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totalitarismo
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Em sentido amplo, totalitarismo é toda a organização estatal cujo regime político não seja de carácter democrático ou liberal, isto é, em que o governo não é eleito democraticamente e onde não se admita o exercício de certas liberdades fundamentais. Num sentido mais estrito, é toda a organização jurídica, política e social em que o nível de intervenção do Estado é bastante amplo e as liberdades individuais são restringidas ao máximo. Pode resultar da incorporação do Estado por um partido único e centralista ou da extensão desmesuradamente ampla das instituições estatais. O totalitarismo, extremista ideologicamente, pode ser de direita - nazismo (Hitler, na Alemanha), fascismo -, ou de esquerda - estalinismo (Estaline, na URSS), maoísmo -, assumindo quase sempre uma postura de forte opressão e de prática da violência, sendo historicamente um regime político exclusivo do século XX, embora já na Revolução Francesa os ideais jacobinos pressupusessem um ideário de matiz totalitária, através da proibição de partidos de oposição e da defesa da eliminação física dos inimigos da Revolução.
O estado totalitário afirma possuir a verdade absoluta e assume responsabilidade pela sociedade no seu todo, não permitindo desvios ou oposições. O poder absoluto do Estado é organizado sobre a vida pública e privada dos cidadãos, proibidos de divergir da corrente ideológica estatal, por oposição ao cidadão do liberalismo, abstrato mas ativo politicamente.
O totalitarismo tem como principais características a definição e controlo pelo Estado de todas as relações sociais; todos os aspetos da vida individual são o mais controlados possível pelo Estado, que é, assim, proeminente na organização social e no que respeita à vida de cada indivíduo.
Os meios de ação do Estado são negativos e positivos. Os meios negativos são o que é proibido especificamente a todos os indivíduos:
- liberdades de consciência (de expressão, informação, educação)
- liberdades políticas (de associação, de participação independente na formação da vontade do Estado)
- liberdades económicas (de propriedade individual, de produção, de comércio)
Os meios positivos são o que o regime faz especificamente para se impor como tal):
- -partido único, com um chefe de poderes ilimitados ou muito amplos, a máxima autoridade do aparelho de estado
- economia centralizada
- ideologia oficial, globalizante e imposta de modo incondicional e coercivo, para todos e para todo o território
- organização policial de terror, que tem por meta assegurar a prática de todos os meios anteriores
Regime político produzido pela sociedade de massas do século XX, assumiu-se o totalitarismo como uma das alternativas políticas e, consequentemente, económicas, às Frentes Populares constituídas nos anos 20 para superar os efeitos negativos nas economias europeias e as humilhações de estados derrotados (Alemanha, por exemplo), além de tentar reconstruir nações dilaceradas por guerras ou atrasadas do ponto de vista material. Assim, a Alemanha e a Itália, seguidas de Portugal e Espanha, no Ocidente, e da URSS, de Estaline, a Leste (e mais tarde a China, com Mao Zedong), optaram, em alguns dos casos referendados por uma maioria da população, pelos regimes totalitários para reforçar identidades nacionais e pretensões territoriais, além de resolverem as crises económicas e indefinições políticas saídas da Primeira Guerra Mundial. O combate ao comunismo foi também uma das bandeiras do totalitarismo de direita, mais típico da Europa Ocidental. Atualmente, o totalitarismo tem sido também conotado ao Islão, que é considerado por alguns autores como o "Terceiro Totalitarismo".
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Como referenciar
Porto Editora – totalitarismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-24 23:00:49]. Disponível em
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