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existencialismo
O existencialismo é uma corrente filosófica que tem o seu início na primeira metade do século XX. Contudo, encontramos o existencialismo, de um modo lato, onde quer que tenha havido uma filosofia que se debruce sobre o homem concreto imerso nas condições da existência que o definem, o homem que sofre, que ama, que é infeliz ou feliz, que se confronta com o problema da morte e necessariamente também, ou talvez sobretudo, com o problema do sentido da sua existência e do destino da sua alma. A tragédia grega pode ser um bom exemplo de existencialismo, entendido neste sentido não estritamente filosófico; as religiões em geral são também tentativas de resposta à pergunta pelo sentido da vida, da dor e da alegria e, portanto, são também existencialistas. Nas Confissões de Santo Agostinho deparamos também com esta tendência existencialista, bem como nos Pensamentos de Pascal.
Podemos dizer que o existencialismo, tomado tanto na sua aceção lata como enquanto corrente filosófica propriamente dita, se manifesta sobretudo naqueles momentos em que uma crise social, de algum tipo, se manifeste; foi o que aconteceu com o despoletar da Primeira Grande Guerra em que o Homem se confrontou com a morte em grande escala, o que o levou a questionar-se sobre algo que lhe parecia inquestionável até então: o progresso otimista da ciência e o desenvolvimento da técnica.
Sören Kierkegaard é o filósofo que, reagindo contra o hegelianismo, tenta trazer a filosofia para a existência, lembrando que ela deve responder às angustias do homem concreto, radicalmente subjetivo, com a sua ânsia de saber e busca de sentido para a sua existência.
No seio do existencialismo estritamente filosófico deste século podemos colocar, entre muitos outros, Karl Jaspers, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, Nicolau Berdiaev, Nicola Abbagnano, Miguel de Unamuno e Ortega e Gasset. Como o existencialismo faz sempre radicar o pensamento num assumido subjetivismo, cada um destes autores tem uma doutrina pessoal e, em última instância, irredutível ao espírito de um movimento ou corrente filosófica. O que têm de comum é esse assumir radical da consciência individual mergulhada, conforme já se disse, nas condições reais da existência humana. O existencialismo é sempre uma reação e oposição às construções filosóficas abstratas e desencarnantes.
Em Portugal, o existencialismo é representado em primeiro lugar por Delfim Santos, a partir do final dos anos trinta. No movimento saudosista é ainda de existencialismo que se trata, embora entendido de um modo lato e não estritamente filosófico, pois o saudosismo ultrapassa os limites do existencialismo, conforme ficou demonstrado no estudo de Dalila Pereira da Costa e Pinharanda Gomes, intitulado Introdução à Saudade (1976), entendendo-se aí que há uma ontologia e uma metafísica da saudade. Aceitando que o saudosismo é de algum modo um existencialismo tem de se incluir aí, entre outros, pensadores como Leonardo Coimbra, Teixeira de Pascoaes, Joaquim de Carvalho, Álvaro Ribeiro, Afonso Botelho e António Braz Teixeira.
Numa perspetiva existencialista propriamente dita, para além do já referido Delfim Santos, não podemos deixar de referir Cabral de Moncada, Júlio Fragata e Vergílio Ferreira, pensador este em muitos aspetos mais profundo do que Jean-Paul Sartre e que é um bom exemplo do existencialismo literário.
Podemos dizer que o existencialismo, tomado tanto na sua aceção lata como enquanto corrente filosófica propriamente dita, se manifesta sobretudo naqueles momentos em que uma crise social, de algum tipo, se manifeste; foi o que aconteceu com o despoletar da Primeira Grande Guerra em que o Homem se confrontou com a morte em grande escala, o que o levou a questionar-se sobre algo que lhe parecia inquestionável até então: o progresso otimista da ciência e o desenvolvimento da técnica.
Sören Kierkegaard é o filósofo que, reagindo contra o hegelianismo, tenta trazer a filosofia para a existência, lembrando que ela deve responder às angustias do homem concreto, radicalmente subjetivo, com a sua ânsia de saber e busca de sentido para a sua existência.
No seio do existencialismo estritamente filosófico deste século podemos colocar, entre muitos outros, Karl Jaspers, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, Nicolau Berdiaev, Nicola Abbagnano, Miguel de Unamuno e Ortega e Gasset. Como o existencialismo faz sempre radicar o pensamento num assumido subjetivismo, cada um destes autores tem uma doutrina pessoal e, em última instância, irredutível ao espírito de um movimento ou corrente filosófica. O que têm de comum é esse assumir radical da consciência individual mergulhada, conforme já se disse, nas condições reais da existência humana. O existencialismo é sempre uma reação e oposição às construções filosóficas abstratas e desencarnantes.
Em Portugal, o existencialismo é representado em primeiro lugar por Delfim Santos, a partir do final dos anos trinta. No movimento saudosista é ainda de existencialismo que se trata, embora entendido de um modo lato e não estritamente filosófico, pois o saudosismo ultrapassa os limites do existencialismo, conforme ficou demonstrado no estudo de Dalila Pereira da Costa e Pinharanda Gomes, intitulado Introdução à Saudade (1976), entendendo-se aí que há uma ontologia e uma metafísica da saudade. Aceitando que o saudosismo é de algum modo um existencialismo tem de se incluir aí, entre outros, pensadores como Leonardo Coimbra, Teixeira de Pascoaes, Joaquim de Carvalho, Álvaro Ribeiro, Afonso Botelho e António Braz Teixeira.
Numa perspetiva existencialista propriamente dita, para além do já referido Delfim Santos, não podemos deixar de referir Cabral de Moncada, Júlio Fragata e Vergílio Ferreira, pensador este em muitos aspetos mais profundo do que Jean-Paul Sartre e que é um bom exemplo do existencialismo literário.
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Como referenciar
Porto Editora – existencialismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-09 09:58:48]. Disponível em
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