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Bloco de Esquerda (BE)
O Bloco de Esquerda é uma formação política resultante do acordo que conduziu à coligação de movimentos e partidos que se reclamam como pertencentes à "verdadeira Esquerda" portuguesa. O movimento "Política XXI" é ancoradouro de vários intelectuais independentes ou "não alinhados" na Esquerda tradicional, bem como de segmentos juvenis contestatários, o Partido Socialista Revolucionário (PSR, com mais de 25 anos de história), partido de inspiração "trotskista" e normalmente conotado com a "extrema Esquerda" marxista e combatente, e a "velha" União Democrática Popular (UDP), partido "maoísta" também já com mais de um quarto de século e com origens ainda na luta antifascista e do período do pós 25 de abril, com pergaminhos parlamentares e várias lutas eleitorais. Em março de 1999, uniram-se para formar uma coligação que pretendia, por si só, dar voz a vários milhares de portugueses descontentes com a "velha Esquerda" nacional do PS e do PCP.
O objetivo que norteou, num primeiro momento, a constituição do Bloco de Esquerda, foi a participação da coligação nas eleições para o Parlamento Europeu realizadas em 13 de junho de 1999. Visava-se, então, a eleição de um eurodeputado - em princípio, o jornalista Miguel Portas, uma das figuras emblemáticas do BE - e obter um resultado superior ao somatório dos votos recebidos pelos três partidos que o constituem. No entanto, o objetivo de eleição de um eurodeputado não foi cumprido, embora por uma diferença de votos muito pequena para a sua concretização. O mandatário nacional do BE era o advogado João Nabais. Para além deste e de Miguel Portas, as outras figuras referenciais do BE têm sido Francisco Louçã, economista e líder do PSR, e Fernando Rosas, historiador e professor universitário.
Entendia-se possível a permanência do BE no seio da política nacional, como quinta força em número de votos, o que augurava fortes hipóteses de eleição de um grupo parlamentar na Assembleia da República nas eleições de 10 de outubro de 1999.
Tal desiderato foi conseguido, com a eleição de dois deputados do BE pelo círculo de Lisboa (Francisco Louçã e Luís Fazenda) e falhando por pouco um terceiro (Miguel Portas) pelo Porto, obtendo resultados a nível nacional acima dos 3%, o que demonstrava o crescendo político e implantação nacional do partido, apoiado principalmente pela juventude, por intelectuais e artistas desenquadrados com a Esquerda tradicional e por grupos ditos minoritários, étnicos ou de homossexuais. A atuação política pauta-se pela irreverência, quer no Parlamento (a gravata e o fato não são usados) quer nas ruas, com manifestações comuns e atividades de protesto de forte componente cénica e radical, embora sem uso de violência.
Segundo os seus dirigentes, o BE não pretende, na sua luta política, a conquista do poder. O BE candidata-se, não ao poder através da formação de um governo, mas sim à oposição, embora sem se auto-marginalizar do poder, num quadro resultante de um processo histórico de luta e consciência política ativas.
Em termos de atividade parlamentar, o BE evidenciou-se, ainda que sem resultados práticos, pela moção de rejeição do Programa do Governo socialista (de maioria parlamentar relativa) da VIII Legislatura que apresentou em 3 de novembro de 1999. Tem-se também assumido pela reivindicação de uma reforma fiscal e de uma nova política de Segurança Social. Outra das suas bandeiras, que tem suscitado debates e polémicas na sociedade portuguesa e nos meios políticos, tem sido a defesa da liberdade religiosa e da laicidade do Estado, contra o domínio e influência da Igreja Católica (Proj.-Lei 66/VIII).
O objetivo que norteou, num primeiro momento, a constituição do Bloco de Esquerda, foi a participação da coligação nas eleições para o Parlamento Europeu realizadas em 13 de junho de 1999. Visava-se, então, a eleição de um eurodeputado - em princípio, o jornalista Miguel Portas, uma das figuras emblemáticas do BE - e obter um resultado superior ao somatório dos votos recebidos pelos três partidos que o constituem. No entanto, o objetivo de eleição de um eurodeputado não foi cumprido, embora por uma diferença de votos muito pequena para a sua concretização. O mandatário nacional do BE era o advogado João Nabais. Para além deste e de Miguel Portas, as outras figuras referenciais do BE têm sido Francisco Louçã, economista e líder do PSR, e Fernando Rosas, historiador e professor universitário.
Entendia-se possível a permanência do BE no seio da política nacional, como quinta força em número de votos, o que augurava fortes hipóteses de eleição de um grupo parlamentar na Assembleia da República nas eleições de 10 de outubro de 1999.
Segundo os seus dirigentes, o BE não pretende, na sua luta política, a conquista do poder. O BE candidata-se, não ao poder através da formação de um governo, mas sim à oposição, embora sem se auto-marginalizar do poder, num quadro resultante de um processo histórico de luta e consciência política ativas.
Em termos de atividade parlamentar, o BE evidenciou-se, ainda que sem resultados práticos, pela moção de rejeição do Programa do Governo socialista (de maioria parlamentar relativa) da VIII Legislatura que apresentou em 3 de novembro de 1999. Tem-se também assumido pela reivindicação de uma reforma fiscal e de uma nova política de Segurança Social. Outra das suas bandeiras, que tem suscitado debates e polémicas na sociedade portuguesa e nos meios políticos, tem sido a defesa da liberdade religiosa e da laicidade do Estado, contra o domínio e influência da Igreja Católica (Proj.-Lei 66/VIII).
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Como referenciar
Porto Editora – Bloco de Esquerda (BE) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-14 15:20:53]. Disponível em
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