tempos livres
Em sentido lato, tempo livre é todo o tempo liberto de ocupações profissionais remuneradas. Jean Dumazedier, sociólogo francês que, nos anos 60 e 70 do século XX, conferiu um grande impulso aos estudos sociológicos das atividades de lazer, definiu o tempo livre como aquela parcela de tempo liberta do trabalho produtivo, salientando que é basicamente um tempo "social", propício à criação de novas relações sociais e de novos valores.
Ao nível do senso comum, o tempo livre é entendido como sendo oposto ao tempo de trabalho. De acordo com esse quadro de valores dominante, o trabalho classifica-se a um nível superior, por ser "produtivo" e um dever moral em si mesmo, e o tempo livre situa-se a um nível inferior, por ser "improdutivo" e fomentar o ócio e a indulgência. No entanto, há que notar que o tempo livre pode englobar atividades muito distintas. De acordo com Norbert Elias, há essencialmente cinco esferas diferentes no tempo livre das pessoas, que se confundem e sobrepõem de várias maneiras:
1) trabalho privado e administração familiar;
2) repouso;
3) provimento das necessidades biológicas;
4) sociabilidade;
5) atividades de lazer.
Aceitando a tipologia de atividades de tempos livres propostas pelo autor, podemos afirmar que, nas sociedades ocidentais atuais, uma parte substancial do tempo livre dos indivíduos é dedicada ao trabalho e só parte dele pode ser votado a atividades de lazer ou de repouso.
A dicotomia convencional entre o "tempo de trabalho" e o "tempo livre" dominou, também, o pensamento científico. O primeiro trabalho neste domínio deve-se a Thorstein Veblen, economista e sociólogo americano, autor da obra The Theory of the Leisure Class (1899). Veblen analisa o modo como as elites sociais americanas, de finais do século XIX, usam o "tempo livre" como forma de distinção social. Para as classes sociais mais abastadas da época, o trabalho conspurcava e a manifestação de um estatuto social elevado baseava-se num "consumo improdutivo do tempo", dedicado a atividades de lazer.
Durante muito tempo, os tempos livres foram considerados uma área de investigação sociológica marginal. O processo de institucionalização académica da sociologia dos tempos livres só se iniciou nos anos 40 do século XX, nos Estados Unidos, com trabalhos sociológicos sobre a audição da rádio e a influência que esta atividade de tempo livre introduz, nomeadamente, nos comportamentos eleitorais.
Nos anos 90, o objeto de estudo privilegiado pela sociologia dos tempos livres tem sido as atividades de lazer, com particular destaque para o estudo do fenómeno turístico.
Ao nível do senso comum, o tempo livre é entendido como sendo oposto ao tempo de trabalho. De acordo com esse quadro de valores dominante, o trabalho classifica-se a um nível superior, por ser "produtivo" e um dever moral em si mesmo, e o tempo livre situa-se a um nível inferior, por ser "improdutivo" e fomentar o ócio e a indulgência. No entanto, há que notar que o tempo livre pode englobar atividades muito distintas. De acordo com Norbert Elias, há essencialmente cinco esferas diferentes no tempo livre das pessoas, que se confundem e sobrepõem de várias maneiras:
1) trabalho privado e administração familiar;
3) provimento das necessidades biológicas;
4) sociabilidade;
5) atividades de lazer.
Aceitando a tipologia de atividades de tempos livres propostas pelo autor, podemos afirmar que, nas sociedades ocidentais atuais, uma parte substancial do tempo livre dos indivíduos é dedicada ao trabalho e só parte dele pode ser votado a atividades de lazer ou de repouso.
A dicotomia convencional entre o "tempo de trabalho" e o "tempo livre" dominou, também, o pensamento científico. O primeiro trabalho neste domínio deve-se a Thorstein Veblen, economista e sociólogo americano, autor da obra The Theory of the Leisure Class (1899). Veblen analisa o modo como as elites sociais americanas, de finais do século XIX, usam o "tempo livre" como forma de distinção social. Para as classes sociais mais abastadas da época, o trabalho conspurcava e a manifestação de um estatuto social elevado baseava-se num "consumo improdutivo do tempo", dedicado a atividades de lazer.
Durante muito tempo, os tempos livres foram considerados uma área de investigação sociológica marginal. O processo de institucionalização académica da sociologia dos tempos livres só se iniciou nos anos 40 do século XX, nos Estados Unidos, com trabalhos sociológicos sobre a audição da rádio e a influência que esta atividade de tempo livre introduz, nomeadamente, nos comportamentos eleitorais.
Nos anos 90, o objeto de estudo privilegiado pela sociologia dos tempos livres tem sido as atividades de lazer, com particular destaque para o estudo do fenómeno turístico.
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Como referenciar
Porto Editora – tempos livres na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-04-26 11:54:00]. Disponível em
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