5 min
Argentina
Geografia
País da América do Sul. Ocupa a maior parte da secção meridional deste continente e abrange uma área de 2 766 890 km2. Está limitado a norte, pela Bolívia e pelo Paraguai, a nordeste pelo Brasil e pelo Uruguai, a leste pelo oceano Atlântico e a sul e a oeste pelo Chile. A oeste, na cadeia montanhosa dos Andes, a mais extensa do mundo, encontra-se o pico mais alto da América do Sul, o monte Aconcágua, um vulcão já extinto. No sopé dos Andes fica a região vinhateira de Mendoza, onde existem também extensas hortas e olivais. No sul da Argentina situa-se a vasta região da Patagónia, varrida pelos ventos frios no inverno e constituída por planaltos e montanhas que se estendem até à Terra do Fogo, onde existem glaciares. Existe ainda uma planície central, a Pampa, situada a sul e oeste do Rio Paraná, e que se prolonga até à costa atlântica. A Pampa é a região onde se situa grande parte da população e tornou-se uma das mais importantes regiões agrícolas do mundo. A terra é revestida de vegetação subtropical conhecida como o jardim da Argentina; aqui as cidades lembram o tempo colonial espanhol, visível nas igrejas e catedrais. É a área de criação de gado e algodão. Mais para leste, entre os rios Paraná e Uruguai, fica a área de produção do amargo chá-mate, a bebida preferida dos gaúchos. Ainda a leste, próximo do Uruguai, situam-se as cataratas do Iguaçu, as maiores do mundo em termos de volume de água.
As principais cidades da Argentina são: Buenos Aires (11 928 400 hab. (2004); área metropolitana, 13 238 600 hab.), Córdoba (área metropolitana, 1 581 900 hab.), Rosário (área metropolitana, 1 392 100 hab.), Mendoza, La Plata e San Miguel de Tucuman.
Clima
Possui um clima que vai de subtropical, no norte, a subantártico, no sul: temperado na maior parte do território, árido no sudeste e subantártico no sudoeste.
Economia
A Argentina é o maior exportador de produtos alimentares da América Latina. O trigo é o principal cereal. São também produzidos em grande quantidades vinho, frutos, cana-de-açúcar, soja e vegetais diversos. Apesar da grande extensão da costa argentina, a quantidade de peixe retirada das suas águas é reduzida, quando comparada com a do Chile, a do Peru ou a do Brasil. A Argentina tem bons recursos minerais. Para além de petróleo e gás natural, possui também ferro, alumínio, urânio e zinco. Os principais parceiros comerciais da Argentina são o Brasil, os Estados Unidos da América, a Itália e a Holanda.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas,1999), é de 3,8.
População
A população é de 39 921 833 habitantes (est. 2006), correspondendo a uma densidade populacional de 14,3 hab./km2. A taxa de natalidade é de 16,73%o e a taxa de mortalidade é de 7,55%o. A esperança média de vida atinge 76,12 anos. O valor do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,849 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,839 (2001). Estima-se que em 2025 a população seja de 45 983 000 habitantes. Os habitantes originários da Argentina são índios, mas foram-se reduzindo ao longo do tempo e, no século XIX, os Espanhóis eram já mais numerosos. A religião praticada pela maior parte da população é a católica romana. A língua oficial é o castelhano, mas são também faladas numerosas línguas e dialetos estrangeiros.
Arte e Cultura
O primeiro latino-americano laureado com um Prémio Nobel foi um argentino, Carlos Saavedra (prémio da Paz, 1936).
História
Os conquistadores espanhóis não acharam ouro nem prata. Até 1713, o território foi administrado a partir de Lima, capital do Peru, sob o domínio da Espanha. Em 1816 foi proclamada a independência; a nova república incluía ainda partes do Paraguai, da Bolívia e do Uruguai, países que mais tarde se tornaram independentes. É uma República Federal baseada na Constituição de 1853, que tem sido emendada várias vezes no sentido de legitimar o poder das juntas militares e dos ditadores. A partir de 1914, a Argentina deu início à industrialização e a sociedade agrícola transformou-se em industrial, mas este setor não conseguiu cobrir o declínio da agricultura. O grande período de crescimento económico ocorreu entre 1850 e 1930, quando a agricultura e a indústria tornavam a Argentina no país mais produtivo da América Latina. Com a guerra e a recessão económica mundial, a prosperidade argentina decaiu. Desde a década de 30 a economia tem sofrido graves problemas sociais e políticos e a inflação subiu em flecha, assim como a dívida do país. Há quem responsabilize o dirigente Juan Perón, cuja política económica a seguir à Segunda Guerra Mundial favoreceu a indústria em detrimento da agricultura; outros acusam a Grã-Bretanha e os Estados Unidos da América de terem realizado investimentos no país, como a construção de linhas férreas, por onde chegaram muitos imigrantes espanhóis e italianos fugidos da miséria europeia, que levaram os lucros para fora da Argentina. Nesta altura, os europeus sobrepuseram-se em número aos índios e aos mestiços. Os governos foram de curta duração. Em 1946 foi eleito presidente Juan Perón, o líder nacionalista e autoritário que conquistou a simpatia dos trabalhadores da indústria através de aumentos salariais, mesmo à custa da diminuição da produtividade. A posição do líder ficou enfraquecida com a morte da esposa, Eva, uma figura simpática entre as camadas populares. Em 1955 foi derrubado por uma revolução militar e civil. Seguiram-se regimes militares até ao seu breve regresso do exílio, em 1973, quando foi reeleito presidente. Após a sua morte, sucedeu-lhe a sua terceira mulher, Maria Estela (conhecida por Isabel). Esta foi afastada em 1976. Seguiram-se outra série de governos militares, depressão económica e atos terroristas. Em abril de 1982, as forças militares argentinas invadiram a colónia britânica das Falkland. Este território é reivindicado há mais de um século, ao ponto de lhe darem o nome de Malvinas. Os britânicos reocuparam o arquipélago durante uma guerra de dez dias e fixaram uma guarnição nas ilhas. Os argentinos saíram derrotados. Em 1983, Raúl Alfonsín foi eleito o novo presidente de um governo civil, após as primeiras eleições presidenciais. Alfonsín concluiu, de um inquérito mandado fazer sobre as atrocidades cometidas durante os períodos anteriores de regimes militares, que 9000 pessoas haviam sido mortas e outras tantas feitas prisioneiras e torturadas, além de dois milhões que terão fugido do país. Antigos líderes políticos e militares foram levados a tribunal por atentado aos direitos humanos. Em relação à crise económica, Alfonsín tentou, mas em vão, reduzir a taxa anual de inflação. Em 1989, foi substituído no cargo por Carlos Saúl Menem, que, para fazer face ao grave estado económico do país, impôs uma política de austeridade. Foi também durante o seu mandato que ficaram estabelecidas a possibilidade de reeleição do presidente e a redução do período presidencial para quatro anos em vez de seis. Assim sendo, foi reeleito em 1995 (ainda de acordo com os seis anos, uma vez que a proposta só foi aprovada em 1994). Foi durante a sua atuação como presidente que as relações com o Reino Unido, até então deterioradas pela guerra das Falkland, se desenvolveram positivamente. Foi o primeiro presidente argentino desde 1961 a visitar o Reino Unido. Em 1998 a Argentina foi alvo de vários escândalos políticos, entre eles, o da venda de armas para a Croácia e para o Equador. Nas novas eleições de 1999, Menem foi deposto por Fernando de La Rua. Apesar dos esforços empreendidos até então, a crise económica continuou a agravar-se. Em 2000, o Fundo Monetário Internacional anunciou ajuda monetária ao país após o Congresso Argentino, onde constavam uma séria de medidas austeras extremas. Essa situação deu origem a grandes manifestações de rua como demonstração da insatisfação popular pela situação. Algumas pessoas morreram durante os confrontos que se geraram. O presidente afastou-se do cargo no final do ano. A partir de então vários foram os políticos a ocupar o fragilizado cargo até às novas eleições em 2003. Néstor Kirchner foi eleito presidente em julho e demonstrou ter como prioridade a apresentação de soluções para o problema.
País da América do Sul. Ocupa a maior parte da secção meridional deste continente e abrange uma área de 2 766 890 km2. Está limitado a norte, pela Bolívia e pelo Paraguai, a nordeste pelo Brasil e pelo Uruguai, a leste pelo oceano Atlântico e a sul e a oeste pelo Chile. A oeste, na cadeia montanhosa dos Andes, a mais extensa do mundo, encontra-se o pico mais alto da América do Sul, o monte Aconcágua, um vulcão já extinto. No sopé dos Andes fica a região vinhateira de Mendoza, onde existem também extensas hortas e olivais. No sul da Argentina situa-se a vasta região da Patagónia, varrida pelos ventos frios no inverno e constituída por planaltos e montanhas que se estendem até à Terra do Fogo, onde existem glaciares. Existe ainda uma planície central, a Pampa, situada a sul e oeste do Rio Paraná, e que se prolonga até à costa atlântica. A Pampa é a região onde se situa grande parte da população e tornou-se uma das mais importantes regiões agrícolas do mundo. A terra é revestida de vegetação subtropical conhecida como o jardim da Argentina; aqui as cidades lembram o tempo colonial espanhol, visível nas igrejas e catedrais. É a área de criação de gado e algodão. Mais para leste, entre os rios Paraná e Uruguai, fica a área de produção do amargo chá-mate, a bebida preferida dos gaúchos. Ainda a leste, próximo do Uruguai, situam-se as cataratas do Iguaçu, as maiores do mundo em termos de volume de água.
As principais cidades da Argentina são: Buenos Aires (11 928 400 hab. (2004); área metropolitana, 13 238 600 hab.), Córdoba (área metropolitana, 1 581 900 hab.), Rosário (área metropolitana, 1 392 100 hab.), Mendoza, La Plata e San Miguel de Tucuman.
Possui um clima que vai de subtropical, no norte, a subantártico, no sul: temperado na maior parte do território, árido no sudeste e subantártico no sudoeste.
Economia
A Argentina é o maior exportador de produtos alimentares da América Latina. O trigo é o principal cereal. São também produzidos em grande quantidades vinho, frutos, cana-de-açúcar, soja e vegetais diversos. Apesar da grande extensão da costa argentina, a quantidade de peixe retirada das suas águas é reduzida, quando comparada com a do Chile, a do Peru ou a do Brasil. A Argentina tem bons recursos minerais. Para além de petróleo e gás natural, possui também ferro, alumínio, urânio e zinco. Os principais parceiros comerciais da Argentina são o Brasil, os Estados Unidos da América, a Itália e a Holanda.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas,1999), é de 3,8.
População
A população é de 39 921 833 habitantes (est. 2006), correspondendo a uma densidade populacional de 14,3 hab./km2. A taxa de natalidade é de 16,73%o e a taxa de mortalidade é de 7,55%o. A esperança média de vida atinge 76,12 anos. O valor do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,849 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,839 (2001). Estima-se que em 2025 a população seja de 45 983 000 habitantes. Os habitantes originários da Argentina são índios, mas foram-se reduzindo ao longo do tempo e, no século XIX, os Espanhóis eram já mais numerosos. A religião praticada pela maior parte da população é a católica romana. A língua oficial é o castelhano, mas são também faladas numerosas línguas e dialetos estrangeiros.
Arte e Cultura
O primeiro latino-americano laureado com um Prémio Nobel foi um argentino, Carlos Saavedra (prémio da Paz, 1936).
História
Os conquistadores espanhóis não acharam ouro nem prata. Até 1713, o território foi administrado a partir de Lima, capital do Peru, sob o domínio da Espanha. Em 1816 foi proclamada a independência; a nova república incluía ainda partes do Paraguai, da Bolívia e do Uruguai, países que mais tarde se tornaram independentes. É uma República Federal baseada na Constituição de 1853, que tem sido emendada várias vezes no sentido de legitimar o poder das juntas militares e dos ditadores. A partir de 1914, a Argentina deu início à industrialização e a sociedade agrícola transformou-se em industrial, mas este setor não conseguiu cobrir o declínio da agricultura. O grande período de crescimento económico ocorreu entre 1850 e 1930, quando a agricultura e a indústria tornavam a Argentina no país mais produtivo da América Latina. Com a guerra e a recessão económica mundial, a prosperidade argentina decaiu. Desde a década de 30 a economia tem sofrido graves problemas sociais e políticos e a inflação subiu em flecha, assim como a dívida do país. Há quem responsabilize o dirigente Juan Perón, cuja política económica a seguir à Segunda Guerra Mundial favoreceu a indústria em detrimento da agricultura; outros acusam a Grã-Bretanha e os Estados Unidos da América de terem realizado investimentos no país, como a construção de linhas férreas, por onde chegaram muitos imigrantes espanhóis e italianos fugidos da miséria europeia, que levaram os lucros para fora da Argentina. Nesta altura, os europeus sobrepuseram-se em número aos índios e aos mestiços. Os governos foram de curta duração. Em 1946 foi eleito presidente Juan Perón, o líder nacionalista e autoritário que conquistou a simpatia dos trabalhadores da indústria através de aumentos salariais, mesmo à custa da diminuição da produtividade. A posição do líder ficou enfraquecida com a morte da esposa, Eva, uma figura simpática entre as camadas populares. Em 1955 foi derrubado por uma revolução militar e civil. Seguiram-se regimes militares até ao seu breve regresso do exílio, em 1973, quando foi reeleito presidente. Após a sua morte, sucedeu-lhe a sua terceira mulher, Maria Estela (conhecida por Isabel). Esta foi afastada em 1976. Seguiram-se outra série de governos militares, depressão económica e atos terroristas. Em abril de 1982, as forças militares argentinas invadiram a colónia britânica das Falkland. Este território é reivindicado há mais de um século, ao ponto de lhe darem o nome de Malvinas. Os britânicos reocuparam o arquipélago durante uma guerra de dez dias e fixaram uma guarnição nas ilhas. Os argentinos saíram derrotados. Em 1983, Raúl Alfonsín foi eleito o novo presidente de um governo civil, após as primeiras eleições presidenciais. Alfonsín concluiu, de um inquérito mandado fazer sobre as atrocidades cometidas durante os períodos anteriores de regimes militares, que 9000 pessoas haviam sido mortas e outras tantas feitas prisioneiras e torturadas, além de dois milhões que terão fugido do país. Antigos líderes políticos e militares foram levados a tribunal por atentado aos direitos humanos. Em relação à crise económica, Alfonsín tentou, mas em vão, reduzir a taxa anual de inflação. Em 1989, foi substituído no cargo por Carlos Saúl Menem, que, para fazer face ao grave estado económico do país, impôs uma política de austeridade. Foi também durante o seu mandato que ficaram estabelecidas a possibilidade de reeleição do presidente e a redução do período presidencial para quatro anos em vez de seis. Assim sendo, foi reeleito em 1995 (ainda de acordo com os seis anos, uma vez que a proposta só foi aprovada em 1994). Foi durante a sua atuação como presidente que as relações com o Reino Unido, até então deterioradas pela guerra das Falkland, se desenvolveram positivamente. Foi o primeiro presidente argentino desde 1961 a visitar o Reino Unido. Em 1998 a Argentina foi alvo de vários escândalos políticos, entre eles, o da venda de armas para a Croácia e para o Equador. Nas novas eleições de 1999, Menem foi deposto por Fernando de La Rua. Apesar dos esforços empreendidos até então, a crise económica continuou a agravar-se. Em 2000, o Fundo Monetário Internacional anunciou ajuda monetária ao país após o Congresso Argentino, onde constavam uma séria de medidas austeras extremas. Essa situação deu origem a grandes manifestações de rua como demonstração da insatisfação popular pela situação. Algumas pessoas morreram durante os confrontos que se geraram. O presidente afastou-se do cargo no final do ano. A partir de então vários foram os políticos a ocupar o fragilizado cargo até às novas eleições em 2003. Néstor Kirchner foi eleito presidente em julho e demonstrou ter como prioridade a apresentação de soluções para o problema.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Argentina na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-12 10:08:40]. Disponível em
Outros artigos
-
Fernando de La RuaPolítico e governante argentino, Fernando de La Rua Bruno, nascido a 15 de setembro de 1937, em Córd...
-
EquadorGeografia País da América do Sul. Banhado pelo Pacífico a oeste, é limitado a norte pela Colômbia e ...
-
CroáciaGeografia País do Sul da Europa. Situado no Noroeste da península dos Balcãs, abrange uma superfície...
-
Reino UnidoGeografia Nação insular do Noroeste da Europa. Envolvido pelo oceano Atlântico, com o mar do Norte, ...
-
CarlosProtagonista de Viagens na Minha Terra, Carlos tem sido entendido como máscara ficcional de Garrett,...
-
MariaNascida cerca do ano 15 a. C., provavelmente em Jersusálem, pouco se sabe sobre a sua ascendência. P...
-
Estados Unidos da AméricaGeografia País da América do Norte. É constituído por um distrito federal - Colúmbia - e 50 estados:...
-
Grã-BretanhaSituada ao largo da costa ocidental da Europa, a Grã-Bretanha é, com os seus 229 903 km2, a maior da...
-
Segunda Guerra MundialA Segunda Guerra Mundial foi gerada a partir dos erros e imperfeições do Tratado de Versalhes, pelos...
-
problemas sociaisUm problema social é um fenómeno, uma situação ou uma condição que, na perspetiva de determinados gr...
ver+
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Argentina na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-12 10:08:40]. Disponível em