Serra de Montejunto

Situada no extremo Sul do Concelho do Cadaval e a norte do Concelho de Alenquer, a serra de Montejunto tem cerca de 15 km de extensão e 7km de largura, com o ponto mais elevado a 666 metros. Faz parte da região do Oeste, na continuação do maciço montanhoso e calcário da Estremadura.
Abundante em grutas e algares, está integrada no Parque Natural de Montejunto.
Esta serra constitui um dos extremos do Maciço Calcário Estremenho, sendo formada por solos calcários cobertos de pomares e vinhedos. Nas suas vertentes encontram-se as matas de carrasco e, entre eles, faixas de cascalheiras, verdadeiros "rios de pedra" desligados da serra. O seu cimo é formado por um planalto de onde se avistam as lezírias do Tejo e o próprio rio, a cidade de Lisboa, a costa atlântica até ao tômbolo de Peniche e as serranias cársicas dos Candeeiros. Desde 2000, as questões científicas, culturais, históricas e paisagísticas permitiram a classificação da Serra de Montejunto como Área de Paisagem Protegida e Sítio da Rede Natura 2000. Na Serra de Montejunto, classificada como Monumento Nacional, encontra-se a Real Fábrica de Gelo, construída por volta de 1741 e desativada durante o século XIX.
Em Memorial do Convento, José Saramago refere diversas vezes o Montejunto, pois foi na serra do Barregudo, perto do Monte Junto, que a passarola de Bartolomeu de Gusmão teve de aterrar, depois de sobrevoar a vila de Mafra ("Isto aqui é a serra do Barregudo, lhes disse um pastor, e aquele monte além... é Monte Junto."). É daí que o padre Bartolomeu desaparece e é aí que vão Baltasar e Blimunda tratar da conservação da máquina: "Vai Blimunda tomando nota do caminho na sua memória, aquele monte, aquela mata, quatro pedras alinhadas, seis colinas em redondo, as vilas como se chamam, foi Codeçal e Gradil, Cadriceira e Furadouro, Merceana e Pena Firme, tanto andámos que chegámos, Monte Junto, passarola." (p. 268).