios da ocupação romana, relacionada com a origem do povoado, com a fundação da cidade de Miróbriga, cerca do século V ou IV a. C., tendo sido, possivelmente, uma cidade-santuário dedicada ao deus Esculápio.
Em 712, aquando da invasão muçulmana, estaria já abandonada, tendo sido ocupado um cerro próximo, o local onde hoje se encontra o castelo medieval. Em 1157 deu-se a primeira conquista aos mouros, mas entre 1191 e 1217 o povoado esteve novamente sob domínio dos muçulmanos. Foi definitivamente reconquistada pelo bispo de Lisboa, D. Soeiro, com a ajuda dos Templários e dos Espatários, ficando na posse destes cavaleiros até finais do século XV. Nesta altura, passou a senhorio particular do grão-mestre D. Jorge, duque de Coimbra, filho natural de D. João II, e, por sua morte, aos seus descendentes, futuros duques de Aveiro.
A 20 de setembro de 1512 foi-lhe outorgado foral por D. Manuel I e, em 1759, reverteu para a coroa.
Ao nível do património arquitetónico e monumental, destaca-se o Castelo de Santiago do Cacém, que fica sobranceiro à vila e que se singulariza pelos seus cubelos e pela barbacã ameada que circunda as muralhas, conservando o portal sul romano-gótico, e do qual se destaca a Igreja Matriz, fundada no século XIII pelos cavaleiros da Ordem de Sant'Iago e que sofreu alterações, no século XVI, em estilo manuelino.
As ruínas romanas de Miróbriga datam do século V ou VI. Esta seria uma cidade romana, implantada sobre um povoado fortificado do Bronze Final e da Idade do Ferro. Do núcleo urbano são visíveis o fórum, as termas, a zona habitacional, alguns troços de calçada, uma ponte e o hipódromo, o único conhecido em Portugal.
É de referir também o santuário de Nossa Senhora da Graça, de grande devoção mariana, especialmente por parte dos habitantes de Santiago do Cacém e de Santo André. Na capela realizam-se diversas cerimónias religiosas, designadamente encontros de oração, e é um local de retiro e de outros eventuos de cariz espiritual. No interior existe uma imagem de Nossa Senhora da Graça, cujo revestimento é feito a azulejo.
São muitas as manifestações populares e culturais no concelho: a festa de Nossa Senhora da Graça, realizada no último domingo de maio, com várias cerimónias religiosas, designadamente encontros de oração, e as feiras anuais, no quarto domingo de abril e no quarto domingo de julho; a Santiagro, "Feira Agrícola", em maio, de promoção económica e cultural; a FATAL - Feira de Artesanato e Turismo do Alentejo Litoral; as festas tradicionais de Relvas Verdes, ambas em julho; a Feira do Monte, em setembro; as festas tradicionais de Aldeia dos Chãos, em agosto, e o Dia do Município, a 25 de julho.
No artesanato, salientam-se os trabalhos de latoaria, as rendas, os bordados, os trabalhos em barro e de cortiça, a tapeçaria e a madeira.
Como instalação cultural, o concelho possui o Museu Municipal de Santiago do Cacém, no qual são de relevar as secções de numismática e de arqueologia, esta última representativa da ocupação humana na região, desde os tempos do Paleolítico Superior. Na coleção de etnografia, destaque para a cozinha tradicional alentejana, a que se junta a recriação de um quarto popular, o qual faz contraponto com outro de gosto marcadamente burguês e que se insere num notável legado de uma das famílias da região - os Condes de Avillez.
Economia
No concelho predominam as atividades ligadas ao setor primário, seguidas das do secundário e do terciário.
A agricultura mantém ainda uma grande importância, com 43,9% da área do concelho destinados à exploração agrícola, destacando-se os cultivos de cereais para grão, de prados temporários e de culturas forrageiras, de culturas industriais, do pousio, do olival, de prados e de pastagens permanentes.
A pecuária reveste-se também de alguma importância, nomeadamente na criação de aves, ovinos e suínos.
Cerca de 7785 hectares do seu território são cobertos de floresta.
Assim, a agricultura, a suinicultura e o descasque de arroz são as atividades de maior importância, seguidas pela indústria, nomeadamente as oficinas auto, a construção civil, a serralharia civil, a transformação de mármores, a serração de madeira e a transformação de cortiça.
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Como referenciar
Porto Editora – Santiago do Cacém na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-15 04:30:12]. Disponível em
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