1 min
teoria dos protótipos
Nascida na antropologia e na psicologia cognitivista, a teoria dos protótipos constituiu um desenvolvimento teórico dentro do paradigma da linguística cognitiva, tendo sido assim estendida à análise léxica e semântica. A teoria dos protótipos, que teve como precursores Georges Kleiber (1990, 1991) e George Lakoff (1987), apresentou-se como o modelo de explicação do fenómeno da categorização, conceito essencial para as ciências cognitivas, partindo do princípio fundamental de que não é possível encontrar um conjunto de traços sémicos comuns a todos os membros de uma categoria. A categorização da realidade envolvente não se faz por exclusão dos semas que separam os membros de uma categoria, mas sim pelo reconhecimento dos semas que podem aproximá-los, isto é, aquilo que Wittgenstein designou por "semelhanças de família" e que foi integrado no modelo cognitivista. As categorias apresentam muitas vezes limites difusos. Desta forma, existem categorias com exemplares mais representativos, ou seja, mais prototípicos, do que outros, os quais se dispõem pelas margens do protótipo, os membros periféricos do protótipo. Assim, por exemplo, quando se faz um inquérito a respeito dos exemplares que cada indivíduo considera fazerem parte da categoria fruto, obtemos resultados ligeiramente diferentes segundo cada pessoa, mas o centro do protótipo para fruto contém certamente exemplares como laranja, maçã, ananás, ameixa, uva, enquanto que exemplares como azeitona ou tomate ficarão nas margens do protótipo. Isto explica-se pelo conjunto de características que associamos à imagem mental de fruto (sumarento, doce, utilizado para sumos, utilizado como sobremesa, utilizado em saladas com outros frutos, etc.) e que estão presentes em cada exemplar de forma diferente. A inclusão de um elemento dentro de uma categoria define-se em função do grau de semelhança estabelecido com o protótipo.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – teoria dos protótipos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-17 00:10:58]. Disponível em
Outros artigos
-
imagem mentalEntende-se por imagem mental as imagens que a mente produz. É uma representação interiorizada e estr...
-
George LakoffLinguista americano e professor de Linguística na Universidade da California, Berkeley (Estados Unid...
-
discurso direto/ indireto/ indireto livreDiscurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre são três conceitos clássicos, amplament
-
discursoConceito extremamente polissémico, nascido na filosofia clássica e que ganhou maior divulgação com o
-
dictumElemento do enunciado que relata algum estado, ação ou processo. Na análise lógico--semântica dos en
-
DiálogoDo gr. diálogos, "conversa", pelo lat. dialògu-, significa, em aceção geral, conversa entre duas ou
-
disfemismoFigura de retórica que visa o efeito contrário ao do eufemismo, ou seja, em lugar de atenuar ou suav
-
diacroniaCarácter dos fenómenos linguísticos considerados do ponto de vista da sua evolução no tempo, por opo
-
semântica diacrónica pré-estruturalistaNos finais do século XIX, os estudos semânticos eram dominados pela tendência geral da linguística h
-
diárioO diário apresenta-se como uma obra escrita que regista as peripécias quotidianas e atuais na perspe
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – teoria dos protótipos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-17 00:10:58]. Disponível em