Cinecittà
Estúdios cinematográficos italianos inaugurados a 28 de abril de 1937 e situados a nove quilómetros do centro de Roma. A ideia para a construção da maior cidade europeia do cinema foi de Luigi Freddi, o responsável da cinematografia italiana da época. Em janeiro de 1936, é lançada a primeira pedra e mais de um ano depois a Cinecittà é inaugurada por Benito Mussolini, com 600 quilómetros quadrados de superfície e todos os recursos técnicos para a produção cinematográfica nas suas diversas fases. Inicialmente, os estúdios ajudavam à atividade propagandística fascista com a produção de atualidades e documentários. Logo no seu primeiro ano de atividade, produziu diversas longas-metragens, como a comédia que daria fama ao ator Vittorio De Sica - Il Signor Max, de Mario Camerini.
Até 1943, em seis anos de atividade, produziram-se lá cerca de 300 filmes, impondo nomes de importantes cineastas italianos como Alessandro Blasetti, Roberto Rosselini, Vittorio De Sica ou Luchino Visconti. Depois do final da Segunda Guerra Mundial, chegaram à considerada "Hollywood do Tibre" as produções norte-americanas, por ser mais barato construir aqui grandiosos cenários e pagar aos figurantes italianos. A primeira grande produção americana rodada é Quo Vadis? (1948), de Mervyn LeRoy, seguindo-se-lhe Ben-Hur (1959), de William Wyler, e Cleopatra (Cleópatra, 1961), de Joseph L. Mankiewicz. Esta foi a idade de ouro dos estúdios, nomeadamente com a produção de inúmeros peplums, sendo frequente ver em Roma estrelas como Elizabeth Taylor, Deborah Kerr, Rod Steiger ou Richard Burton. Este aspeto mundano foi abordado por Federico Fellini no seu famoso La Dolce Vita (A Doce Vida, 1959). Fellini foi, aliás, o nome mais marcante associado à Cinecittà, realizando aí a maioria dos seus filmes: Amarcord (1973), E La Nave Va (O Navio, 1983), L'Intervista (Entrevista, 1986), etc. Os anos 60 ficam marcados pela rodagem de inúmeros western spaghetti, como Per un Pugno di dollari (Por um Punhado de Dólares, 1964), de Sergio Leone. A década de 70 é marcada por um ligeiro declínio, nomeadamente com a popularidade da televisão, que usa também os estúdios. É o tempo da afirmação do cinema de autor, com destaque para Valerio Zurlini, Ettore Scola, Pier Paolo Pasolini, Marco Ferrei ou Luigi Comencini.
Mais tarde, opera-se uma renovação técnica para se adequar aos novos sistemas audiovisuais, através da criação do departamento "Digital", que permite a pós-produção usando meios digitais de última geração.
Nos anos 90, os estúdios sofrem uma enorme transformação institucional, passando a constituir um conglomerado de empresas privadas. No século XXI, porém, os estúdios continuam a ser palco da rodagem de êxitos mundiais como Gangs of New York (Gangs de Nova Iorque, 2002), de Martin Scorsese, com os seus fabulosos cenários artesanais, ou The Passion of the Christ (A Paixão de Cristo, 2004), de Mel Gibson.
Até 1943, em seis anos de atividade, produziram-se lá cerca de 300 filmes, impondo nomes de importantes cineastas italianos como Alessandro Blasetti, Roberto Rosselini, Vittorio De Sica ou Luchino Visconti. Depois do final da Segunda Guerra Mundial, chegaram à considerada "Hollywood do Tibre" as produções norte-americanas, por ser mais barato construir aqui grandiosos cenários e pagar aos figurantes italianos. A primeira grande produção americana rodada é Quo Vadis? (1948), de Mervyn LeRoy, seguindo-se-lhe Ben-Hur (1959), de William Wyler, e Cleopatra (Cleópatra, 1961), de Joseph L. Mankiewicz. Esta foi a idade de ouro dos estúdios, nomeadamente com a produção de inúmeros peplums, sendo frequente ver em Roma estrelas como Elizabeth Taylor, Deborah Kerr, Rod Steiger ou Richard Burton. Este aspeto mundano foi abordado por Federico Fellini no seu famoso La Dolce Vita (A Doce Vida, 1959). Fellini foi, aliás, o nome mais marcante associado à Cinecittà, realizando aí a maioria dos seus filmes: Amarcord (1973), E La Nave Va (O Navio, 1983), L'Intervista (Entrevista, 1986), etc. Os anos 60 ficam marcados pela rodagem de inúmeros western spaghetti, como Per un Pugno di dollari (Por um Punhado de Dólares, 1964), de Sergio Leone. A década de 70 é marcada por um ligeiro declínio, nomeadamente com a popularidade da televisão, que usa também os estúdios. É o tempo da afirmação do cinema de autor, com destaque para Valerio Zurlini, Ettore Scola, Pier Paolo Pasolini, Marco Ferrei ou Luigi Comencini.
Mais tarde, opera-se uma renovação técnica para se adequar aos novos sistemas audiovisuais, através da criação do departamento "Digital", que permite a pós-produção usando meios digitais de última geração.
Nos anos 90, os estúdios sofrem uma enorme transformação institucional, passando a constituir um conglomerado de empresas privadas. No século XXI, porém, os estúdios continuam a ser palco da rodagem de êxitos mundiais como Gangs of New York (Gangs de Nova Iorque, 2002), de Martin Scorsese, com os seus fabulosos cenários artesanais, ou The Passion of the Christ (A Paixão de Cristo, 2004), de Mel Gibson.
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Porto Editora – Cinecittà na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-05-22 07:24:31]. Disponível em
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