Thelonious Monk

Pianista jazz norte-americano, nascido em Rocky Mountain, Carolina do Norte, a 11 de outubro de 1917, e falecido a 17 de fevereiro de 1982. Mudou-se para Nova Iorque aos cinco anos e começou a dedilhar o piano ainda antes dos 10 anos de idade. Foi crescendo a tocar na igreja Batista e em festas caseiras. Quando o be-bop entrou em ebulição na cena musical nova-iorquina dos anos 40 do século XX, já Monk tocava no lendário clube Minton's Playhouse, a "incubadora" deste género de jazz. À frente do seu piano, tocaram personagens tão decisivas quanto Coleman Hawkins ou Dizzy Gillespie. Em 1947, decidiu formar o seu próprio grupo, rodeando-se de alguns músicos promissores como Sonny Rollins, Art Blackey e Milt Jackson. Pela banda também passaram John Coltrane e Charlie Rouse.
Os seus primeiros passos deram-se sob a égide da editora Blue Note, mas a sua etiqueta de referência foi a Riverside, na qual deixou largo rasto, assim como na história do jazz. Já nos anos 60 do século XX, frequentaria com assiduidade a editora Columbia. A sua última gravação data de 1971, para a Black Lion, e a sua derradeira aparição em público aconteceu no Festival de Jazz de Newport de 1974. Entre este verão e o dia 17 de fevereiro de 1982, data em que morreu na casa da Condessa Nica de Koenigswater (onde também havia falecido Charlie Parker), Thelonious Monk retirou-se do mundo e remeteu-se a um mutismo quase total. De facto, o seu carácter misantropo e taciturno pertencem tanto à lenda de Monk quanto a alcunha de "Sphere".
Como executante, Monk não era um pianista demasiado talentoso. O seu ritmo, um pouco quadrado, e a forma dura como atacava as teclas afastaram-no do virtuosismo de um Oscar Peterson. Mas alguém que escreveu temas como "Round Midnight", "Straight, No Chaser", "We See", "Ruby My Dear" e "Misterioso" só poderia ter um "adversário" como Duke Ellington a disputar-lhe a coroa de maior génio do piano jazz.