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Amon
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Sendo igualmente chamado Ammon (venerado na Grécia) ou Amun, entre outros, o seu nome significa o escondido. O nome justificava-se por ser o deus do vento e da atmosfera, sendo omnipresente apesar de invisível.

Em Hermópolis consideravam-no membro da ogdóade (conjunto de deuses primordiais que surgiram do nada, antes do deus do Sol ser criado; Amon e Amaunet simbolizavam o poder oculto, Kek e Kauket a escuridão, Heh e Hauhet o infinito e Nun e Naunet o abismo primordial). Era casado com Amaunet, tendo nascido desta união Chons (ou Khensu), o deus da Lua. Amon casou-se depois com Mut, em Tebas, e com Chons formaram a tríade desta cidade.

Templo de Amon em Karnak, Luxor
Avenida das Esfinges no Templo de Amon em Karnak, Luxor
Tornou-se posteriormente, na 11.ª Dinastia (2133 a 2000 a. C.), o deus do Sol venerado em Tebas, a capital nesta altura. Foi-lhe dado o nome de Amon-Rê (deus do Sol) e acabou por se tornar o mais importante deus do panteão egípcio e protetor dos faraós, em quem encarnava. Vogava pelo céu numa barca, que durante a noite clareava a noite do submundo.
Em Deir-el-Bahari e Karnak remanescem restos de templos imponentes que lhe foram dedicados, tendo havido também em Luxor um importante templo. Existia igualmente um oráculo no oásis de Siwa, visitado por Alexandre Magno.

Era considerado pai dos faraós, protegendo-os e ajudando-os na luta contra os inimigos.
Os nomes de muitos governantes refletem o culto prestado a este deus, como é o caso da rainha Karomama, a adoradora de Amon. No entanto, o seu culto foi substituído por um monoteísta ao deus solar Aton, pelo faraó do final da XVIII dinastia Amenófis IV (Akhenaton). Uma das razões para esta mudança foi o extraordinário poder dos sacerdotes de Amon em Tebas (estes sacerdotes chegaram a governar o Egito a meias com as dinastias do Delta). Daí que Amenófis IV (cujo nome significa Amon está contente, daí que o tivesse mudado para Amenófis ou o que serve Aton) tivesse fundado uma nova cidade, Akhetaton (horizonte de Aton, atualmente Tell el-Amarna), para que todo o poder não se centrasse em Tebas. Contudo o culto a Amon foi de novo implantado no reinado seguinte.

A filha do faraó era normalmente a administradora das inumeráveis e valiosas possessões de Amon, sendo a agente da sua autoridade e a sua mulher na terra (denominada mulher ou adoradora do deus).

Amon era representado como um carneiro ou como um humano de pele azul com cabeça de carneiro com cornos curvos (ou com a cabeça de um homem barbudo), havendo também representações suas com um falo de dimensões exageradas em ereção.

Além do carneiro era-lhe dedicado o ganso, sendo este deus coroado com uma coroa de penas, alusiva aos pássaros que vogavam ao sabor do vento.

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Como referenciar
Amon na Infopédia [em linha]. Porto Editora. Disponível em https://www.infopedia.pt/artigos/$amon [visualizado em 2025-06-19 11:01:58].

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