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teologia
É o discurso (logos) sobre ou de Deus (Teos). Em termos latos todas as religiões têm a sua teologia, no sentido de que todas elas comportam uma doutrina sobre Deus. Neste sentido fala-se de uma teologia judaica, islâmica ou hindú, por exemplo. Em termos mais restritos, esta palavra foi usada em primeiro lugar pelos gregos, na antiguidade clássica, sobretudo para designar os poetas que faziam a apologia do panteão dos deuses da sua cidade. A partir do século IV este termo foi adotado no âmbito específico do Cristianismo, relacionado já, portanto, com o contexto da sua doutrina e dos seus dogmas, tal como se iam fixando sucessiva e claramente nos diversos concílios.
A teologia surge essencialmente como teologia revelada, na medida em que se une diretamente aos textos da revelação, segundo o princípio de que Deus se manifestou aos homens através dos Profetas. Assim entendida, a teologia, não é um mero discurso sobre Deus, mas a própria ciência divina irrompendo na história, e que os homens procuram compreender aprofundando os textos revelados, num esforço gradual de desvelação. É neste sentido que se entende que a teologia reúne as duas dimensões mais importantes da alma humana: a fé, requerida por uma adesão espontânea e misteriosa à revelação, e a razão, exigida pelo esforço de aprofundamento ou compreensão da palavra divina. No Concílio do Vaticano I afirma-se que se a "razão, iluminada pela fé, procura com dedicação, piedade e circunspeção, chega, por dom de Deus, a uma certa compreensão (muito fecunda) dos mistérios".
A teologia era requerida e estimulada, nos primeiros tempos do Cristianismo, sobretudo para a definição e distinção da ortodoxia e da heterodoxia ou mesmo da heresia. Contudo, mesmo depois de os principais dogmas terem sido fixados, a sua tarefa permanece sempre inacabada, pois é propriamente um esforço assintótico, de sucessiva aproximação aos mistérios de Deus.
As doutrinas teológicas, qualquer que seja a religião a que se refiram, abrangem sempre uma variedade imensa de assuntos, tais como o conceito de Deus e seus atributos, a angelologia, a cosmologia, a antropologia, a escatologia ou a ética.
A relação da teologia e da filosofia que inicialmente se estabelecia de modo natural, pois o centro ou o cume que a filosofia nunca perdia de vista era Deus, foi-se degradando até ao ponto de rutura entre ambas. Esta rutura acabou por ter consequências graves tanto para uma como para a outra: a filosofia perdeu o centro que lhe dava unidade e virou-se do Criador para a criatura, isto é, das ciências celestes para as ciências terrestres; por sua vez a teologia cristalizou nos dogmas que a filosofia a todo o momento questionava e deixou-se cristalizar numa forma morta. Na filosofia portuguesa dos séculos XIX e XX, autores como Sampaio Bruno, Leonardo Coimbra, Álvaro Ribeiro, José Marinho, António Telmo, Dalila Pereira da Costa e Pinharanda Gomes procuraram restabelecer a teologia como o núcleo da filosofia.
A teologia surge essencialmente como teologia revelada, na medida em que se une diretamente aos textos da revelação, segundo o princípio de que Deus se manifestou aos homens através dos Profetas. Assim entendida, a teologia, não é um mero discurso sobre Deus, mas a própria ciência divina irrompendo na história, e que os homens procuram compreender aprofundando os textos revelados, num esforço gradual de desvelação. É neste sentido que se entende que a teologia reúne as duas dimensões mais importantes da alma humana: a fé, requerida por uma adesão espontânea e misteriosa à revelação, e a razão, exigida pelo esforço de aprofundamento ou compreensão da palavra divina. No Concílio do Vaticano I afirma-se que se a "razão, iluminada pela fé, procura com dedicação, piedade e circunspeção, chega, por dom de Deus, a uma certa compreensão (muito fecunda) dos mistérios".
A teologia era requerida e estimulada, nos primeiros tempos do Cristianismo, sobretudo para a definição e distinção da ortodoxia e da heterodoxia ou mesmo da heresia. Contudo, mesmo depois de os principais dogmas terem sido fixados, a sua tarefa permanece sempre inacabada, pois é propriamente um esforço assintótico, de sucessiva aproximação aos mistérios de Deus.
As doutrinas teológicas, qualquer que seja a religião a que se refiram, abrangem sempre uma variedade imensa de assuntos, tais como o conceito de Deus e seus atributos, a angelologia, a cosmologia, a antropologia, a escatologia ou a ética.
A relação da teologia e da filosofia que inicialmente se estabelecia de modo natural, pois o centro ou o cume que a filosofia nunca perdia de vista era Deus, foi-se degradando até ao ponto de rutura entre ambas. Esta rutura acabou por ter consequências graves tanto para uma como para a outra: a filosofia perdeu o centro que lhe dava unidade e virou-se do Criador para a criatura, isto é, das ciências celestes para as ciências terrestres; por sua vez a teologia cristalizou nos dogmas que a filosofia a todo o momento questionava e deixou-se cristalizar numa forma morta. Na filosofia portuguesa dos séculos XIX e XX, autores como Sampaio Bruno, Leonardo Coimbra, Álvaro Ribeiro, José Marinho, António Telmo, Dalila Pereira da Costa e Pinharanda Gomes procuraram restabelecer a teologia como o núcleo da filosofia.
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Como referenciar
Porto Editora – teologia na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-23 17:28:46]. Disponível em
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