Sé Catedral de Lisboa
A encosta da Mouraria, no local onde se ergue a atual Sé de Lisboa, possui vestígios materiais da antiga cidade romana. De acordo com a documentação histórica, Lisboa constituiu-se como sede diocesana desde o século IV. Vestígios posteriores, da época visigótica, subsistem numa pedra lavrada e incorporada num dos contrafortes da catedral lisboeta. Segundo a tradição, este templo foi convertido em mesquita durante a ocupação árabe da capital. Com a conquista definitiva de Lisboa pelas tropas cristãs, lideradas por D. Afonso Henriques, e o consequente restauro da sua diocese, a catedral seria reconstruída de acordo com a linguagem da arquitetura românica do século XII. Contudo, acrescentos posteriores, renovações e calamidades naturais, alteraram o seu casco medieval.
A categoria dos chefes espirituais da Sé de Lisboa vai evoluindo e ganhando maior prestígio e protagonismo. Em finais de Trezentos, os titulares do bispado da capital são elevados à categoria de arcebispo, para, em 1716, durante o reinado de D. João V, passarem a usar o título de cardeal-patriarca, ao mesmo tempo que a Sé era elevada a basílica patriarcal.
A robusta fachada nobre é marcada pelas duas torres contrafortadas enquadrando o portal, constituído por arquivoltas decoradas por motivos vegetalistas, assentes em colunas com capitéis figurados e outros lavores fitomórficos. No eixo do portal rasga-se uma grande e bela rosácea, com a parte superior da fachada e das torres coroada por ameias pontiagudas, o que lhe confere um carácter de fortaleza. Formando uma planta em cruz latina, a igreja apresenta corpo formado por três naves repartidas por seis tramos e transepto desenvolvido. De maior altura, a nave central apresenta-se coberta por abóbada de berço reforçada por arcos torais, enquanto as laterais são cobertas por abóbadas de aresta. Estas apoiam-se num trifório que corre por cima das arcadas das naves e se prolonga na zona do transepto. Próximo da entrada, no lado da torre norte, observa-se o batistério com uma abóbada revestida por azulejos do século XVIII. Contíguo, destaca-se um arco de gablete que dá acesso à trecentista capela gótica de Bartolomeu Joanes. Para além do seu esbelto jacente gótico, a capela possui ainda um retábulo maneirista com pinturas de Quinhentos e um gracioso presépio barroco em barro, concebido em 1766 pelo escultor Joaquim Machado de Castro.
A cabeceira é constituída por capela-mor com deambulatório e capelas radiantes, obra gótica realizada no reinado de D. Afonso IV, profusamente iluminada por grandes janelões ogivais de quatro lumes, que rasgam a parte superior do deambulatório. Este é marcado, no exterior, por arcobotantes.
Na parte nascente da catedral expande-se o claustro, obra gótica edificada na época de D. Dinis, alterada e diminuída por campanhas construtivas posteriores. As galerias abobadadas são constituídas por duplos arcos ogivais com óculo e assentes em colunas geminadas. A beleza e harmonia do claustro é realçada pelos diversos túmulos góticos do século XIV e, igualmente, pela soberba grade românica em ferro forjado, que fecha uma das capelas claustrais. Espólio arqueológico e escultura medieval expõem-se na área do claustro, guardando-se noutras dependências o Tesouro da Sé - notável acervo de alfaias de culto em ouro e prata, paramentos, torêutica, escultura e mobiliário diverso.
A categoria dos chefes espirituais da Sé de Lisboa vai evoluindo e ganhando maior prestígio e protagonismo. Em finais de Trezentos, os titulares do bispado da capital são elevados à categoria de arcebispo, para, em 1716, durante o reinado de D. João V, passarem a usar o título de cardeal-patriarca, ao mesmo tempo que a Sé era elevada a basílica patriarcal.
A cabeceira é constituída por capela-mor com deambulatório e capelas radiantes, obra gótica realizada no reinado de D. Afonso IV, profusamente iluminada por grandes janelões ogivais de quatro lumes, que rasgam a parte superior do deambulatório. Este é marcado, no exterior, por arcobotantes.
Na parte nascente da catedral expande-se o claustro, obra gótica edificada na época de D. Dinis, alterada e diminuída por campanhas construtivas posteriores. As galerias abobadadas são constituídas por duplos arcos ogivais com óculo e assentes em colunas geminadas. A beleza e harmonia do claustro é realçada pelos diversos túmulos góticos do século XIV e, igualmente, pela soberba grade românica em ferro forjado, que fecha uma das capelas claustrais. Espólio arqueológico e escultura medieval expõem-se na área do claustro, guardando-se noutras dependências o Tesouro da Sé - notável acervo de alfaias de culto em ouro e prata, paramentos, torêutica, escultura e mobiliário diverso.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Sé Catedral de Lisboa na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-08 20:01:21]. Disponível em
Outros artigos
-
Machado de CastroEscultor português, nasceu em 1731, em Coimbra, e morreu em 1822, em Lisboa. A sua primeira escola f...
-
D. Afonso HenriquesCognominado "o Conquistador", foi o primeiro rei de Portugal, governando de 1128 a 1185. Filho de D....
-
Igreja Matriz de AlcoutimA primeira Igreja Matriz era um pequeno templo de uma só nave e altares ornamentados com diversas im
-
Castelo de AljezurA posição vulnerável da fortificação de Aljezur num cabeço proeminente destacado na paisagem aplanad
-
Igreja da Misericórdia de Ferreira do AlentejoProvavelmente fundada no primeiro quartel do século XVI, durante o reinado de D. Manuel I, a igreja
-
Igreja Matriz de AlijóA sua construção data de finais do século XVII. Salienta-se no seu interior uma bela escultura de pe
-
Igreja de S. Lourenço (Alhos Vedros)A matriz de Alhos Vedros foi, primeiramente, no século XII, de invocação a N. Sra. dos Anjos. Os hab
-
Igreja Matriz de Viana do AlentejoA Matriz de Viana do Alentejo ergue-se junto ao castelo, próxima da porta sul da muralha, estando im
-
Castelo de Viana do AlentejoNotável obra de arte portuguesa, o medieval Castelo de Viana do Alentejo é uma das mais harmoniosas
-
Igreja Matriz de AlgosinhoProvavelmente erguida entre os séculos XIII e XIV, a Igreja Matriz de Algosinho situa-se no concelho
Partilhar
Como referenciar 
Porto Editora – Sé Catedral de Lisboa na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-08 20:01:21]. Disponível em