Arianismo
O Arianismo é uma heresia cristã fundada no século IV por Ario, um presbítero de Alexandria, no Egito. A sua doutrina baseava-se essencialmente no princípio da negação de Cristo como divindade. Ario e Eusébio de Cesareia procuravam uma razão que explicasse a Santíssima Trindade, e para diferenciar Deus (Pai) e Cristo (Filho) decidiram negar a este a sua divindade. Para os arianos, Cristo não é mais do que a primeira das criaturas, um mero instrumento de Deus. Mas para desenvolverem tal teoria, os arianos basearam-se em fórmulas ortodoxas.
Os arianos surgiram da ambiguidade teológica que marcou os séculos II e III. A teologia anterior ao Concílio de Niceia, em 325, que condenou o arianismo, não criara uma terminologia cristã adequada e suficientemente explicativa. A tradição delineava a unidade de Deus e a divindade do Verbo, mas ocultava os elementos adequados para a interrogação e explicação do dogma. Nesse mesmo Concílio Ecuménico de Niceia, em que participaram 318 bispos, esta heresia foi duramente condenada, facto que não impediu, no entanto, a sua expansão pelo Império do Oriente. O imperador Constâncio II (337-361), o sucessor de Constantino, apoiou a causa ariana. No Concílio de Sárdica (343), depois da morte de Constantino II, o Credo de Niceia foi de novo proclamado. Perante esta confirmação, o arianismo entrou em declínio.
Teodósio, em 380, publicou um édito em prol da Fé cristã e perseguiu o arianismo afincadamente. No ano seguinte, no Concílio de Constantinopla, condenou o arianismo, o que, no entanto, não bastou para colocar entraves à expansão da heresia pelos povos germânicos, em virtude da evangelização levada a efeito pelo ariano Wulfila, que a espalhou entre os Godos.
Ostrogodos, Visigodos e Burgúndios, os principais povos góticos, acabariam por introduzir o arianismo no Ocidente aquando da destruição do Império Romano provocada pelas suas invasões. Perseguidores da ortodoxia cristã, cedo se converteram ao cristianismo romano, ao contrário dos Francos, que se mantiveram pagãos por mais algum tempo, acabando no entanto por se converter à fé cristã. O arianismo, todavia, sobreviveu até aos finais do século VII, principalmente entre os Lombardos.
Os arianos surgiram da ambiguidade teológica que marcou os séculos II e III. A teologia anterior ao Concílio de Niceia, em 325, que condenou o arianismo, não criara uma terminologia cristã adequada e suficientemente explicativa. A tradição delineava a unidade de Deus e a divindade do Verbo, mas ocultava os elementos adequados para a interrogação e explicação do dogma. Nesse mesmo Concílio Ecuménico de Niceia, em que participaram 318 bispos, esta heresia foi duramente condenada, facto que não impediu, no entanto, a sua expansão pelo Império do Oriente. O imperador Constâncio II (337-361), o sucessor de Constantino, apoiou a causa ariana. No Concílio de Sárdica (343), depois da morte de Constantino II, o Credo de Niceia foi de novo proclamado. Perante esta confirmação, o arianismo entrou em declínio.
Teodósio, em 380, publicou um édito em prol da Fé cristã e perseguiu o arianismo afincadamente. No ano seguinte, no Concílio de Constantinopla, condenou o arianismo, o que, no entanto, não bastou para colocar entraves à expansão da heresia pelos povos germânicos, em virtude da evangelização levada a efeito pelo ariano Wulfila, que a espalhou entre os Godos.
Ostrogodos, Visigodos e Burgúndios, os principais povos góticos, acabariam por introduzir o arianismo no Ocidente aquando da destruição do Império Romano provocada pelas suas invasões. Perseguidores da ortodoxia cristã, cedo se converteram ao cristianismo romano, ao contrário dos Francos, que se mantiveram pagãos por mais algum tempo, acabando no entanto por se converter à fé cristã. O arianismo, todavia, sobreviveu até aos finais do século VII, principalmente entre os Lombardos.
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Como referenciar
Arianismo na Infopédia [em linha]. Porto Editora. Disponível em https://www.infopedia.pt/artigos/$arianismo [visualizado em 2025-07-18 10:55:20].
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