Simões de Almeida (tio)
Escultor português, José Simões de Almeida Júnior nasceu em 1844, em Figueiró dos Vinhos. Com onze anos de idade José Simões foi trabalhar para o Arsenal da Marinha, em Lisboa e, no ano seguinte, ingressou na Escola de Belas-Artes, onde foi aluno de Assis Rodrigues e Victor Bastos. Concluiu o curso em 1865 com elevada classificação o que lhe possibilitou obter uma bolsa de estudos para estudar no estrangeiro. Foi pensionista em França, na Escola Imperial de Belas-Artes, onde esteve até 1870, estudando com o mestre Jouffroy (1806-1882). O seu percurso académico nesta escola foi marcado por várias distinções, de entre as quais se destacam as medalhas que ganhou em 1868 e 1869. Após a queda do III Império, em 1870, Simões de Almeida prosseguiu a sua formação em Itália, juntando-se em Roma a outro pensionista português, o escultor Soares dos Reis. Nesta cidade o artista foi aluno de Julio Monteverdi.
Em 1872, após regressar a Portugal, Simões de Almeida foi nomeado professor interino da escola de Belas-Artes de Lisboa, assumindo a partir de 1881 o cargo de professor efetivo. Inicialmente lecionou Desenho, tornando-se posteriormente mestre de Escultura e diretor da Escola. A sua longa atividade pedagógica, marcada pelo austero academismo aprendido em França e em Roma, influenciou várias gerações de escultores.
Se os trabalhos iniciais de Simões de Almeida denunciavam um forte classicismo que marcará grande parte da sua obra, como se confirma nas suas mais famosas e apreciadas esculturas "A Puberdade" de 1878, o "Anjo da Vitória", colocado no Monumento dos Restauradores em Lisboa e realizado em 1886, ou o "Desfolhando Malmequeres", realizada em 1877, caracterizadas pela submissão a idealizações que alinhavam pelos cânones clássicos, outras apresentavam tendências mais realistas e naturalistas, às vezes com sabor romântico. Destas destacam-se as estátuas "José Estevão", de 1886 e "D. Sebastião", de 1877, um retrato recriado, dotado de grande intensidade emotiva transmitida pela atitude sonhadora da figura. Esta obra, inspirada pela incompreendida estátua coeva de Soares dos Reis "O Desterrado", denuncia uma ambígua filiação que procurava sintetizar um certo revivalismo romântico com as tendências naturalistas que marcavam a produção pictórica da época.
Mais realistas são as peças "Orfão", executada em Roma, ou a estátua do "Duque da Terceira", colocada no Cais do Sodré, datada de 1877.
Em alguns dos bustos e retratos que realizou, como o do Duque de Ávila ou o de Luz Soriano, Simões de Almeida desenvolveu uma plasticidade e um valor lumínico mais ricos, possibilitados pelo menor peso do gosto idealista e classicista dos seus trabalhos públicos.
Para além das temáticas historicistas e monumentais, Simões de Almeida realizou alguma escultura de carácter religioso, como o Cristo Cruxificado da capela tumular de Alexandre Herculano no Mosteiro dos Jerónimos.
Simões de Almeida morreu a 13 de dezembro de 1926.
Em 1872, após regressar a Portugal, Simões de Almeida foi nomeado professor interino da escola de Belas-Artes de Lisboa, assumindo a partir de 1881 o cargo de professor efetivo. Inicialmente lecionou Desenho, tornando-se posteriormente mestre de Escultura e diretor da Escola. A sua longa atividade pedagógica, marcada pelo austero academismo aprendido em França e em Roma, influenciou várias gerações de escultores.
Se os trabalhos iniciais de Simões de Almeida denunciavam um forte classicismo que marcará grande parte da sua obra, como se confirma nas suas mais famosas e apreciadas esculturas "A Puberdade" de 1878, o "Anjo da Vitória", colocado no Monumento dos Restauradores em Lisboa e realizado em 1886, ou o "Desfolhando Malmequeres", realizada em 1877, caracterizadas pela submissão a idealizações que alinhavam pelos cânones clássicos, outras apresentavam tendências mais realistas e naturalistas, às vezes com sabor romântico. Destas destacam-se as estátuas "José Estevão", de 1886 e "D. Sebastião", de 1877, um retrato recriado, dotado de grande intensidade emotiva transmitida pela atitude sonhadora da figura. Esta obra, inspirada pela incompreendida estátua coeva de Soares dos Reis "O Desterrado", denuncia uma ambígua filiação que procurava sintetizar um certo revivalismo romântico com as tendências naturalistas que marcavam a produção pictórica da época.
Em alguns dos bustos e retratos que realizou, como o do Duque de Ávila ou o de Luz Soriano, Simões de Almeida desenvolveu uma plasticidade e um valor lumínico mais ricos, possibilitados pelo menor peso do gosto idealista e classicista dos seus trabalhos públicos.
Para além das temáticas historicistas e monumentais, Simões de Almeida realizou alguma escultura de carácter religioso, como o Cristo Cruxificado da capela tumular de Alexandre Herculano no Mosteiro dos Jerónimos.
Simões de Almeida morreu a 13 de dezembro de 1926.
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Como referenciar
Porto Editora – Simões de Almeida (tio) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-24 14:27:13]. Disponível em
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