Vicente da Câmara
Fadista, letrista e compositor, Vicente Maria do Carmo da Câmara nasceu a 7 de maio de 1928, em Lisboa. Sobrinho de Maria Teresa de Noronha e avô do fadista José da Câmara, é um dos maiores representantes do chamado fado aristocrático e marialva. É o autor do clássico "A Moda das Tranças Pretas".
Pode-se dizer que Vicente da Câmara entrou na vida a cantar. A sua ascendência e ambiente familiar marcaram a sua vocação. O seu pai, João da Câmara foi um conhecido locutor da Emissora Nacional. O seu bisavô, conhecido por D. João da Câmara, foi um proeminente dramaturgo e jornalista, muito conceituado no seu tempo. E é descendente de João Gonçalves Zarco, o descobridor da ilha da Madeira. Em sua casa havia um ambiente musical, dado que também o seu pai cantava. Mas terá sido a tia, a grande fadista Maria Teresa de Noronha, a sua principal influência. Vicente da Câmara começou por cantar fados do reportório da tia, até que um dia ela lhe disse, brincando, que devia encontrar os seus próprios fados. Assim o fez.
Começou por cantar entre amigos e familiares, e aos 15 anos já atuava ocasionalmente em casas de fados. A sua estreia em público deu-se, aos 20 anos, perante os microfones da Emissora Nacional. Foi o início de uma longa carreira cheia de sucessos. Chegou a fazer-se acompanhar, em exclusividade, por guitarristas de renome, incluindo Raul Nery e Fontes Rocha. De resto, o próprio Vicente da Câmara toca guitarra portuguesa. Contudo, não se dedicou exclusivamente ao fado. Foi inspetor de vendas da CIDLA e antiquário, com uma loja na Rua de D. Pedro V, em Lisboa.
Escreveu algumas letras que se tornaram clássicos da história do fado. A mais famosa de todas é "A Moda das Tranças Pretas" (música de Lino Teixeira). Mas há outras marcantes, como "O Milagre de Santo António" (música de Alberto Costa) ou "Ingenuidade" (música de Filipe Pinto). Também se destaca como compositor, em temas como "Andei Procurando o Fado" (letra de José Lopes), "Menina de uma só Trança" (letra de Hermano Sobral) ou "O Rio que nos viu nascer" (letra de Maria Jesus Facco Viana). Notabiliza-se ainda pela interpretação personalizada de outros fados, como o "Fado do Caldas", "Fado Campino" ou "Fado Marialva".
Tem uma discografia dispersa e muito vasta. Salienta-se a coletânea lançada em CD pela Emi-Valentim de Carvalho, assim como o disco O rio que nos viu nascer (Ovação, 2004), que inclui novas versões de fados do seu reportório, com acompanhamento de Luís Petisca, Pedro Pinhal e Rodrigo Serrão.
Quando fez 40 anos, e Emissora Nacional prestou-lhe uma homenagem, com um grandioso espetáculo. Em 2005, a RTP promoveu-lhe um novo tributo, em que Vicente da Câmara cantou "A Moda das Tranças Pretas" ao lado do filho, do neto e do bisneto. Uma linhagem de fadistas.
Pode-se dizer que Vicente da Câmara entrou na vida a cantar. A sua ascendência e ambiente familiar marcaram a sua vocação. O seu pai, João da Câmara foi um conhecido locutor da Emissora Nacional. O seu bisavô, conhecido por D. João da Câmara, foi um proeminente dramaturgo e jornalista, muito conceituado no seu tempo. E é descendente de João Gonçalves Zarco, o descobridor da ilha da Madeira. Em sua casa havia um ambiente musical, dado que também o seu pai cantava. Mas terá sido a tia, a grande fadista Maria Teresa de Noronha, a sua principal influência. Vicente da Câmara começou por cantar fados do reportório da tia, até que um dia ela lhe disse, brincando, que devia encontrar os seus próprios fados. Assim o fez.
Começou por cantar entre amigos e familiares, e aos 15 anos já atuava ocasionalmente em casas de fados. A sua estreia em público deu-se, aos 20 anos, perante os microfones da Emissora Nacional. Foi o início de uma longa carreira cheia de sucessos. Chegou a fazer-se acompanhar, em exclusividade, por guitarristas de renome, incluindo Raul Nery e Fontes Rocha. De resto, o próprio Vicente da Câmara toca guitarra portuguesa. Contudo, não se dedicou exclusivamente ao fado. Foi inspetor de vendas da CIDLA e antiquário, com uma loja na Rua de D. Pedro V, em Lisboa.
Escreveu algumas letras que se tornaram clássicos da história do fado. A mais famosa de todas é "A Moda das Tranças Pretas" (música de Lino Teixeira). Mas há outras marcantes, como "O Milagre de Santo António" (música de Alberto Costa) ou "Ingenuidade" (música de Filipe Pinto). Também se destaca como compositor, em temas como "Andei Procurando o Fado" (letra de José Lopes), "Menina de uma só Trança" (letra de Hermano Sobral) ou "O Rio que nos viu nascer" (letra de Maria Jesus Facco Viana). Notabiliza-se ainda pela interpretação personalizada de outros fados, como o "Fado do Caldas", "Fado Campino" ou "Fado Marialva".
Tem uma discografia dispersa e muito vasta. Salienta-se a coletânea lançada em CD pela Emi-Valentim de Carvalho, assim como o disco O rio que nos viu nascer (Ovação, 2004), que inclui novas versões de fados do seu reportório, com acompanhamento de Luís Petisca, Pedro Pinhal e Rodrigo Serrão.
Quando fez 40 anos, e Emissora Nacional prestou-lhe uma homenagem, com um grandioso espetáculo. Em 2005, a RTP promoveu-lhe um novo tributo, em que Vicente da Câmara cantou "A Moda das Tranças Pretas" ao lado do filho, do neto e do bisneto. Uma linhagem de fadistas.
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Como referenciar
Porto Editora – Vicente da Câmara na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-22 15:21:05]. Disponível em
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