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quero contar-lhes um pouco do meu novo romance, “Violeta”.
É uma história que começa com uma pandemia, a pandemia da influenza, que a alguns países latino-americanos, como o Chile, chegou por volta de 1919-1920, e termina com esta pandemia. Ou seja, são 100 anos (em que os dois extremos são as pandemias), e é a vida de uma mulher, que se chama Violeta. Uma mulher de uma classe social bastante elevada, num país fictício da América Latina, bastante parecido com o Chile, mas tal como no caso de “A Casa dos Espíritos”, nunca menciono o país. Isso dá-me liberdade para imaginar um pouco.
E acontece um pouco de tudo a esta mulher. Começa numa casa convencional na capital, mas surge a tremenda derrocada económica, em 1930, e a família é completamente desbaratada, indo parar, quase como refugiados, ao campo. E aí se cria ela nos primeiros anos, mas depois vem a vida dela, as suas aventuras de todo o tipo – económicas, de amores (amores bons, amores maus) –, e há uma espécie de visão bastante ampla do mundo que lhe cabe viver, porque ela viaja muito e as atividades que tem levam-na de um lugar a outro. Também tem problemas com os filhos, como sempre acontece, e tem depois um neto que adora. E todo o livro está escrito como se fosse uma carta para esse neto, quando ela está a morrer.
É assim o livro e espero que gostem. Eu gosto da Violeta como personagem. É uma personagem forte, irónica, aventureira e corajosa.
Ler excerto da obra
Isabel Allende