Honório III

Papa italiano, cardeal bispo de Albano, localidade de onde era natural, contava já uma respeitável idade quando os cardeais o elegeram, em Perugia, para suceder no trono pontifício a Inocêncio III, a 18 de julho de 1216.
Conhecido pela sua bondade, que o levou a distribuir todos os seus bens pelos necessitados, tinha sido tutor de Frederico II (filho do imperador Henrique VI), desempenhado o cargo de camerlengo (posição cuja importância se situava imediatamente a seguir à do papa e que o substituía sempre que necessário) na corte pontifícia e elaborado o Liber censuum em tempos de Celestino III.
O imperador Frederico II foi consagrado em Roma por Honório, a 22 de novembro de 1220, tendo sido nesta altura promulgada uma lei, correspondente ao terceiro cânon do IV Concílio de Latrão, que dizia ser a heresia crime contra o rei e contra Deus, sendo punível com a confiscação das posses e o degredo. As penas seriam decididas pelos bispos, mas o imperador estabeleceu em 1224 que seria a fogueira o destino dos hereges. Dois anos depois, os reinos de Aragão e de França incluiriam este terceiro cânon de Latrão na sua estrutura legislativa.
Uma nova organização foi dada à chamada penitenciaria, que na Igreja se encarregava de assuntos como as penitências, as indulgências, as desobrigações matrimoniais e outras questões do mesmo cariz.
A doutrina cristã foi nesta altura propagada por terras como a Prússia, a Estónia, Samland e Livónia, tendo o papa exercido o seu poder de proteção sobre os habitantes destes mesmos territórios. De igual forma, Honório incrementou o ensino, particularmente universitário, tendo para tal elaborado a Compilatio quinta, conjunto de decretos relativos a este assunto.
Este pontífice confirmou e apoiou a nova Ordem dominicana, por meio de duas bulas (de 1216 e 1217), em 1223 a Ordem franciscana e em 1226 a Ordem carmelita.
O seu papado terminou a 18 de março de 1227.