Guerra Étnica da Birmânia
A Birmânia, antiga colónia inglesa (Burma), independente em 1947, hoje rebatizada com o nome de Myanmar, sofre de tensões étnicas consideráveis praticamente desde a partida inglesa. Composta por um mosaico de povos, a Birmânia é habitada na sua maioria (cerca de 65% da população atual, aproximadamente 47 milhões de habitantes) pela etnia autodenominada "birmanesa" ("bamah"). Esta mantém com os restantes grupos étnicos constantes conflitos e choques inter-raciais graves.
No momento da independência, Shans (hoje cerca de 9% da população total), Karens (6%), Kachins, Mons, Karenmis e Chineses (todos representando cerca de 18% da população) exigem Estados individuais no quadro político de uma Federação. Todavia, o Governo central birmanês rejeita essa reivindicação, envolvendo-se em atos repressivos para evitar focos de separatismo. Estas etnias persistem, apesar de tudo, nas suas exigências, alimentando grupos e atividades de guerrilha contra o Estado em diversos pontos do país (657 540 km2). Se, no início, combatiam isoladas, a partir de 1988, data em que a Frente Democrática Nacional dos grupos de resistência étnica forma a Aliança Democrática da Birmânia, essas minorias étnicas reuniram-se numa causa comum contra a ditadura militar. De facto, o exército tem apoiado a política repressiva nestes 50 anos face às minorias étnicas, dominando a maioria das campanhas de revolta dos referidos grupos, impondo a sua superioridade. Em 1996, quase todos assinaram acordos de paz com a Junta Militar.
Estes cerca de 50 anos de Independência têm sido, pois, marcados pela brutalidade e pela repressão, basicamente direcionadas sobre os grupos étnicos menos expressivos. Daí que as minorias, mesmo depois dos acordos de 1996, mantenham vivas as recordações da violência étnica e desconfiem da política racial do Estado dominado pelos Birmaneses. Por outro lado, na Birmânia, cada grupo étnico apresenta uma identidade cultural e linguística forte e distinta. Ainda que o grupo maioritário, os Birmaneses, reclame pureza racial, muitos dos seus descendem de misturas raciais ou até de chineses. A Birmânia observa ainda vários credos religiosos, para além do Budismo dominante, entre os quais 4% de muçulmanos e outro tanto de cristãos, bem como crenças indígenas. Recorde-se também que alguns grupos étnicos, como os Shans, por exemplo, dominam (e aí apoiam as suas lutas) redes de produção e tráfico de opiáceos, contando também com apoios de países comunistas.
No momento da independência, Shans (hoje cerca de 9% da população total), Karens (6%), Kachins, Mons, Karenmis e Chineses (todos representando cerca de 18% da população) exigem Estados individuais no quadro político de uma Federação. Todavia, o Governo central birmanês rejeita essa reivindicação, envolvendo-se em atos repressivos para evitar focos de separatismo. Estas etnias persistem, apesar de tudo, nas suas exigências, alimentando grupos e atividades de guerrilha contra o Estado em diversos pontos do país (657 540 km2). Se, no início, combatiam isoladas, a partir de 1988, data em que a Frente Democrática Nacional dos grupos de resistência étnica forma a Aliança Democrática da Birmânia, essas minorias étnicas reuniram-se numa causa comum contra a ditadura militar. De facto, o exército tem apoiado a política repressiva nestes 50 anos face às minorias étnicas, dominando a maioria das campanhas de revolta dos referidos grupos, impondo a sua superioridade. Em 1996, quase todos assinaram acordos de paz com a Junta Militar.
Estes cerca de 50 anos de Independência têm sido, pois, marcados pela brutalidade e pela repressão, basicamente direcionadas sobre os grupos étnicos menos expressivos. Daí que as minorias, mesmo depois dos acordos de 1996, mantenham vivas as recordações da violência étnica e desconfiem da política racial do Estado dominado pelos Birmaneses. Por outro lado, na Birmânia, cada grupo étnico apresenta uma identidade cultural e linguística forte e distinta. Ainda que o grupo maioritário, os Birmaneses, reclame pureza racial, muitos dos seus descendem de misturas raciais ou até de chineses. A Birmânia observa ainda vários credos religiosos, para além do Budismo dominante, entre os quais 4% de muçulmanos e outro tanto de cristãos, bem como crenças indígenas. Recorde-se também que alguns grupos étnicos, como os Shans, por exemplo, dominam (e aí apoiam as suas lutas) redes de produção e tráfico de opiáceos, contando também com apoios de países comunistas.
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Como referenciar
Porto Editora – Guerra Étnica da Birmânia na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-08 20:01:56]. Disponível em
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