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Guerra do Golfo
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Conflito militar internacional causado pela invasão iraquiana do Koweit, a 2 de agosto de 1990, conhecido internacionalmente pela produção de petróleo, que Saddam desejava controlar. Este acontecimento provocou uma reação imediata da comunidade internacional. Os bens do emirado árabe foram bloqueados no estrangeiro e a ONU condenou a invasão. Dois dias após a invasão (4 de agosto), cerca de 6 milhares de cidadãos ocidentais foram feitos reféns e conduzidos ao Iraque, onde alguns deles foram colocados em áreas estratégicas. Nesse dia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas ordenou o boicote comercial, financeiro e militar ao Iraque. A esta decisão, o agressor respondeu com a anexação do Koweit (8 de agosto), declarado como a 19.ª província do Iraque (28 de agosto). Perante os desenvolvimentos do conflito, a ONU (29 de agosto) autorizou o uso de força, no caso do Iraque não abandonar o território do Koweit até 15 de janeiro de 1991.

Durante uma década o Iraque fora um aliado do Ocidente na guerra contra o Irão (1980-88), um conflito que, para o líder iraquiano, parecia trazer uma excelente oportunidade para tirar dividendos dos países que havia protegido. O Iraque começou por invadir o Norte do Koweit, para ter um acesso mais rápido ao mar, mas fracassou, embora não desistisse dos seus intentos. A riqueza do Koweit era a saída ideal para a salvação das finanças do país e possibilitava o sonho de unir o mundo árabe em seu proveito, uma ideia que justificava com o passado glorioso dos Califas de Bagdade e com o apelo à hostilidade contra o velho inimigo israelita.
Um dos segredos da aviação aliada na Guerra do Golfo foi o reabastecimento aéreo (na imagem, um Tornado da RAF)
Saddam Hussein, Presidente do Iraque, cuja intervenção no Koweit desencadeou a Guerra do Golfo
Bombardeiro "invisível" aos radares Lockheed F117A Nighthawk, crucial no sucesso dos aliados na Guerra do Golfo

Saddam Hussein tinha os meios para agir. Possuía um exército bem apetrechado, sentia-se apoiado pela população e contava com a falta de interesse do mundo ocidental. Ao contrário do que esperava, a comunidade internacional reagiu de imediato, e de uma forma bastante firme, à ofensiva iraquiana. Foram enviadas para a Arábia Saudita e para o Golfo Pérsico forças aliadas de cerca de 750 000 homens (lideradas pelos EUA, apoiadas pela ONU, pela NATO e por outros Estados árabes) acompanhados de carros blindados, aviões e navios. De um conjunto de 30 nações participantes, destacam-se os Estados Unidos da América, a Grã-Bretanha, a França, a Arábia Saudita, o Egito e a Síria.

Quase no limite do prazo dado pela ONU para a retirada do Koweit, o Irão e a União Soviética fizeram um último esforço para a paz. Dois dias depois de expirar o prazo (17 de janeiro), o presidente norte-americano, George Bush, líder da coligação anti-iraquiana, deu início à operação "Tempestade no Deserto" (nome por que ficou conhecida). Até 24 de fevereiro os aliados bombardearam com alta tecnologia alvos militares no Koweit e no Iraque e em seguida, até 2 de março, lançaram uma operação terrestre que resultou na reconquista do Koweit e na entrada no Iraque.

Em poucas semanas as defesas aéreas iraquianas estavam destruídas, bem como grande parte das redes de comunicações, dos edifícios públicos, dos depósitos de armamento e das refinarias de petróleo. A 27 de fevereiro, a maior parte da Guarda Republicana de elite do Iraque fora destruída. A 28 de fevereiro, o presidente norte-americano, George Bush, declarou o cessar fogo. A independência do Koweit foi restaurada, mas o embargo económico das Nações Unidas ao Iraque tornou-se ainda mais severo.

Nesta guerra seguida atentamente pela comunicação social, em especial pela cadeia televisiva norte-americana CNN, registaram-se poucas baixas militares do lado da coligação liderada pelos EUA, comparativamente às baixas iraquianas (entre 50 a 150 mil vítimas civis e militares). O Iraque não usou, como ameaçara, o gás de combate. Os mísseis Scud que mandara lançar sobre Israel também falharam o seu intento de fazer com que este país entrasse no conflito, por forma a reunir o apoio das nações árabes.

À data do cessar-fogo (2 de março de 1991), rebentou uma guerra civil no Iraque. Os Xiitas (no Sul) e os Curdos (no Norte) foram esmagados pelos iraquianos, enquanto os Curdos civis fugiam para a Turquia e para o Irão, receando o regresso de massacres semelhantes aos de 1985. Fora do alcance do exército de Bagdade formaram-se campos de refugiados nas montanhas, onde as pessoas viviam no limiar da sobrevivência. No Koweit, o país contabilizou os danos provocados pela guerra que afetou os seus poços de petróleo.

Saddam Hussein, apesar de ter sido derrotado, continuou a ser o líder incontestado do Iraque, tendo sido um dos dirigentes mundiais há mais tempo no poder. Governava um país que sofria os efeitos devastadores de um embargo comercial, lançado para o forçar a revelar o local onde guardava o equipamento militar e nuclear. Este embargo foi parcialmente levantado em 1996, devido à pressão da opinião pública, chocada com o sofrimento das vítimas civis. Este conflito trouxe uma nova esperança para a paz no mundo e reforçou a determinação e influência dos Estados Unidos da América, que foram os protagonistas da vitória contra o Iraque. Depois do 11 de setembro de 2001, os EUA e os aliados ocidentais prepararam-se para um novo conflito em grande escala, centrado numa invasão do Iraque em 2003. Saddam Hussein foi derrotado e, mais tarde, capturado pelas tropas americanas.


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Porto Editora – Guerra do Golfo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-14 12:41:10]. Disponível em
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