teosofia
Não se deve confundir este termo com teologia, que é a ciência que estuda a revelação divina de modo racional e metódico. A palavra "teosofia" aparece na tradução das Escrituras dos Setenta, encontramo-la também em Porfírio, em Jâmblico e Proclus, mas é com Jacob Boehme que este termo aparece claramente definido e de modo sistemático. A teosofia pretende ser a própria sabedoria divina, como o mostra o étimo grego, pelo qual podemos decompor a palavra em duas: Deus e sabedoria.
Henry Corbin descobriu este mesmo termo na filosofia iraniana, assunto sobre o qual se debruçou toda a sua vida. No Prólogo à sua obra En Islam Iranien, é dito que "a expressão árabe hikmat ilâhîya é o equivalente exato do grego theosophia; ela designa essa "sabedoria divina" que tem por objeto não apenas o ser enquanto ser, mas os universos espirituais a cuja gnose permite aceder.
No ano de 1875, em Nova Iorque, Helena Blavatsky funda a Sociedade Teosófica; desde esse momento generalizou-se a aplicação deste termo, vulgarizado pela sua líder, que pretendia ter recebido a sua doutrina por comunicação espiritual com mestres ocultos do Tibete. No primeiro capítulo de A Chave da Teosofia, explica-se que a "Teosofia é o Conhecimento ou Ciência Divina" e que a "palavra theos significa um deus em grego, um dos seres divinos, e não tem nada a ver com o termo "Deus" tal como é entendido hoje. Não é portanto a "Sabedoria de Deus", como já tem sido traduzido, mas sim Sabedoria Divina, ou seja, aquela que os deuses possuem. É, portanto, neste sentido politeísta que se deve entender a apropriação específica que esta Sociedade fez deste termo.
As diferentes teosofias partilham determinadas conceções, para lá das diferenças particulares que as caracterizam, como por exemplo a teoria da queda das almas e da sua salvação pelo conhecimento, outra característica comum às teosofias é a importância que atribuem ao lado prático da busca de Deus. Neste contexto, dão muita importância ao comportamento moral do indivíduo e às práticas ascéticas que servem para a sua purificação e neste ponto a teosofia aproxima-se da mística. Como resultado desta tendência, a teosofia valorizou as ciências ocultas, tais como a alquimia e a astrologia.
Como conclusão, pode-se dizer, em termos genéricos, que a teosofia busca o conhecimento de Deus, conhecimento esse que é soteriológico. Entre os autores teósofos podemos destacar Swedenborg, Martins de Pascoal e o seu discípulo Saint-Martin, o poeta Novalis, Berdiaev e, entre muitos outros, René Guénon.
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