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teoria cromossómica
A transmissão hereditária pode ser geralmente explicada assumindo que os genes estão localizados nos cromossomas.
A tecnologia microscópica implementada no fim dos anos 1800 originou uma nova ciência, a citologia (o estudo das células), gerando muita informação sobre a sua estrutura e função.
Algumas descobertas na segunda metade do século XIX mostraram que no núcleo se observavam estruturas, que foram denominadas cromossomas, que podiam ser examinadas no local celular pelo microscópio desde que as células fossem tratadas por determinadas substâncias químicas. Com base neste método os citologistas estudaram o comportamento dos cromossomas na mitose e na meiose. Contudo, a relação entre os eventos meióticos e a transmissão das características hereditárias mantinha-se indefinida, assim como a relação entre cromossomas e genes.
Em 1884 e 1885, quatro cientistas alemães independentemente uns dos outros defenderam que os cromossomas transportavam as unidades hereditárias, mas este conceito requeria novas confirmações antes de poder ser considerado teoria. Nos primeiros anos do século XX os cientistas estudavam as bases biológicas da hereditariedade. Havia muitas respostas mas a resposta correta foi a estabelecida em detalhadas dissertações, uma escrita em 1902 e outra em 1903, por Walter S. Sutton. A primeira dissertação que descrevia os resultados experimentais com cromossomas de gafanhoto incluía a primeira demonstração clara de que nos cromossomas existentes nas células se podiam distinguir diferentes pares de cromossomas semelhantes (homólogos) provenientes um de cada progenitor. Sutton concluiu a sua dissertação com esta afirmação: "Posso finalmente chamar a atenção para a probabilidade de que a associação de cromossomas paternos e cromossomas maternos aos pares e a sua sequente separação durante a divisão reducional (meiose)... pode constituir a base física da lei da hereditariedade mendeliana".
Em 1903, nova dissertação ampliava esta hipótese e incluía dados adicionais sobre o caso da orientação dos pares de cromossomas no fuso meiótico, o que contribuía para a segregação independente dos pares de genes separados (fatores) previamente descritos por Mendel. Sutton também propôs que os resultados de Mendel podiam ser explicados se os genes estivessem localizados nos cromossomas. Posteriormente, Sutton propôs que cada cromossoma podia transportar muitos genes. Sutton explicou brilhantemente a base de segregação independente e a sua relação com os cromossomas. Contudo, foram necessários muitos anos para que a hipótese formulada por Sutton fosse aceite no mundo científico. O maior obstáculo para muitos cientistas era aceitar a evidência experimental que provasse que os genes estavam localizados nos cromossomas ou que os cromossomas continham numerosos genes. Atualmente, a afirmação de que a transmissão hereditária pode ser geralmente explicada assumindo que os genes estão localizados nos cromossomas ficou conhecida por teoria cromossómica da hereditariedade.
A partir de 1903 o mecanismo que explicava a herança mendeliana estava proposto e o campo da genética (designado em 1900) desenvolveu-se extraordinariamente. A hipótese de Sutton serviu de guia de muitas investigações genéticas entre as quais as de Thomas Morgan nas duas décadas seguintes.
A tecnologia microscópica implementada no fim dos anos 1800 originou uma nova ciência, a citologia (o estudo das células), gerando muita informação sobre a sua estrutura e função.
Algumas descobertas na segunda metade do século XIX mostraram que no núcleo se observavam estruturas, que foram denominadas cromossomas, que podiam ser examinadas no local celular pelo microscópio desde que as células fossem tratadas por determinadas substâncias químicas. Com base neste método os citologistas estudaram o comportamento dos cromossomas na mitose e na meiose. Contudo, a relação entre os eventos meióticos e a transmissão das características hereditárias mantinha-se indefinida, assim como a relação entre cromossomas e genes.
Em 1884 e 1885, quatro cientistas alemães independentemente uns dos outros defenderam que os cromossomas transportavam as unidades hereditárias, mas este conceito requeria novas confirmações antes de poder ser considerado teoria. Nos primeiros anos do século XX os cientistas estudavam as bases biológicas da hereditariedade. Havia muitas respostas mas a resposta correta foi a estabelecida em detalhadas dissertações, uma escrita em 1902 e outra em 1903, por Walter S. Sutton. A primeira dissertação que descrevia os resultados experimentais com cromossomas de gafanhoto incluía a primeira demonstração clara de que nos cromossomas existentes nas células se podiam distinguir diferentes pares de cromossomas semelhantes (homólogos) provenientes um de cada progenitor. Sutton concluiu a sua dissertação com esta afirmação: "Posso finalmente chamar a atenção para a probabilidade de que a associação de cromossomas paternos e cromossomas maternos aos pares e a sua sequente separação durante a divisão reducional (meiose)... pode constituir a base física da lei da hereditariedade mendeliana".
Em 1903, nova dissertação ampliava esta hipótese e incluía dados adicionais sobre o caso da orientação dos pares de cromossomas no fuso meiótico, o que contribuía para a segregação independente dos pares de genes separados (fatores) previamente descritos por Mendel. Sutton também propôs que os resultados de Mendel podiam ser explicados se os genes estivessem localizados nos cromossomas. Posteriormente, Sutton propôs que cada cromossoma podia transportar muitos genes. Sutton explicou brilhantemente a base de segregação independente e a sua relação com os cromossomas. Contudo, foram necessários muitos anos para que a hipótese formulada por Sutton fosse aceite no mundo científico. O maior obstáculo para muitos cientistas era aceitar a evidência experimental que provasse que os genes estavam localizados nos cromossomas ou que os cromossomas continham numerosos genes. Atualmente, a afirmação de que a transmissão hereditária pode ser geralmente explicada assumindo que os genes estão localizados nos cromossomas ficou conhecida por teoria cromossómica da hereditariedade.
A partir de 1903 o mecanismo que explicava a herança mendeliana estava proposto e o campo da genética (designado em 1900) desenvolveu-se extraordinariamente. A hipótese de Sutton serviu de guia de muitas investigações genéticas entre as quais as de Thomas Morgan nas duas décadas seguintes.
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Como referenciar
Porto Editora – teoria cromossómica na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-11 10:59:31]. Disponível em
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