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hegemonia
Com origem na palavra grega hegemon, que significa dirigente ou chefe, o termo hegemonia foi conotado com um tipo especial de marxismo que era defendido pelo italiano António Gramsci. A partir das ideias defendidas por Marx, segundo as quais as ideias dominantes numa sociedade são as ideias da classe dominante, Gramsci fez uma análise da sociedade capitalista em que a hegemonia burguesa estende a sua influência à mente e às atitudes das pessoas no exercício do controlo político e económico da sociedade. As teorias marxistas defendiam que a consciência não podia estar separada da existência material já que o ser humano era um produto do meio, ou seja, da sua forma de vida, do seu trabalho e da sua classe social. Todos estes fatores seriam determinantes para a elaboração de uma consciência geral que era conduzida a interpretar a vida de uma certa forma e a aceitá-la como legítima. Segundo Marx, mesmo as classes trabalhadoras aceitavam essa "consciência" como correta apesar de esta ir de encontro aos seus reais interesses.
Louis Althusser foi um dos filósofos a tentar definir os mecanismos de criação e transmissão, de geração em geração, do senso comum ao sugerir a existência de um aparelho ideológico do Estado, através do qual a classe dominante disseminaria as suas ideias-versões da realidade, as ideologias, em seu benefício próprio. Instituições como a Escola, a Igreja ou os meios de comunicação eram as ferramentas utilizadas para construir e difundir uma determinada versão da realidade. Ao aceitar esta "realidade" na sua consciência, o cidadão comum estaria a ser usado e explorado, sem ter verdadeira consciência do facto. Este controlo sub-reptício e inapercebido não é por isso questionado, mas tem de ser mantido através de uma ação constante. No âmbito da antropologia e da etnologia, a hegemonia é uma forma de criar e manter preconceitos relativamente a grupos étnicos africanos, asiáticos ou latinos que passam a fazer parte do senso comum. Segundo Gramsci, por exemplo, o racismo não é um conceito exclusivo de sociedades de extrema-direita fazendo antes parte do pensamento social das sociedades democráticas ocidentais.
Louis Althusser foi um dos filósofos a tentar definir os mecanismos de criação e transmissão, de geração em geração, do senso comum ao sugerir a existência de um aparelho ideológico do Estado, através do qual a classe dominante disseminaria as suas ideias-versões da realidade, as ideologias, em seu benefício próprio. Instituições como a Escola, a Igreja ou os meios de comunicação eram as ferramentas utilizadas para construir e difundir uma determinada versão da realidade. Ao aceitar esta "realidade" na sua consciência, o cidadão comum estaria a ser usado e explorado, sem ter verdadeira consciência do facto. Este controlo sub-reptício e inapercebido não é por isso questionado, mas tem de ser mantido através de uma ação constante. No âmbito da antropologia e da etnologia, a hegemonia é uma forma de criar e manter preconceitos relativamente a grupos étnicos africanos, asiáticos ou latinos que passam a fazer parte do senso comum. Segundo Gramsci, por exemplo, o racismo não é um conceito exclusivo de sociedades de extrema-direita fazendo antes parte do pensamento social das sociedades democráticas ocidentais.
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Como referenciar
Porto Editora – hegemonia na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-18 16:57:20]. Disponível em
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