Sé Catedral de Évora
Consagrada a Santa Maria, a Sé de Évora terá sido fundada pelo bispo D. Paio em 1186 e terminada em 1204, ao tempo do bispado de D. Soeiro. No entanto, nada subsistiu desta fase inicial. A configuração atual da Sé concretizou-se ao longo do século XIII, durante o bispado de D. Durando Pais, numa linguagem arquitetónica do gótico inicial, apesar de remodelações subsequentes terem modificado parte da sua pureza original. O projeto desta catedral foi atribuído, embora sob reserva, a Martim Domingues, arquiteto que se encontra representado num busto colocado na zona do trifório da igreja.
A sólida fachada deste templo-fortaleza apresenta um profundo e magnífico portal de arco quebrado assente em doze colunas ornadas por um requintado Apostolado, que se individualiza na beleza fisionómica e nos seus respetivos atributos. Estas esculturas apoiam-se em decoradas mísulas com motivos de animais fantásticos. Todo o conjunto escultórico do portal está datado do segundo quartel do século XIV, possivelmente obra saída de uma oficina local de escultura, constituindo um dos melhores núcleos da escultura do gótico nacional. O portal é encimado por uma varanda com o seu remate de merlões piramidais e chanfrados, obra posterior concretizada no período manuelino. Lateralmente, erguem-se duas sólidas torres sineiras, desiguais, cobertas por coruchéus.
Da volumetria arquitetónica do monumento sobressai a formosa torre-lanterna do cruzeiro, formada por um tambor octogonal sustentado por contrafortes, tendo aberturas góticas geminadas de dois lumes e óculo trilobado. A cobertura cónica, rematada por esbelta agulha, é feita por telhas de escama em pedra, possuindo ainda angulares torres prismáticas, encimadas por pequenos pináculos cogulhados.
De planta em cruz latina, a Sé apresenta um corpo de três naves divididas em sete tramos com poderosos pilares, estando a central coberta por abóbada de berço quebrado e as colaterais por abóbadas de aresta. Na parte alta da nave central e do transepto dispõe-se um trifório de arcos quebrados, galeria superior inspirada no desenho do trifório da Sé Catedral de Lisboa.
Destacam-se no corpo da igreja os altares laterais de N. S. do Ó, com uma escultura quatrocentista policromada, e o Altar do Esporão, com o seu plateresco portal em mármore, datado de 1529. O coro alto possui um magnífico cadeiral maneirista, inspirando-se na obra do flamengo Cornelis Bos e datado da segunda metade do século XVI - o mais rico cadeiral quinhentista sob o ponto de vista iconográfico, devido à profusão de cenas narradas, de alegorias e figuras ornamentais que o compõem. Também da segunda metade de Quinhentos é o seu elegante órgão.
A capela-mor foi totalmente remodelada na primeira metade do século XVIII, de acordo com as propostas barrocas do arquiteto João Frederico Ludovice, o autor do monumento joanino de Mafra. Completamente forrada por policromos mármores italianos e portugueses, a capela-mor é decorada por pinturas da oficina do italiano Agostinho Masucci (1731) e por uma grande escultura barroca em madeira, obra religiosa da autoria de Manuel Dias com desenho preparatório de Vieira Lusitano, para além das imagens de mármore esculpidas por António Bellini e realizadas entre 1725 e 1735.
O estilo gótico que enforma o claustro catedralício é uma obra do século XIV, totalmente edificado em granito. Encontra-se no seu perímetro o túmulo do bispo D. Pedro IV, patrocinador desta harmoniosa obra ogival. A cobertura das galerias do claustro é feita por abóbadas ogivais de cruzaria, podendo observar-se no seus ângulos esculturas dos quatro Evangelistas.
Nas galerias superiores da ala norte da Sé eborense localiza-se o Museu de Arte Sacra, constituído por secções de pintura, ourivesaria, escultura e paramentaria. Desta bela coleção sagrada destacam-se o núcleo de tábuas quinhentistas dos pintores Garcia Fernandes, Cristóvão de Figueiredo e Gregório Lopes. Também o brilho e a riqueza do ouro e da prata se refletem na Cruz do Santo Lenho, peça medieval acrescentada no século XVII; realce ainda para o soberbo e surpreendente trabalho plástico da Virgem do Paraíso, pequena escultura retabular do século XIV, denotando influências do gótico francês.
A Sé Catedral de Évora faz parte do conjunto classificado como Património Mundial da UNESCO em 1988 com a designação de Centro Histórico de Évora.
A sólida fachada deste templo-fortaleza apresenta um profundo e magnífico portal de arco quebrado assente em doze colunas ornadas por um requintado Apostolado, que se individualiza na beleza fisionómica e nos seus respetivos atributos. Estas esculturas apoiam-se em decoradas mísulas com motivos de animais fantásticos. Todo o conjunto escultórico do portal está datado do segundo quartel do século XIV, possivelmente obra saída de uma oficina local de escultura, constituindo um dos melhores núcleos da escultura do gótico nacional. O portal é encimado por uma varanda com o seu remate de merlões piramidais e chanfrados, obra posterior concretizada no período manuelino. Lateralmente, erguem-se duas sólidas torres sineiras, desiguais, cobertas por coruchéus.
Da volumetria arquitetónica do monumento sobressai a formosa torre-lanterna do cruzeiro, formada por um tambor octogonal sustentado por contrafortes, tendo aberturas góticas geminadas de dois lumes e óculo trilobado. A cobertura cónica, rematada por esbelta agulha, é feita por telhas de escama em pedra, possuindo ainda angulares torres prismáticas, encimadas por pequenos pináculos cogulhados.
Destacam-se no corpo da igreja os altares laterais de N. S. do Ó, com uma escultura quatrocentista policromada, e o Altar do Esporão, com o seu plateresco portal em mármore, datado de 1529. O coro alto possui um magnífico cadeiral maneirista, inspirando-se na obra do flamengo Cornelis Bos e datado da segunda metade do século XVI - o mais rico cadeiral quinhentista sob o ponto de vista iconográfico, devido à profusão de cenas narradas, de alegorias e figuras ornamentais que o compõem. Também da segunda metade de Quinhentos é o seu elegante órgão.
A capela-mor foi totalmente remodelada na primeira metade do século XVIII, de acordo com as propostas barrocas do arquiteto João Frederico Ludovice, o autor do monumento joanino de Mafra. Completamente forrada por policromos mármores italianos e portugueses, a capela-mor é decorada por pinturas da oficina do italiano Agostinho Masucci (1731) e por uma grande escultura barroca em madeira, obra religiosa da autoria de Manuel Dias com desenho preparatório de Vieira Lusitano, para além das imagens de mármore esculpidas por António Bellini e realizadas entre 1725 e 1735.
O estilo gótico que enforma o claustro catedralício é uma obra do século XIV, totalmente edificado em granito. Encontra-se no seu perímetro o túmulo do bispo D. Pedro IV, patrocinador desta harmoniosa obra ogival. A cobertura das galerias do claustro é feita por abóbadas ogivais de cruzaria, podendo observar-se no seus ângulos esculturas dos quatro Evangelistas.
Nas galerias superiores da ala norte da Sé eborense localiza-se o Museu de Arte Sacra, constituído por secções de pintura, ourivesaria, escultura e paramentaria. Desta bela coleção sagrada destacam-se o núcleo de tábuas quinhentistas dos pintores Garcia Fernandes, Cristóvão de Figueiredo e Gregório Lopes. Também o brilho e a riqueza do ouro e da prata se refletem na Cruz do Santo Lenho, peça medieval acrescentada no século XVII; realce ainda para o soberbo e surpreendente trabalho plástico da Virgem do Paraíso, pequena escultura retabular do século XIV, denotando influências do gótico francês.
A Sé Catedral de Évora faz parte do conjunto classificado como Património Mundial da UNESCO em 1988 com a designação de Centro Histórico de Évora.
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Como referenciar
Porto Editora – Sé Catedral de Évora na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-13 03:55:28]. Disponível em
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