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Georg Friedrich Haendel
Compositor clássico de origem alemã, Georg Friedrich Haendel (por vezes escrito Georg Friedrich - ou George Frideric - Händel ou Hendel) nasceu a 23 de fevereiro de 1685, em Halle, Saxónia. Tornar-se-ia cidadão inglês cerca de 1726.
Fez os estudos gerais no Gymnasium de Halle (1692-1702) e, durante esse tempo, aprendeu, às escondidas do pai, a tocar órgão e cravo. Aos 7 anos, quando acompanhava o pai a Weissenfels, conseguiu tocar no órgão da capela da corte, diante do duque da Saxónia e do mestre capela J. Krieger. O duque, encantado com o talento do jovem, convenceu o pai a deixar o filho estudar música com Zachau, o organista principal da Catedral de Halle. Em 1697, Georg Haendel foi nomeado organista assistente daquela igreja e, em 1702, organista titular. Aos dezassete anos já era admirado como organista pelo futuro grande compositor Georg Philipp Telemann (1681-1767) de quem se tornou grande amigo.
Depois de terminar os seus estudos gerais, matriculou-se na Universidade de Halle, em Direito, como era da vontade do pai. Um ano depois, descobrindo que a música era muito mais importante na sua vida, abandonou os estudos e partiu para Hamburgo, na altura, um dos principais centros europeus de música. Aí, integrou a orquestra do teatro de ópera da cidade como violinista e depois como cravista. Em 1705, dirigiu a estreia da sua primeira ópera, Almira e, em seguida, de Nero. Durante a sua estadia em Hamburgo, realizou uma viagem a Lübeck para ouvir o grande organista Buxtehude.
Em 1706, aceitou um convite para ir a Itália, onde permaneceu três anos. Haendel viajou por Florença, Roma, Nápoles e Veneza para se familiarizar mais com o género de óperas italianas e contactou com grandes figuras da música, como Arcangelo Corelli, Domenico Scarlatti e Gionanni Pergolese. Nesse período, compôs cantatas italianas, oratórias e óperas, como a de Rodrigo (1707), que levou à cena, em Florença, e que obteve um enorme sucesso, especialmente entre os protetores da arte em Roma. Por isso, Haendel partiu para Roma, onde compôs várias cantatas, entre elas Il Trionfo del Tempo e del Disinganno (1708), música de igreja em latim, e o oratório La Resurrezione. Nesse ano, partiu para Nápoles, onde compôs uma serenata, uma cantata dramática, Aci, Galatea e Polifemo; Cantata Spagnuola (No se Enmenderá Jamás); e a ópera Agrippina, que compôs em 1709 a pedido do cardeal Grimani e cuja estreia foi em Veneza, tendo obtido um sucesso enorme.
Em 1710, foi para Hanôver, onde foi designado mestre capela da corte e, um ano depois, recebendo um convite para escrever uma ópera (Rinaldo, 1711) em Inglaterra, pediu dispensa a Jorge I, Eleitor de Hanôver para seguir viagem para país britânico. Quando obteve a autorização, foi para Londres e nunca mais voltou, o que aborreceu o Eleitor de Hanôver (ironicamente, com a morte da rainha Ana este viria a aceder ao trono de Inglaterra em 1714, como Jorge I, o que causou vários problemas ao compositor alemão). Em 1712, Il Pastor Fido e Teseo subiram ao palco e, no ano seguinte, conquistou da rainha Ana um rendimento anual pelas composições de Ode for the Queen's Birthday e de Te Deum, compostas para comemorar a Paz de Utrecht. Em 1716, compôs Passion, que seria posteriormente executada por várias vezes, e em 1717 Water Music. Terá sido por esta altura que a reconciliação de Haendel e o Rei Jorge I aconteceu, numa festa real junto ao rio Tamisa. Dois anos depois, o compositor conquistaria por completo as graças do rei, tendo este apoiado a criação da Royal Academy of Music para exibições de ópera. Nos anos seguintes, as várias composições de ópera de Haendel, interpretadas por aquela companhia, mereceram a atenção do público: Radamisto (1720), Giulio Cesare (1724), Tamerlano (1724) e Rodelinda (1725).
Alguns anos mais tarde, após naturalizar-se inglês, foi fundado o teatro de ópera de Londres, cujo elenco foi formado por Haendel. Mas falhou como empresário e, desiludido com o teatro, passou a dedicar-se à oratória. Criou Ester (1732), Athalia (1733), Saul (1739), Israel no Egito (1739), Sansão (1743), Messias (1742), a sua obra-prima em oratória que se revelou um verdadeiro triunfo, Judas Macabeu (1746), Salomão (1749) e Jefta (1751).
A principal atração nas óperas de Haendel assentou no desempenho talentoso dos "castrati", cantores do sexo masculino cujas vozes de sopranos tinham sido cirurgicamente preservadas desde crianças e que originalmente surgiram no panorama musical pelo facto de as mulheres não poderem aparecer em palco. O barroco musical do compositor caracteriza-se pelo rigor e pela firmeza nos temas apresentados, sem quaisquer ornamentos fúteis. Os recitativos exercem a sua função de aproximação da música ao discurso, ao tornarem-se em ricas interpretações teatrais, enquadradas num ambiente profundamente humano de acordo com o meio psicológico de cada personagem.
Em 1750, durante uma viagem à Holanda e à Alemanha, a saúde de Haendel ficou gravemente afetada, em consequência de um acidente rodoviário. Em 1751, Haendel quase cegou por completo e deixou então de compor. No entanto, continuou a dirigir as suas oratórias.
Georg Haendel faleceu a 14 de abril de 1759, em Grosvenor Square, em Londres, e foi enterrado na Abadia de Westminster com honras nacionais. A sua obra, sem o rigor do compatriota e contemporâneo Bach, assentou na musicalidade inata do seu talento único que fez dele um dos compositores mais respeitados do seu tempo e uma das referências maiores para as gerações seguintes.
Fez os estudos gerais no Gymnasium de Halle (1692-1702) e, durante esse tempo, aprendeu, às escondidas do pai, a tocar órgão e cravo. Aos 7 anos, quando acompanhava o pai a Weissenfels, conseguiu tocar no órgão da capela da corte, diante do duque da Saxónia e do mestre capela J. Krieger. O duque, encantado com o talento do jovem, convenceu o pai a deixar o filho estudar música com Zachau, o organista principal da Catedral de Halle. Em 1697, Georg Haendel foi nomeado organista assistente daquela igreja e, em 1702, organista titular. Aos dezassete anos já era admirado como organista pelo futuro grande compositor Georg Philipp Telemann (1681-1767) de quem se tornou grande amigo.
Depois de terminar os seus estudos gerais, matriculou-se na Universidade de Halle, em Direito, como era da vontade do pai. Um ano depois, descobrindo que a música era muito mais importante na sua vida, abandonou os estudos e partiu para Hamburgo, na altura, um dos principais centros europeus de música. Aí, integrou a orquestra do teatro de ópera da cidade como violinista e depois como cravista. Em 1705, dirigiu a estreia da sua primeira ópera, Almira e, em seguida, de Nero. Durante a sua estadia em Hamburgo, realizou uma viagem a Lübeck para ouvir o grande organista Buxtehude.
Em 1710, foi para Hanôver, onde foi designado mestre capela da corte e, um ano depois, recebendo um convite para escrever uma ópera (Rinaldo, 1711) em Inglaterra, pediu dispensa a Jorge I, Eleitor de Hanôver para seguir viagem para país britânico. Quando obteve a autorização, foi para Londres e nunca mais voltou, o que aborreceu o Eleitor de Hanôver (ironicamente, com a morte da rainha Ana este viria a aceder ao trono de Inglaterra em 1714, como Jorge I, o que causou vários problemas ao compositor alemão). Em 1712, Il Pastor Fido e Teseo subiram ao palco e, no ano seguinte, conquistou da rainha Ana um rendimento anual pelas composições de Ode for the Queen's Birthday e de Te Deum, compostas para comemorar a Paz de Utrecht. Em 1716, compôs Passion, que seria posteriormente executada por várias vezes, e em 1717 Water Music. Terá sido por esta altura que a reconciliação de Haendel e o Rei Jorge I aconteceu, numa festa real junto ao rio Tamisa. Dois anos depois, o compositor conquistaria por completo as graças do rei, tendo este apoiado a criação da Royal Academy of Music para exibições de ópera. Nos anos seguintes, as várias composições de ópera de Haendel, interpretadas por aquela companhia, mereceram a atenção do público: Radamisto (1720), Giulio Cesare (1724), Tamerlano (1724) e Rodelinda (1725).
Alguns anos mais tarde, após naturalizar-se inglês, foi fundado o teatro de ópera de Londres, cujo elenco foi formado por Haendel. Mas falhou como empresário e, desiludido com o teatro, passou a dedicar-se à oratória. Criou Ester (1732), Athalia (1733), Saul (1739), Israel no Egito (1739), Sansão (1743), Messias (1742), a sua obra-prima em oratória que se revelou um verdadeiro triunfo, Judas Macabeu (1746), Salomão (1749) e Jefta (1751).
A principal atração nas óperas de Haendel assentou no desempenho talentoso dos "castrati", cantores do sexo masculino cujas vozes de sopranos tinham sido cirurgicamente preservadas desde crianças e que originalmente surgiram no panorama musical pelo facto de as mulheres não poderem aparecer em palco. O barroco musical do compositor caracteriza-se pelo rigor e pela firmeza nos temas apresentados, sem quaisquer ornamentos fúteis. Os recitativos exercem a sua função de aproximação da música ao discurso, ao tornarem-se em ricas interpretações teatrais, enquadradas num ambiente profundamente humano de acordo com o meio psicológico de cada personagem.
Em 1750, durante uma viagem à Holanda e à Alemanha, a saúde de Haendel ficou gravemente afetada, em consequência de um acidente rodoviário. Em 1751, Haendel quase cegou por completo e deixou então de compor. No entanto, continuou a dirigir as suas oratórias.
Georg Haendel faleceu a 14 de abril de 1759, em Grosvenor Square, em Londres, e foi enterrado na Abadia de Westminster com honras nacionais. A sua obra, sem o rigor do compatriota e contemporâneo Bach, assentou na musicalidade inata do seu talento único que fez dele um dos compositores mais respeitados do seu tempo e uma das referências maiores para as gerações seguintes.
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Como referenciar
Porto Editora – Georg Friedrich Haendel na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-16 06:27:27]. Disponível em
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